quarta-feira, 30 de junho de 2010

Páginas da História: a campanha pelas Diretas Já

















A conquista da maioria na Câmara dos Deputados e a vitória para governos de importantes Estados nas eleições de 1982 deram um novo ânimo à oposição ao regime militar.

O grande obstáculo para a chegada ao poder era a existência do Colégio Eleitoral, com uma maioria governista no seu interior. A única alternativa seria a aprovação de eleição direta para a presidência. Uma emenda nesse sentido já havia sido apresentada pelo deputado do PMDB, Dante de Oliveira.

A emenda precisava de 2/3 dos votos do Congresso e o PDS sozinho possuía mais de 1/3 da Câmara e maioria no Senado. Somente um fato novo poderia reverter esse quadro tão adverso.

Em abril de 1983 o PMDB aprovou uma campanha nacional por eleições diretas. Em junho ocorreu o primeiro ato público em Goiás. Em novembro de 1983 realizou-se um comício na praça em frente ao estádio do Pacaembu, em São Paulo. No dia 12 de janeiro de 1984 um comício em Curitiba inaugurou a campanha suprapartidária pelas Diretas.

No dia 25 de janeiro de 1984 ocorreria um comício na Praça da Sé em São Paulo, com a participação de mais de 300 mil pessoas. A campanha ganhou as ruas, arregimentando um número crescente de partidários em todo o país, nos mais diversos setores da sociedade. Reuniram-se lideranças políticas, sindicais, eclesiásticas e estudantis. Vários artistas, jogadores de futebol e jornalistas aderiram ao movimento, que ganhava cada vez mais simpatizantes entre as camadas populares.

A campanha tomou as praças públicas. Sucederam-se manifestações em diversas capitais do país, Nos últimos cem dias da campanha mais de 8 milhões de pessoas saíram às ruas de todo o país. Eram as maiores manifestações da história do Brasil. O comício da Candelária, a 10 de abril, no Rio de Janeiro, e o do Anhangabaú, a 16 de abril, novamente em São Paulo, reuniram, cada um deles, mais de um milhão de pessoas.

A emenda “Dante de Oliveira”, pelo retorno das eleições diretas à Presidência da República, foi votada em 25 de abril de 1984. Conquistou 298 votos. Apenas 65 deputados votaram contra, mas 112 se ausentaram do plenário e a emenda não conseguiu os 2/3 necessários. Nesse dia 55 deputados do PDS votaram com a oposição.

Menos de dois meses depois da derrota da emenda das diretas, em junho, os governadores do PMDB lançaram o nome de Tancredo Neves à presidência. Grandes comícios se repetiram em todas as principais cidades brasileiras e reuniram milhões de pessoas. A grande mobilização em todo o país culminou com a eleição no Colégio Eleitoral de Tancredo Neves à presidência, derrotando Paulo Maluf, candidato da ditadura.

Em Alagoas a mobilização foi intensa. O Comitê Alagoano pelas Diretas aglutinou os mais diversos setores da sociedade na luta pelas Diretas Já. Milhares de pessoas foram às ruas nos comícios pelas Diretas.

Exercendo o mandato de deputado estadual, com caráter democrático e popular contra a ditadura, participei ativamente como parlamentar na campanha pelas Diretas Já em Alagoas, ao lado de lideranças políticas, estudantis, sindicais, de entidades como a OAB, da Igreja e a sociedade civil em geral.

Nas fotos:

- Na reunião do Comitê Alagoas pelas Diretas, Eduardo Bomfim, Jarede Viana, Geraldo Sampaio, Renan Calheiros.

- O Encontro de Avaliação do movimento, realizado no auditório da antiga reitoria da UFAL, lotado. Fotos: Ênio Lins preside a mesa que dirigia os trabalhos, Taís Normande fala aos militantes e Eduardo Bomfim dicursa.

- Ato pelas Diretas Já reúne milhares de pessoas em Maceió. Na foto, Eduardo Bomfim, Freitas Neto e Aldo Rebelo.

- Grande comício em Maceió pela eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. Na foto: Eduardo Bomfim e Ronaldo Lessa.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Entrevista ao Ministério do Povo


Hoje, fui convidado para uma entrevista por Waldemir Rodrigues, do Ministério do Povo, que vai ao ar todos os dias na Rádio Gazeta AM (1.260KHZ), de Maceió, em cadeia com a Rádio Gazeta de Pão de Açúcar e, especialmente nesta ocasião, com a Rádio Cacique, de Canafístula, distrito de Palmeira dos Índios.

Durante a conversa, falei sobre os desafios enfrentados pelo presidente Lula, os avanços, principalmente no campo econômico, que tivemos no Brasil durante seus dois governos, e o projeto nacional que defendo em minha candidatura ao Senado, ao lado da candidata Dilma Rousseff.

Sobre Alagoas, além de lamentar, mais uma vez, a sucessão de tragédias relacionadas às chuvas, que estão atingindo diversos municípios alagoanos, falamos dos problemas enfrentados hoje por Alagoas, nos campos da segurança, educação, saúde e desemprego, e discutimos a importância da candidatura de Ronaldo Lessa para o Governo.

Também pude conversar com Waldemir, velho companheiro de militância contra a ditadura militar, sobre as lutas alagoanas pela restauração do estado democrático de direito, do qual sou defensor inveterado.

Uma boa conversa sobre o passado, o presente, e o que ainda há por vir, em breve.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lula com as vítimas da tragédia em Alagoas


Nesta quinta-feira, depois de visitar o estado de Pernambuco, o presidente Lula veio a Alagoas, sobrevoou várias cidades atingidas pela força das águas e visitou a cidade de Rio Largo.


(Foto de Marcelo Albuquerque, fotógrafo da Gazeta de Alagoas, publicada em sua edição de hoje)


Lula quebrou o protocolo e fez questão de ir até um dos bairros mais atingidos pela catástrofe. O presidente evitou o forte aparato de segurança que sempre acompanha os deslocamentos da presidência, e percorreu a pé a área do bairro de Vila Angelita, onde os moradores trabalhavam na recuperação e limpeza de residências que não haviam sido destruídas pela enchente. O presidente Lula caminhou sobre os escombros das residências destruídas e fez questão de falar com pessoas que pediam sua ajuda para reconstruir casas e deixar o local.

Durante sua caminhada, Lula recebeu aplausos e gestos de carinho das pessoas. Lula entrou em casas que não haviam sido totalmente destruídas e conversou com as pessoas, emocionado com o drama vivido por elas.

Na Escola Municipal Evandra Carneiro, onde estão alojados mais de 240 desabrigados, Lula quebrou o protocolo mais uma vez e segurou o microfone para que uma mulher, muito nervosa, pudesse relatar com mais tranquilidade o drama daquelas famílias.

