sexta-feira, 29 de julho de 2016

Uma grande tarefa

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


Para além da imprescindível batalha contra o golpismo em curso, urge a necessidade dos segmentos democráticos, progressistas, patrióticos encontrarem os caminhos que viabilizem a constituição de ampla frente política que aponte novos rumos à sociedade e ao País.

A luta contra o golpe que sequestrou o regime democrático e mais de 54 milhões de votos dos cidadãos brasileiros está associada à necessidade de se formular através de sólida frente nacional, democrática, um norte aos destinos da nação.

Porque é verdade que no Brasil de hoje, após o putsch que derrubou a presidente Dilma Rousseff, legitimamente eleita, também houve verdadeiro terremoto, que persiste, nas instituições da República descaracterizando o que há de positivo promulgado na Constituição de 1988 com suas virtudes, defeitos ou limitações.

A vida mostra que o País não alcançou a plena maturidade nas relações institucionais. A verdade, nua e crua, é que, entre nós, a democracia não está consolidada, muito pelo contrário.

Assim como a realidade indica que não há inteira garantia da soberania nacional, porque essa também se encontra ameaçada, hoje mais ameaçada que ontem, frente aos cenários provenientes de um quadro geopolítico profundamente instável e perigoso, das constantes investidas contra as nossas riquezas naturais, com nossas dimensões continentais e uma população que supera os 200 milhões de habitantes.

Inúmeros historiadores, jornalistas e forças políticas, têm reiteradamente declarado que não se pode falar em democracia perene no País enquanto existir o monopólio das comunicações no Brasil em mãos de poderosos grupos privados, associados e subalternos a interesses estratégicos do Mercado financeiro.

Tanto como não é possível afirmar que a soberania do Brasil encontra-se plenamente assegurada, quando esse capital rentista, associado a interesses escusos, especialmente dos EUA, agem, à luz do dia, contra a democracia, o País, como na atualidade.

Assim, a energia criativa do povo brasileiro, no sincretismo de raças que aqui viceja e que constitui singular unidade e diversidade num País continente, onde se fala uma só língua, sem movimentos separatistas, deve recuperar o contínuo histórico, várias vezes interrompido e retomado, através de um Projeto Nacional de Desenvolvimento Estratégico.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Segunda Guerra Fria

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


Há convulsões de todas as formas acontecendo no mundo. Desde as permanentes ameaças e consecuções do terrorismo fundamentalista no continente europeu, nos Estados Unidos, associadas às sistemáticas agressões aos direitos trabalhistas, que revelam explosivo caldo de cultura nas sociedades.

Os fatos indicam que estamos atingindo uma nova etapa, para além dos conflitos regionais que sacudiram fortemente várias regiões do planeta, mais especificamente a partir do início do século XXI, notadamente na Ásia e continente africano, fomentados por interesses geopolíticos dos EUA e do capital financeiro global.

O golpe “suave” perpetrado contra o regime democrático e a presidente Dilma Rousseff em nosso País, o processo contínuo de desestabilização contra a soberania da Venezuela, a ascensão ao poder do presidente Macri na Argentina, depois de intensa campanha de difamação dos governos progressitas anteriores, são parte desse movimento.

Assim como a escalada de ataques políticos midiáticos contra os governos da Bolívia e Equador, mostram claramente que a América Latina entrou definitivamente no alvo de subversões perpetradas pela sanha imperial norte-americana e do capital rentista.

O cerco à Rússia no teatro geopolítico global indica igualmente a existência de uma perigosa escalada militar que pode se intensificar, aumentando as possibilidades de situações imprevisíveis do ponto de vista de um confronto bélico em larga escala.

Acertou o historiador Moniz Bandeira ao concluir sobre a existência de uma Segunda Guerra Fria nos tempos atuais, cujos alvos centrais são os BRICS mas que se estendem para outras nações como Portugal, cuja população teve a “ousadia” de eleger um governo progressista e se mostra irredenta com as exigências brutais da banca financeira.

