domingo, 20 de fevereiro de 2011

Renato Rabelo: política macroeconômica se esgotou


A política macroeconômica do Brasil foi objeto de discussão tanto na reunião da Comissão Política Nacional do PCdoB, realizada em 18/02, quanto no Fórum de Movimentos Sociais do PCdoB, reunido no último sábado, 19/02.

Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, afirmou que do ponto de vista econômico, o governo da presidente Dilma deve ser considerado como uma nova etapa na construção do projeto nacional de desenvolvimento. Isto sigfnifica, na sua opinião, inverter a lógica da política macroeconômica. “A política macroeconômica vigente se esgotou. É impossível desenvolver o Brasil tendo como componentes principais de política macroeconômica taxas de juros elevadas e câmbio sobrevalorizado”.

Renato criticou com veemência o ajuste fiscal, que mantém o país numa lógica financeira rentista e desconhece o desafio de aumentar a taxa de investimento e criar as bases para obter uma taxa média de crescimento econômico maior do que a de 4% atingida durante os dois mandatos do ex-presidente Lula. “Se o governo não estiver atento a isso, vai ficar sem perspectiva”, acrescentou.

Na sua avaliação, a política de ajuste fiscal e “racionalidade dos gastos” que vem sendo adotada neste início de governo segue uma lógica de concepção monetarista de desenvolvimento. “Por que não faz parte do arrocho fiscal essa verba utilizada para pagar juros? Trata-se de uma decisão política”. Para Renato, “manter essa linha, transfere renda em grande volume para um punhado, que são os rentistas, enquanto a grande maioria perde essa renda, que poderia ir para a produção. Assim, a lógica neoliberal permanece”.

O PCdoB defende uma linha desenvolvimentista, com centro em taxas de investimento crescentes, a fim de conquistar índices médios de 6% a 7% de crescimento anual do PIB. Além de defender o investimento voltado à produção, o presidente do PCdoB pautou a importância das reformas estruturais democráticas, como a política, a tributária, a agrária, a da educação, a da saúde e a urbana.

A importância do movimento popular

Renato Rabelo reafirmou o caráter revolucionário da atuação do partido e falou sobre a tática de acumulação de forças e acerca da atualidade do Programa do PCdoB, que estabelece três frentes de disputa política: institucional, movimentos sociais e luta de ideias, “que devem ser intimamente articuladas, estando uma a serviço da outra”.

Para Renato, “o movimento popular é a força motriz que transforma”. Entretanto, ele acredita que os movimentos sociais só terão condições de influenciar na política nacional e pressionar o governo se conseguirem unificar as suas bandeiras e a sua agenda política.

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