Lula que veio acompanhado de oito ministros, declarou todo o apoio de seu governo, anunciou o repasse imediato de mais 275 milhões de reais para cada um dos estados de Alagoas e Pernambuco, para ações de socorro às vítimas, reconstrução de casas, prédios públicos e de infraestrutura nos municípios atingidos. Além disso o presidente liberou 1 bilhão em crédito para a recuperação de estabelecimentos comerciais e industriais e recursos do Ministério da Saúde, de 27 milhões para Alagoas e 21 milhões para Pernambuco, para que seja iniciada a construção de unidades de saúde.

Reunido com os prefeitos, os governadores dos dois estados e seus ministros no auditório do aeroporto Zumbi dos Palmares, Lula se emocionou e chorou ao ouvir o relato da prefeita de Branquinha, Renata Freitas, sobre a calamidade vivida pelo povo do município. Lula garantiu a liberação rápida das verbas e sem burocracia, face à óbvia falta de estrutura de Alagoas e Pernambuco para enfrentarem a situação.

Juventude ativa e solidária


Recebi mensagem de Landstayner, liderança da UJS em Palmeira dos Índios, que mostra a ajuda dos alagoanos aos que se encontram precisando de toda a solidariedade após a tragédia que os atingiu, e faz um chamamento à participação em todas as ações que possam apoiar essas pessoas que tanto necessitam de nossa ajuda.

Veja mais em:

Em meio ao caos a solidariedade (no blog do Land: http://www.blogdoland.blogspot.com/)

Chuvas, dores e esperanças


Charge de Ênio Lins publicada na Gazeta de Alagoas



Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:


Mais uma vez o Estado de Alagoas é assolado pela fúria da natureza e vinte e oito municípios são atingidos pelo desastre, quinze em estado de calamidade pública. Trata-se de um drama de enormes proporções com cidades inteiramente arrasadas que mais parecem vítimas de bombardeios aéreos pesados.

Encontrei-me em Palmeira dos Índios com o Marcelo, prefeito de Quebrangulo, ali vizinho, absolutamente arrasado com as tenebrosas condições da cidade e do município, discutindo, responsável e tensionado, as ajudas e as formas de socorro tão necessárias e urgentes.

Entre os sertanejos, acostumados com as adversidades da natureza, inclemência do clima árido, apesar do verde do inverno, o temperamento humano e seco, o sentimento tem sido de solidariedade e emoções contidas, muito típico de uma gente curtida na carne e no jeito, e como disse Petrúcio, fazedores de poemas de pedras.

É verdade. Nas minhas andanças pelo Estado, conversando com as pessoas, vivenciei a reação dos alagoanos a essa catástrofe de extensa magnitude em dezenas de municípios, sob o olhar e a cultura dos sertanejos de Palmeira dos Índios a Santana de Ipanema e entre as duas cidades pólos, outras como Major Isidoro.

E de Maceió aos espíritos sóbrios das terras das almas dos fortes, como se fala dos sertanejos, a postura é sempre a de que se impõe a união dos alagoanos, sem exceção de ideologias e partidos, na defesa dos irmãos atingidos pelos caminhos do Paraíba e do Mundaú.

Chama-se a isso de centralidade da questão regional (a alagoana) para se combater as vicissitudes dos semelhantes da mesma terra, da mesma cultura e das mesmas identidades, das mesmas sortes e das mesmas sinas.

É também unânime a certeza de que será rechaçada qualquer atitude oportunista de aproveitadores, políticos ou para enriquecimento, das dores provocadas pela tragédia que nos assola.

Mas atenção porque ninguém demonstra que irá tolerar a postura demagógica de sob o justo argumento da união dos alagoanos para enfrentar tamanha catástrofe, abstraia-se a análise dos problemas políticos, administrativos ou técnicos que ficam expostos em nossa realidade.

O alagoano é sábio na compreensão da realidade em que vive e sabe muito bem formular as suas críticas e sonhar com suas esperanças possíveis e realizáveis. Já se foi o tempo de uma plebe rude, resignada aos comandos de uma aristocracia reinol de punhos de renda e talheres de prata.

Ibope divulga: Dilma com 40% ultrapassa Serra com 35%

Lula obtém recordes de avaliação positiva e de confiança e sua candidata à presidência, Dilma Rousseff, assume a dianteira na disputa eleitoral segundo apontam os responsáveis pela pesquisa feita pelo Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quarta-feira (23/06).

Leia mais em:


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ajuda aos alagoanos atingidos pela tragédia

Há uma mobilização da sociedade para ajudar os milhares de alagoanos atingidos pela verdadeira catástrofe em vários municípios de nosso Estado.

Quem quiser doar alimentos não perecíveis, roupas e água potável veja os locais em:

http://claudiapetuba.blogspot.com/ e

http://naldofreitas.blogspot.com/

terça-feira, 22 de junho de 2010

Governo federal libera 100 milhões para as vítimas das chuvas e Lula vem a Alagoas

Na volta da viagem ao sertão, passamos pela ponte de Atalaia, que atravessa o Rio Paraíba, com o nível da água muito alto, quase chegando à base de concreto. A população que mora nos locais mais vulneráveis já havia sido avisada desde as 15 horas que deixasse suas casas. É muito grave a situação.

Reproduzo aqui matéria da Agência Brasil, com a devida correção, de que o presidente Lula sobrevoa os locais atingidos nesta quinta-feira, e não quarta, como havia sido dito.

Governo libera R$ 100 milhões para vítimas das chuvas no Nordeste

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo federal liberou R$ 100 milhões para Alagoas e Pernambuco, estados atingidos pelas chuvas nos últimos dias. Metade desse valor já foi encaminhada aos estados para os primeiros atendimentos à população. O resto será enviado quando a Casa Civil receber o relatório com os estragos.


Os recursos são parte do previsto na Medida Provisória 490, editada na semana passada e que destina R$ 1,2 bilhão para estados atingidos por enchentes.

Serão enviadas ainda 75 mil cestas básicas, além de kits básicos de enchente. A Força Nacional de Segurança está com 400 homens preparados para ir a Alagoas e Pernambuco ajudar no atendimento, na logística e distribuição de alimentos. Os homens devem trabalhar também na reconstrução de pontes e instalação de geradores de energia elétrica.


“A orientação que temos é a de que não faltarão recursos. Mas quanto vai custar isso, ainda não sabemos porque tem lugares em que a água ainda nem baixou”, disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Ele participou da reunião do Gabinete de Crise, que discutiu o assunto hoje (22) com a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega hoje aos locais atingidos para verificar a situação. Paulo Bernardo disse que todos os ministérios estão mobilizados na ajuda aos estados. Um Gabinete de Crise, coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional, foi criado especialmente para analisar a situação das chuvas na região.

Link da matéria: http://admin.agenciabrasil.ebc.com.br/web/ebc-agencia-brasil/ultimasnoticias?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_56_groupId=19523&_56_articleId=982203

Fim da viagem ao Sertão alagoano

Cheguei ao fim da viagem aos municípios de Palmeira dos Índios, Major Isidoro e Santana do Ipanema. Sertão verde, rios caudalosos e chuva foi o que vimos durante esses dois dias em que percorremos três rádios da região.

Em Major Isidoro, estive com o jornalista, advogado e empresário Vladimir Barros na rádio comunitária Sertãozinho FM (104,9Mhz), onde conversei com Nicélio Leite, como em Palmeira, sobre os rumos do governo federal durante a passagem de Lula pela presidência, a grande tragédia que se abateu sobre os alagoanos da Zona da Mata, principalmente, e minha pré-candidatura ao Senado.
Aproveitei para dar uma passada na agência do Banco do Brasil para falar com os funcionários e dar um abraço no fundador da rádio, Ib Pita, militante histórico do PT.
De lá, seguimos para Santana, onde nos acompanhou Valter Filho, do Santana Oxente, e outro personagem histórico nos aguardava. O jornalista Fernando Valões abriu espaço em sua programação diária, na rádio comunitária Cidade FM (87,9Mhz), para conversar conosco sobre assuntos os mais variados. A emissora faz parte da ONG Acema, que trabalha com esporte, meio ambiente e inclusão digital, entre outras frentes. Acabamos ganhando uma pequena platéia, formada pelos jovens que chegavam ao local para utilizar um dos computadores.

Aí abaixo estão algumas fotos das entrevistas. Também aproveito para colocar imagens do jantar ocorrido ontem à noite, em Palmeira, com lideranças locais. Para ampliar é só clicar.
Fotos: Sumaia Villela
Fernando Valões
me entrevistando
na Cidade FM
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Jovens que buscavam
os computadores
acabaram acompanhando
a entrevista até o fim
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Nicelio Leite, da
Sertãozinho FM,
no momento da
entrevista
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Jantar em Palmeira com
Wellington Beto, Vladimir
Barros, eu, Land Quintela,
Paulo Poeta, Ricardo Vitório,
funcionários da Vitório FM
e jovens do movimento estudantil

Viagem ao Sertão alagoano




Há pouco concedi entrevista ao Ricardo Vitório, advogado, empresário e ex-vice-prefeito de Palmeira dos Índios, dono da Rádio Vitório FM (104,9Mhz), em Palmeira, em cadeia com a Cacique FM, de Canafístula. Conversamos durante cerca de uma hora sobre os avanços do Governo Lula, os estragos provocados pela chuva em solo alagoano e minha pré-candidatura ao Senado pela Frente Popular por Alagoas.


Cheguei ao município ontem, onde tive a oportunidade de jantar com representantes da União da Juventude Socialista (UJS), Land Quintela, secretário de organização de Palmeira dos Índios, e Jéssyca Malta, secretária geral da instância municipal da organização que participa do movimento estudantil, que comemoravam a conquista recente de 50% dos lucros do Pré-sal para a educação.

Também esteve presente o pré-candidato a deputado estadual pelo PT, Wellington Beto, médico ortopedista e ex-secretário de saúde de Palmeira. Uma de suas preocupações, segundo ele, é com o atendimento emergencial da cidade, que recebe pacientes de toda a região circunvizinha.

Estou agora em Major Izidoro, para ser entrevistado na Rádio Sertãozinho (104,9Mhz), e depois vou para Santana do Ipanema, onde entrarei no ar pela Rádio Milênio e Rádio Cidade (87,9Mhz). Nessas e em viagens anteriores, me acompanha sempre o advogado e empresário Vladimir Barros, presidente municipal do PCdoB, também da Tribuna do Sertão. Na próxima edição do jornal, a entrevista da Rádio Vitório será publicada.

Coloco mais fotos no fim do dia.

sábado, 19 de junho de 2010

17 municípios alagoanos em estado de calamidade pública

Minha solidariedade aos milhares de alagoanos atingidos pelas inundações e estragos causados pelas fortes chuvas que caíram em diversos municípios nestes dois últimos dias.

Páginas da História: Fotos da campanha e mandato democrático popular contra a ditadura


























Campanha para a Assembléia Legislativa, pela coligação que teria Teotônio Vilela como candidato ao Senado. Com sua doença, Moura Rocha assumiu a candidatura ao Senado:

Eduardo Bomfim e Ênio Lins em campanha

Eduardo Bomfim e Moura Rocha

Eduardo Bomfim, Moacir Andrade e Ronaldo Lessa

Campanha no interior: Renan Calheiros, candidato a deputado federal, e Eduardo Bomfim, candidato a deputado estadual

Eduardo Bomfim eleito deputado estadual

Frente à polícia em manifestação de sindicalistas na rua

Na porta da Assembléia Legislativa, na Praça D. Pedro II, Eduardo Bomfim com Jarede Viana e Marta Bernardes

Eduardo Bomfim discursa da tribuna da Assembléia Legislativa

Em debate pela campanha das Diretas Já, Eduardo Bomfim e Jarede Viana

Páginas da História: mandato democrático popular contra a ditadura






Fotos:

Campanha nos bairros populares


Campanha nas ruas envolveu multidões


Em 1982 realizaram-se eleições gerais para os governos de Estados e Municípios, para o Senado, Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais. A eleição para o Congresso decidiria a correlação de forças no Colégio Eleitoral que elegeria o próximo presidente em 1985.

As eleições transformaram-se num plebiscito contra o regime militar. O PCdoB, na clandestinidade, estava com muitos de seus militantes filiados ao PMDB.

A oposição obteve 59% dos votos e fez maioria na Câmara Federal. Fez também 11 governadores, entre eles os de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas o arranjo eleitoral feito pelo regime, com o pacote de medidas antidemocráticas aprovado em junho de 1982, garantiu, num primeiro momento, que o PDS tivesse maioria de votos no Colégio Eleitoral que indicaria o próximo presidente da República.

O PCdoB elegeu quatro deputados federais e deputados estaduais em vários Estados, como São Paulo, Amazonas, Pernambuco e Alagoas.

Eleito deputado estadual em Alagoas, exerci o mandato de 1983 a 1986. Fui o líder da oposição ao regime militar na Assembléia Legislativa de Alagoas nas legislaturas de 1983 e 1984. Foi um período de grande efervescência política, de grandes debates, acompanhados sempre com as galerias destinadas ao povo lotadas.

Foram muitos os embates com o regime no exercício do mandato, quer seja da tribuna da Assembléia Legislativa, quer seja nas ruas na luta pelas liberdades democráticas e, mais adiante, na campanha pelas Diretas Já, que tomou conta do País.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A convenção

Foto: Lula e Dilma no Ato Político do PCdoB realizado em 08/04.


Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:

Nesta quarta-feira passada realizou-se em Brasília a Convenção Nacional Eleitoral do Partido Comunista do Brasil que tratou da formalização do apoio à candidata do Partido dos Trabalhadores à presidência da República, Dilma Roussef.

O ato político propriamente dito já havia sido realizado em abril com a participação de milhares de militantes e centenas de personalidades de todo o País. O ponto alto do evento foram as presenças do presidente Lula e da candidata Dilma além de vários ministros de Estado.

Com a participação de diversos artistas, como Martinho da Vila e Leci Brandão, a grande festa caracterizou-se pelo marco político dos discursos, especialmente a intervenção do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo.

Nos dois importantes eventos foi significativa a compreensão do caráter das eleições deste ano. Compreensão que foi reafirmada mais uma vez diante do vice-presidente José de Alencar nesta quarta-feira.

Trata-se da necessidade da continuação do projeto nacional de desenvolvimento implementado nos dois governos do presidente Lula. Desenvolvimento econômico tendo como base e princípio a inclusão social do povo brasileiro e a soberania política e territorial da nação. E isso não é algo simples.

Ao longo de toda a sua existência, inclusive no período republicano, esse foi o elemento de todos os conflitos e antagonismos principais acontecidos em nossa História.

O País só conseguiu avançar economicamente e socialmente quando foi reafirmada a autonomia da sua trajetória independente em relação às potências hegemônicas e, em sentido contrário, regrediu quando a sua soberania foi aviltada.

Na mesma linha, a questão democrática, as liberdades políticas e o respeito às garantias constitucionais legítimas, só se tornaram estáveis e asseguradas quando a nossa integridade e independência, reais e efetivas, foram conquistadas através de governos de firmes posições patrióticas.

E é por tudo nisso que as próximas eleições gerais assumem uma enorme dimensão histórica. Porque ou bem avançamos com o atual projeto de desenvolvimento econômico-social soberano, ou regrediremos ao período neoliberal da era FHC.

A minha pré-candidatura ao Senado da República faz parte desse projeto em que os alagoanos serão chamados a se posicionar com dignidade.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

PCdoB formaliza apoio à candidatura de Dilma Roussef e aprova contribuições para o programa de governo


Publicada no O Jornal matéria que informa minha participação na Convenção Nacional do PCdoB que se realizou em Brasília nesta quarta-feira, 16/06. Os jornais Tribuna Independente e Gazeta de Alagoas também noticiaram minha viagem a Brasília para a Convenção que decidiu oficialmente o apoio do partido à candidatura de Dilma Roussef à Presidência da República, homologada pelo PT no último domingo.

A Convenção Eleitoral Nacional do PCdoB aconteceu no Centro de Convenções Brasil 21, com a presença do vice-presidente José Alencar (PRB), do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, do vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, além dos prefeitos de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), e de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), Luciana Santos, vice-presidente nacional do PCdoB, Inácio Arruda, senador do PCdoB pelo Ceará, toda a bancada federal do PCdoB e seu líder, Daniel Almeida.

O encontro aprovou ainda um documento com as contribuições do Partido para o programa de governo de Dilma. No documento, o PCdoB destaca a importância das eleições deste ano: “As eleições de outubro serão decisivas para os destinos do país. Estão em confronto dois campos políticos antagônicos. A aliança de partidos, movimentos populares, setores sociais e empresariais democráticos, liderada pelo presidente Lula versus legendas que sustentaram o governo neoliberal de FHC que levou o Brasil à estagnação e até mesmo à decadência”.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fez o discurso de abertura do evento e lembrou que Dilma é a continuidade do governo Lula. Renato também lembrou que o presidente Lula deixa de aparecer na lista de votação pela primeira vez desde 1989, mas deixa um legado e uma herança apreciáveis, com importantes conquistas para o povo.

Renato Rabelo, destacou em seu pronunciamento as candidaturas majoritárias do PCdoB, que apresenta Flávio Dino candidato ao governo do Maranhão, e as candidaturas ao Senado: meu nome, Eduardo Bomfim, em Alagoas, e de outros companheiros candidatos ao Senado, como nos estados do Amazonas, Vanessa Grazziotin, Acre, Edvaldo Magalhães, Rio Grande do Sul, Abgail Pereira, Rio Grande do Norte, Sávio Hackradt, e São Paulo, Netinho de Paula.

Leia mais em:

http://www.pcdob.org.br/noticia.php?id_noticia=131601&id_secao=141

domingo, 13 de junho de 2010

Páginas da História: a campanha pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita














Fotos: Eduardo Bomfim e o senador Teotônio Vilela, e passeata pela Anistia em Maceió.
Depoimento de Eduardo Bomfim a Selma Villela, e dados obtidos no livro “Contribuição à história do Partido Comunista do Brasil”.


Em 1974, face às denúncias cada vez mais intensas de torturas a presos políticos, e à grande repercussão no exterior, o governo Geisel se vê na necessidade de fazer promessas de abertura política. O discurso da distensão lenta, gradual e segura aparece como alternativa do regime.

A política de “abertura”, somada à inflação que crescia, acarretando maior arrocho salarial, favorecia o crescimento da oposição democrática e popular. Nessa época surge o Movimento Feminino pela Anistia, fundado por Terezinha Zerbini, advogada, esposa de um dos generais cassados em 1964. O Manifesto da Mulher, divulgado pelo Movimento, recolhe 20 mil assinaturas. Em agosto a OAB, na sua 5ª Conferência Nacional, aprovou moção em defesa da anistia aos presos políticos brasileiros.

O PCdoB participa ativamente dos primeiros momentos da luta pela anistia. O regime sofre derrotas nas eleições para o Senado (o MDB elege 16 dos 22 senadores), Câmara Federal (a oposição conquista quase metade das cadeiras) e em diversos Estados.

Durante o ano de 1975, a ação repressiva da ditadura recrudesce e acontecem centenas de prisões em diversos Estados, o que desencadeia manifestações de protesto de diversos setores da sociedade organizada.

Intelectuais, jornalistas e entidades escrevem uma Carta Aberta denunciando a repressão; a Igreja também denuncia, bem como o Simpósio da SBPC e o Conselho Federal da OAB. O Movimento Feminino pela Anistia entrega ao governo um documento exigindo Anistia Ampla e Geral.

No dia 16 de dezembro de 1976 acontece a “Chacina da Lapa”, quando a ditadura militar assassina, prende e tortura importantes dirigentes do PCdoB que estavam em reunião do Comitê Central do partido em uma casa no bairro da Lapa em São Paulo.

É grande a repercussão no exterior dos crimes da ditadura. Manifestações de todo o tipo são realizadas no exterior, desde abaixo-assinados de intelectuais, artistas, estudantes e líderes operários, enviados aos órgãos repressivos da ditadura e a organizações internacionais, até atos políticos diante das embaixadas brasileiras em vários países. Cria-se intenso movimento de solidariedade internacional de denúncia dos assassinatos, prisões e torturas no Brasil.

Em 1978 o movimento oposicionista cresce e melhor se organiza. É fundado o CBA (Comitê Brasileiro pela Anistia), com a afirmação da palavra de ordem “Anistia Ampla, Geral e Irrestrita”. São fundados vários comitês e sociedades em defesa dos direitos humanos e, em abril, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) aprova o “Apelo dos Bispos do Brasil”, que pede a Anistia.

O ano de 1978 encerra sua jornada de lutas com a realização em novembro, em São Paulo, do 1º Congresso Nacional pela Anistia, que reúne mais de mil pessoas e aprova uma Carta de Princípios, exigindo anistia para todos os presos, perseguidos, exilados, banidos, cassados e demitidos.

Tendo iniciado minha militância política na Ação Popular (AP) em 1970 em Alagoas, ingressei no Partido Comunista do Brasil – PCdoB em 1972 e vivi todo esse processo de luta contra a ditadura. Alternando períodos de clandestinidade e semi-clandestinidade, passei à atuação pública na luta pela Anistia, tendo sido fundador e primeiro presidente da Sociedade Alagoana de Defesa dos Direitos Humanos, de 1978 a 1980. Era membro ainda da direção nacional do Comitê Brasileiro pela Anistia, presidido à época pelo advogado Eduardo Greenhalgh.

Em Alagoas o movimento pela Anistia aglutinou todos os que queriam lutar pelo fim da ditadura. As reuniões da Sociedade Alagoana de Defesa dos Direitos Humanos lotavam os espaços nos quais se realizavam, como os auditórios da sede da OAB/AL, na praça do Montepio, e da antiga reitoria da UFAL, na praça Sinimbu.

Milhares saímos às ruas de Maceió, participando do amplo processo de mobilização que tomou conta do País. Foi de Alagoas também que saiu a figura que veio a tornar-se o símbolo desse movimento: o senador Teotônio Vilela com quem percorri prisões pelo Brasil afora, quando o senador emitiu a declaração que teve grande repercussão, de que não havia visto terroristas nas prisões mas sim os melhores filhos da juventude brasileira.

Depois de anos de luta, a lei da anistia foi aprovada em agosto de 1979, ainda que limitada e incompleta. Iniciava-se assim a fase final da ditadura brasileira.

Benedito Calheiros Bomfim: não é lícito falsear a verdade para absolver


Artigo de Benedito Calheiros Bomfim publicado na Tribuna do Advogado:


“Nenhum advogado deve aceitar a defesa de casos injustos", segundo mandamento do Santo
Ivo, padroeiro dos advogados, "porque são perniciosos à consciência e ao decoro.” Paulo Lobo salienta que "não há justificativa ética, salvo no campo da defesa criminal, para a cegueira dos valores diante de interesses sabidamente aéticos ou de origem ilícita". No entender de Maurice Garçon, "o advogado não pode, sem proceder ilegitimamente, colocar os recursos de sua arte ao serviço do que lhe parece injusto com ajuda de argumentos que ferem sua consciência”. “O dito, a um tempo irônico e desprestigiante, de que toda causa se defende, é falso. Há causas que se deve recusar", salienta.

Também o Código de Ética qualifica o exercício da advocacia como incompatível com a mercantilização. Do advogado, em cuja porta a tentação bate com frequência, exige-se retidão de caráter, sólida formação ética e moral, conduta ilibada. Não lhe é lícito, no trabalho de defesa,
deturpar ou orientar o cliente a alterar os fatos, falsear a verdade, instruir testemunhas, utilizar atifícios sabidamente simulados para burlar a boa fé do julgador, com o fito da absolvição. Assim agindo, estará sendo indigno do preceito constitucional que o alçou à categoria de "indispensável à administração da Justiça".

O acusado tem o direito de não se auto-incriminar. Mas o advogado não pode, em todos os casos, máxime em casos documentados, com provas concludentes, proclamar a priori a inocência de seu constituinte, como se endossasse o ato criminoso. Cumpre-lhe, sim, mostrar as circunstâncias atenuantes, opor-se aos rigores da pena excessiva, demonstrar a aplicação errônea da lei, fazer com que os direitos do cliente sejam respeitados, colaborar com a Justiça. Nunca, porém, lutar pela impunidade do cliente realmente culpado, porque assim estará agindo contra os interesses da sociedade.

O uso de recursos protelatórios a fim de obter a prescrição da pena em crimes como desvio de recursos, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, fraude contra a administração pública, sonegação, tem sido uma estratégia até de advogados de renome para conseguir a impunidade de seus clientes.

É preciso não esquecer que o amesquinhamento da advocacia contribui para o rebaixamento do
Judiciário, tal o grau de interrelação entre as duas categorias. Como bem ponderou Carvalho Santos, “em se elevando uma, a outra também se eleva. São as duas que se deprimem, quando um tenta diminuir a outra”.

Brasil deve cortar pobreza à metade até 2014


Mantida a tendência de crescimento médio da economia no governo Lula, o Brasil cortará à metade o número de pessoas pobres até 2014.

O total cairá de 29,9 milhões para cerca de 14,5 milhões, o equivalente a menos de 8% da população, informa reportagem de Fernando Canzian publicada na Folha de São Paulo deste domingo.

Nos anos Lula, até a crise de 2009, o número de pobres (pessoas com renda familiar per capita mensal até R$ 137,00) caiu 43%, de 50 milhões para 29,9 milhões.

Hoje, a velocidade da queda do número de pobres é ainda maior, de cerca de 10% ao ano, segundo cálculos do economista Marcelo Neri, chefe do Centro de Pesquisas Sociais da FGV-Rio. "Estamos entrando em um processo de redução da desigualdade mais forte do que no período entre 2003 e 2008", afirma Neri.

Outros especialistas ouvidos pela Folha concordam com essas previsões, consideradas realistas ante a tendência dos últimos anos.

Consideram também viável o país manter um ritmo de crescimento até maior do que a média dos últimos anos. A previsão de crescimento para 2010, por exemplo, já varia entre 6,5% e 7,5%.
A diminuição do número de pobres e a ascensão de 32 milhões de brasileiros às classes ABC entre 2003 e 2008 esteve relacionada, principalmente, ao aumento do emprego formal e da renda do trabalho, à política de valorização do salário mínimo e aos programas sociais, como o Bolsa Família.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

As quatro grandes dívidas

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:

O Brasil vive uma época de crescimento acelerado em plena crise econômica internacional, quando a Europa patina e vários países da sua comunidade vivem um inferno financeiro de larga magnitude. De tal maneira que já se chega a comentar o esfacelamento da União Europeia. O que é, acho eu, uma possibilidade remotíssima, senão praticamente nula.

De concreto mesmo é que a onda da bancarrota financeira varreu todos os continentes em uma escala só comparável à grande depressão de 1929. Em comum é que a origem tanto de uma quanto da outra se deu nos Estados Unidos da América.

Quando a atual crise atingiu o País a grande mídia hegemônica nacional, sempre catastrofista e irredutivelmente oposicionista em relação ao governo Lula, esmerou-se em anunciar a derrocada total do desenvolvimento nacional.

Na verdade é o de sempre, o inconformismo de cunho ideológico e político, pelo fato de que o Brasil cresce e, mais que crescer, desenvolve-se com acelerado processo de inclusão social de dezenas de milhões de famílias que saem da linha de pobreza relativa ou absoluta, forjando inclusive uma nova cara da classe média, mais mestiça e mais autenticamente nacional.

Em decorrência desse crescimento e dos projetos estratégicos do Estado brasileiro, coisa abominada pelos neoliberais de Fernando Henrique Cardoso, do papel decisivo do Estado nos destinos do País, o Nordeste também cresceu e avançou em grande ritmo que superou em vários aspectos as regiões mais desenvolvidas, como o Sul e o Sudeste.

No entanto, o bravo Estado de Alagoas é um dos que menos cresceu ou que não acompanhou em mesma escala os outros Estados nordestinos irmãos. E não se pode dizer que não recebeu fartos investimentos do governo federal. O presidente Lula acaba de liberar nesta terça-feira 1,5 bilhão de reais para obras de duplicação da BR 101 em território alagoano. O que vai implicar em extraordinária injeção de capital, direto e indireto.

Mas apesar de tanto investimento ao longo dos últimos quatro anos nosso Estado encontra-se atolado em quatro grandes graves dívidas. São elas as da educação, da saúde, da insegurança e violência generalizada e das altas e persistentes taxas de desemprego. As próximas eleições em Alagoas não podem deixar de diagnosticar e apresentar soluções para essas chagas abertas no seio da nossa população. Que são em última instância problemas estruturais fundamentais para a superação de uma realidade que todos nós alagoanos vivenciamos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Renato fala sobre propostas para o programa de governo de Dilma e candidaturas do PCdoB


O Vermelho entrevistou Renato Rabelo, presidente do PCdoB, a respeito das eleições e propostas do partido para o programa de governo de Dilma Roussef:


Vermelho: A candidatura do Flávio Dino é a única candidatura a governo estadual pelo PCdoB, pois o partido decidiu concentrar esforços na disputa proporcional, buscando aumentar suas bancadas no Congresso Nacional. A direção partidária já tem um mapeamento das chances eleitorais do partido?


Renato Rabelo: Candidatura majoritária para governo estadual é só o Maranhão, mas temos outras candidaturas majoritárias para o Senado. Temos candidaturas com grandes possibilidades de vitória, como é a candidatura do Edvaldo Magalhães no Acre, da Vanessa Grazziotin no Amazonas, do Eduardo Bomfim em Alagoas. São candidaturas que têm o respaldo de uma frente política forte, constituída de muitos partidos. Não é o PCdoB sozinho, ou o PCdoB com um ou dois partidos. É uma frente constituída de forças políticas que têm poder de hegemonia política local. Então são possibilidades concretas de êxito.


Leia mais em:



Estudantes comemoram aprovação dos 50% do pré-sal para educação


Estive no último domingo, 6 de junho, no 10º Congresso da União da Juventude Socialista - UJS de Alagoas, realizado no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, quando foi reafirmada a participação da juventude nos debates e na luta pela soberania e desenvolvimento nacional. Foi discutida a importância do embate político eleitoral, com o engajamento da UJS na campanha e eleição dos candidatos comprometidos com a luta pelas ideias debatidas durante todo o Congresso.
O PCdoB apresenta a pré-candidatura a deputada federal de uma jovem, diretora da UNE e coordenadora da diretoria recém-eleita do DCE da UFAL, Cláudia Petuba, que saiu aclamada do Congresso.
Parabenizo a juventude reunida no Congresso da UJS, que hoje comemora a vitória obtida no Congresso Nacional da bandeira defendida pela UNE e UBES, de 50% dos recursos obtidos com a exploração do pré-sal destinados para a educação pública superior e básica, área considerada pela entidade como estratégica para o desenvolvimento do país.

Leia mais sobre a aprovação da “emenda da UNE” em:

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=131171

domingo, 6 de junho de 2010

Aldo Rebelo: Código florestal e neomalthusianismo




Artigo de Aldo Rebelo publicado na Folha de São Paulo e reproduzido no Vermelho:

A injusta e equivocada tese malthusiana (do conservador inglês Thomas Robert Malthus 1766-1834), de que a condição do pobre era fruto da lei natural e da providência divina, portanto, imutável, domina hoje as relações entre as nações do mundo.

De um lado, os interesses concretos das nações ricas e desenvolvidas, principalmente das suas classes dominantes, se empenham na apropriação dos bens naturais, já escassos em seus domínios, mas abundantes entre os países ditos emergentes ou subdesenvolvidos. De outro lado, as nações pobres que aspiram a seu pleno desenvolvimento, para isso usando seus recursos naturais, encontram todos os tipos de barreiras: estruturais, fiscais, sanitárias, e, mais recentemente, as ambientais.

Países e até continentes inteiros parecem estar condenados a se perpetuarem na pobreza, como pensava Malthus a respeito do miserável em sua época. "Não há vaga para ele no lauto banquete da natureza", sentenciava o autor.

O reacionarismo desumano de Malthus foi implacavelmente derrotado, na doutrina e na prática. Mas ressurge, atrasadíssimo no tempo, no confronto da agricultura fortemente subsidiada dos países desenvolvidos com a produção agrícola cada vez mais competitiva de nações como o Brasil.

E, como se não bastasse a distorção do subsídio, condenada pela Organização Mundial do Comércio, agora usam a pecha de agressores do meio ambiente sobre os produtores agrícolas dos países em desenvolvimento.

O confronto ambientalismo versus agricultura brasileira já é intenso em todas as regiões do país, mas é na Amazônia que se concentra o seu maior impacto. As nações ricas já não mais podem cobiçá-la, como antes, mas querem mantê-la tutelada e inabitada, a salvo de qualquer manejo, por mais ambientalmente sustentável que este seja. É na chamada Amazônia Legal, principalmente na faixa de transição entre o cerrado e o bioma amazônico, que ONGs desenvolvem campanhas milionárias para interditar a fronteira agrícola e a mineração. O dinamismo do país na produção de soja, carne, algodão e açúcar causa imenso desconforto aos concorrentes internacionais.

O médico e humanista brasileiro Josué de Castro (1908-1973), que lutou contra as ideias malthusianas, negou, no livro Geografia da Fome, a suposta harmonia entre o homem e a natureza da região amazônica. "Na alarmante desproporção entre a desmedida extensão das terras e a exiguidade de gente, reside a primeira tragédia geográfica da região."

A imagem dessa fictícia harmonia e a intenção de manter uma Amazônia eternamente inexplorada é hoje um produto chique de consumo nas nações ricas. Trata-se de uma ficção produzida por "pop stars", como Sting e seus cortesãos locais, ou levada às telas por cineastas como James Cameron, em seu filme Avatar.

A Amazônia é parte do território brasileiro, é corpo e alma do Brasil. Os povos amazônicos têm o direito de ver sua região se desenvolver. É esse também um dos objetivos da reforma do Código Florestal, da qual sou relator. Não se pode aceitar a legislação atual, que coloca na ilegalidade 90% dos proprietários rurais, o cidadão que arranca uma minhoca da beira do rio ou o índio que põe raiz de mandioca para fermentar na água de um igarapé.

O novo Código Florestal vai proteger o meio ambiente da Amazônia e de outras regiões sem impedir seu desenvolvimento e manejo sustentáveis. Essa é a resposta que o Congresso brasileiro dará ao neoambientalismo dos países ricos. Ninguém está destinado a viver eternamente na pobreza.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Crise, eleições e partidos


Charge de Ênio Lins publicada na Gazeta de Alagoas.


Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:


Em meio a um extraordinário vendaval financeiro internacional o Brasil resiste, demonstra vigor econômico e mantém uma perspectiva de crescimento de mais de 6% do seu PIB ainda este ano, exatamente o ano em que a crise atinge a Europa em cheio como uma bomba.

Mas é preciso que o País adote medidas de precaução em relação ao nebuloso cenário mundial. Um quadro de grandes instabilidades econômicas e uma perigosa sucessão de conflitos geopolíticos provocados pela resistência, que se amplia, de vários povos à diplomacia de porrete dos Estados Unidos da América.

A política externa dos EUA mais parece com as atitudes de uma pessoa em crise e descompensada, seguida de perto pelas recentes e violentas agressões do seu aliado incondicional no Oriente Médio, o Estado de Israel. Como se não bastassem os episódios do navio afundado entre as Coréias, a preparação midiática de um ataque anunciado contra o Irã.

Ora, esse cenário não é brincadeira porque mistura tensão militar com econômica em altas proporções e que são suficientes para concluirmos que há no ar cheiro de nitroglicerina pura.

É nesse contexto que o Brasil deve adotar todas as medidas cautelares necessárias a fim de proteger o crescimento econômico tendo como um dos seus pilares o substancial mercado interno, um dos responsáveis fundamentais para que a nação venha atravessando a tempestade em pleno ritmo de economia vitoriosa.

E como não há economia sem subordinação às orientações políticas, a opinião pública nacional, vale dizer, os eleitores brasileiros, estão muito bem atentos ao grau de responsabilidade e competência do governo Lula.

Porque o País e a sua administração estão sendo submetidos a duras provas de resistência e vêm se conduzindo com êxito inquestionável.

A resistência do presidente da República em implementar, no auge da crise, medidas recessivas cobradas pela grande mídia global, semelhantes àquelas implementadas por todos os dois governos FHC, mostrou-se acertada.

E não apenas justas, mas estrategicamente distintas e antagônicas, como políticas econômicas, da linha neoliberal de FHC, e do seu candidato o senhor José Serra.

No andar dessa carruagem será praticamente inevitável o crescimento da senhora Dilma Rousseff como também o declínio do candidato tucano. A outra questão é que não há a menor dúvida sobre o caráter plebiscitário destas eleições. Assim como o futuro incerto de alguns partidos.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Israel e a estratégia do "cachorro louco"



Publicado no Resenha Estratégica:


Atribui-se ao lendário general Moshe Dayan o conceito de que, para ser respeitado, Israel precisaria atuar no cenário internacional como um cachorro louco, de quem todos têm receio. Efetivamente, desde a sua criação, o Estado judeu tem seguido rigorosamente tal orientação, utilizando de forma implacável o seu enorme poderio bélico para se impor aos seus opositores islâmicos nos conflitos militares travados contra eles (a exceção foi a derrota no confronto de 2006 com o Hisbolá, no Líbano) e para impor os seus desígnios ao povo palestino, na Cisjordânia e em Gaza. A questão é que, desde a década de 1960, a ira do "cachorro louco" vem sendo incentivada pelos seus donos, os setores mais belicistas do Establishment anglo-americano.

A ofensiva israelense em Gaza, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, foi particularmente reveladora desse conluio de interesses, servindo tanto para reafirmar a postura agressiva de Israel frente aos vizinhos, manchada pela derrota imposta pelo Hisbolá, como para "medir o pulso" do então president eleito Barack Obama, que tinha na solução da crise do Oriente Médio um dos seus comprimissos de campanha. Como explicamos na edição de 14 de janeiro de 2009 desta Resenha:

O brutal ataque militar desfechado por Israel contra a Faixa de Gaza, iniciado em 27 de dezembro, tem diversas motivações que, em conjunto, atendem perfeitamente os interesses dos setores mais radicais do Establishment oligárquico que empregam os aparatos militares dos EUA e de Israel como instrumentos singulares de projeção de poder em regiões-chave para a sua agenda hegemônica global. Além das Forças Armadas, tal complexo inclui indústrias de material bélico, empresas de mercenários, think-tanks, lobistas, entidades midiáticas e acadêmicas e serviços de inteligência, com estreitos vínculos com o sistema financeiro e, frequentemente, redes do crime organizado. Embora formalmente subordinado aos respectivos governos nacionais e ainda que não tenha algo como um "centro de comando unificado", na prática, ele funciona quase como uma instituição em si própria, dotada de grande capacidade de influência e controle dos postos oficiais cruciais para a formulação das políticas governamentais de Washington e Tel Aviv. Por isso, não raro, os observadores políticos superestimam a influência israelense nos EUA, deixando de perceber o que, muitas vezes, são respostas comuns a diretrizes emanadas do mesmo complexo de interesses oligárquicos.

Recentemente, as reiteradas ameaças militares de Israel contra o Irã e o implacável ataque à chamada "Flotilha da Paz", que levava ajuda humanitária a Gaza, num esforço de romper o bloqueio israelense, se inserem no mesmo contexto - que, para aqueles círculos hegemônicos, encontra-se ainda mais agravado pelo aprofundamento da crise econômico-financeira global e, não menos, as repercussões do acordo de Teerã.

O tom belicoso contra o Irã, que se acentou no governo de Benjamin Netanyahu, ganhou novas proporções nos últimos dias, com o anúncio de que Israel passará a manter permanentemente um dos seus três submarinos classe Dolphin no Golfo Pérsico, próximo à costa iraniana, segundo noticiou em 30 de maio o jornal inglês The Sunday Times. Tais belonaves, de construção alemã, são dotadas de mísseis de cruzeiro armados com ogivas nucleares e integram a força de retaliação secundária do arsenal nuclear israelense. A nota, que mais se assemelha a um boletim de imprensa do Ministério das Relações Exteriores israelense, afirma que "os submarinos poderiam ser usados se o Irã continuar com o seu programa para produzir uma bomba nuclear". Um oficial naval israelense não identificado é citado, afirmando: "Os mísseis de cruzeiro dos submarinos têm um alcance de 1.500 km e podem atingir qualquer alvo no Irã."

De uma forma sintomática do tratamento de dois pesos e duas medidas da mídia internacional em relação a Israel e ao Irã, a despeito da intenção visivelmente intimidatória da nota, a repercussão da mesma foi mínima, em um claro contraste com o enorme alarido que acompanha os testes de mísseis iranianos, que costumam fazer primeiras páginas e chamadas dos principais noticiários em muitos países.

Mas o grande destaque ficou mesmo por conta do ataque à flotilha que se dirigia a Gaza, ainda em águas internacionais, na madrugada da segunda-feira 31 de maio, o qual resultou em um número ainda indeterminado de mortos e feridos e na prisão dos ocupantes das seis embarcações que a integravam. A ação provocou uma onda internacional de indignação, levando até mesmo governos tradicionalmente suaves com Israel, como a Alemanha e a França, a se manifestar contra Tel Aviv com uma certa veemência. Entrentanto, o fato é que as suas repercussões têm um grande potencial desestabilizador, não apenas devido à deterioração das relações de Israel com a Turquia, cujo governo promoveu indiretamente a viagem da flotilha, como por ensejar novos conflitos em grande escala contra o Hamas, em Gaza, e o Hisbolá, no Líbano (contra o qual as lideranças das FDI andam sequiosas de uma revanche). Qualquer dessas perspectivas poderá acender o rastilho de um barril de pólvora de altíssimo poder explosivo, em um cenário global onde não faltam "pontos quentes" de poderio idêntico, como a Península Coreana, após o afundamento de uma corveta da Coreia do Sul, atribuído à sua vizinha do Norte.

A despeito de um grande número de comentaristas ressaltar o crescente isolamento de Israel no cenário internacional, tendência que vem se manifestando desde a invasão de Gaza, "cachorros loucos" acuados costumam ser ainda mais perigosos do que quando agem livremente - e mais ainda quando dispõem de um poderoso arsenal nuclear.

Perturbações não-lineares no sistema de poder mundial




Publicado no Resenha Estratégica:

Embora ainda seja cedo para avaliar todo o seu alcance, o acordo tripartite de Teerã sobre o programa nuclear iraniano introduziu, indiscutivelmente, um elemento novo na ordem de poder mundial prevalecente, em grande medida determinada pela agenda política das potências nucleares com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS). Se pode ser prematuro qualificar o evento como um ponto de inflexão desse ordenamento global, certamente, ele sinaliza um fator de perturbação do mesmo, em especial para a agenda dos setores mais radicais do Establishment anglo-americano, cujas reações denotam uma clara percepção da ameaça representada para os seus interesses exclusivistas.

Nesse contexto, a intensa mobilização da secretária de Estado Hillary Clinton para desqualificar o acordo é uma atitude esperada, uma vez que ela representa precisamente aqueles interesses que encarnam o "exclusivismo" estadunidene no palco mundial em sua forma mais incisiva, com o poder militar como ponta de lança da política exterior de Washington, a despeito de toda a retórica sobre o "poder inteligente" (smart power). Da mesma forma, a igualmente intensa atividade diplomática turco-brasileira junto aos membros do CS e à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em defesa do acordo e para evitar o apressamento das sanções contra o Irã pretendidas pelos EUA e seus aliados imediatos no chamado grupo P5+1 - Reino Unido, França e Alemanha -, é um sinal de novos tempos na arena internacional. Em uma instigante análise publicada em 28 de maio ("O eixo Brasil-Turquia, ou a revolta ribombante"), o sítio franco-belga De Defensa, especializado em assuntos estratégicos e militares, afirmou de forma categórica:

Se há uma evidência convincente da decrepitude do sistema/bloco americanista-ocidentalista, esta é a atitude cada vez mais combativa dos brasileiros e dos turcos diante da rejeição pelo bloco da sua iniciativa iraniana, de rejeição incondicional, rejeição não defendida senão por absurdo, uma rejeição em geral de desprezo ou até mesmo grosseira e irritante, como no caso de um [o chanceler francês Bernard] Koucher. Pode-se, mesmo, dizer que os turcos e brasileiros começam a se animar, enquanto o Ocidente pontifica. (...)

No mesmo dia, o sítio Stratfor, que geralmente representa a visão dos "neoconservadores" e dos setores radicalmente pró-Israel do Establishment estadunidense, divulgou uma análise significativamente intitulada "Uma história de duas potências emergentes", na qual comenta a visita do premier turco Recep Erdogan ao Brasil e o impacto da aliança estratégica entre os dois países:

Esse novo período, vislumbrado por Ancara e Brasília, é um em que os líderes do mundo desenvolvido podem se erguer para desafiar as potências globais dominantes. Os EUA, não exatamente acostumados a serem desenvolvidos tão visivelmente por essas potências emergentes, não têm ocultado o seu desconforto... No presente ambiente geopolítico, o Brasil e a Turquia têm sob o cinto as ferramentas para tornar as suas presenças conhecidas no palco global. Enquanto isso, Washington ainda tem problemas em acostumar-se com a ideia de potências menores preenchendo o espaço dos EUA.

As contrapressões turco-brasileiras parecem estar produzindo efeitos positivos. Em um artigo publicado em 2 de junho no sítio Asia Times Online, o historiador e jornalista Gareth Porter, um arguto observador da política estadunidense, afirmou que há indícios de que o acordo de Teerã afetou a unidade dos integrantes do CS quanto às sanções, levando a Rússia a pressionar os EUA para participar de novas conversas com o Irã sobre os termos propostos no acordo, tendo a China manifestado também uma atitude favorável ao mesmo. Porter menciona declarações do chanceler russo Sergei Lavrov, reafirmando que Moscou não apenas apoia o acordo, como tem conversado com Washington, Paris, Brasília e Ancara para assegurar a sua implementação. Igualmente, ele cita um artigo do vice-secretário-geral da Associação de Controle de Armas e Desarmamento da China, Zhai Dequan, divulgado pela agência Xinhua, no qual este afirma que, "como a situação mudou, as ações punitivas previamente planejadas devem, também, ser alteradas de acordo, o que significa que não há mais qualquer racionalidade para a imposição de mais sanções contra o Irã". Segundo Porter, a entidade é conhecida por refletir as políticas da chancelaria chinesa.

Porter vai além e afirma que, na sexta-feira 28 de maio, um sítio associado ao governo iraniano afirmou que o presidente Barack Obama teria determinado à secretária Clinton o envio de um negociador a Viena (sede da AIEA), para tratar dos detalhes do acordo com representantes iranianos, nas próximas três semanas.

As repercussões do acordo de Teerã também se fizeram presentes nas negociações da revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), onde, apesar da negativa das potências nucleares do CS de assumir qualquer calendário referente ao desarmamento nuclear, a declaração final do evento quebrou um tabu ao mencionar nominalmente as potências nucleares não-integrantes do tratado, em especial Israel, instando-as a aderir a ele. A negativa dos EUA, tradicional aliado de Israel, em interferir na iniciativa, é outro indício de que as relações entre o governo Obama e Tel Aviv não vivem os melhores dias.