Não tem sido casual o ressurgimento do nazifascismo, com suas nuances, por todos os lados. Como em nosso País, onde ser de extrema direita virou moda em setores das elites, extratos médios, coisa considerada abominável algum tempo atrás.

O golpe contra a presidente Dilma Rousseff foi urdido com um largo tempo de preparação, e sofisticado, onde a grande mídia joga papel ideológico e de desinformação. Assim, é justo considerar que no Brasil a luta democrática e social, pela soberania nacional, será tenaz e prolongada.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Os rumos da nação

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


Diante da profunda crise das instituições da República, a debacle do farsesco, interino, governo Michel Temer, da ofensiva neoliberal contra o País promovida pelo capital financeiro global e seus prepostos nativos, há que se perseguir os caminhos de superação da atual, dramática realidade em que se encontra o Brasil, através da luta política concreta.

Esse caminho terá rumo consequente através do combate intenso em defesa de um Projeto Nacional de Desenvolvimento Estratégico que promova a luta contra o retrocesso golpista em curso, na reafirmação do contínuo Histórico do País, da sociedade, interrompido, como em outras épocas, pela ação das forças nativas retrógradas, antidemocráticas, entreguistas, associadas à banca rentista, aos objetivos imperiais.

Com tal ideário é possível compor amplo leque de alianças sociais, políticas, que possibilite aglutinar setores dispersos, fragmentados por um movimento golpista cuja intensidade e complexidade ainda não foi suficientemente compreendido pela grande maioria do povo brasileiro.

Esse golpe é na verdade uma sofisticada, agressiva ação autoritária, antidemocrática, que fere gravemente os interesses nacionais, jogando-se com ferocidade sobre as garantias sociais arduamente conquistadas ao longo de décadas, e com ambição de desmantelar as estruturas produtivas brasileiras, públicas, mistas, privadas.

O que se busca é o desmantelamento do Estado, construído com avanços e recuos, especialmente de 1930 aos dias atuais. Uma sanha predadora que tem como artífice mor o capital financeiro.

E conta com o apoio decisivo da grande mídia no intuito de desestabilizar profundamente a vida democrática, consolidar o golpe contra a presidente da República, semear a cizânia, incitar o ódio, articular um campo social retrógrado em setores médios.

Bem ao estilo da cartilha dos “golpes suaves” já encetados em várias partes do mundo onde a primazia da banca internacional, os objetivos geopolíticos dos EUA se impõem.

Voluntarismo, exclusivismo, hegemonismo não irão responder aos reclamos das grandes maiorias sociais, aos propósitos imediatos ou futuros da nação. Há que se constituir no curso da luta política objetiva, diária, os rumos de uma ampla frente democrática, patriótica. Em defesa do povo brasileiro, da nação, sob graves ameaças.

sábado, 9 de julho de 2016

Farsesco

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


É preciso constatar, como vários já o fizeram, que o golpe em curso em nosso País além de sequestrar mais de 54 milhões de votos, portanto a cidadania da maioria dos eleitores, vem acarretando enormes prejuízos aos propósitos da nação.

A sua consecução é, sem dúvida, fruto de um movimento regressivo, econômico, social, aos interesses nacionais, que não se limita ao Brasil mas estende-se à América Latina como um todo. Reflete uma contraofensiva do capital financeiro, em um período de grave crise estrutural do sistema capitalista mundial.

Assim a globalização financeira, seus instrumentos de poder, coerção contra os povos, vão se utilizando de todos mecanismos que dispõem para subjugar as sociedades, nações, que intentam algum projeto soberano de desenvolvimento nacional ou qualquer protagonismo no cenário geopolítico internacional, por menor que seja.

Quer dizer, a política adotada pelo capital rentista não abre mão da utilização de formidáveis prensas para esmagar os anseios de autonomia das nações. Da mais relativa que se possa constatar até aquelas mais consequentes que anseiam por um lugar ao sol, justo, solidário, no teatro das relações globais, seja econômico, comercial, industrial, cultural, diplomático etc.

Nos EUA, diante da crise econômica que os assola, o xadrez da política interna deixa terríveis opções eleitorais ao povo norte-americano que deverá optar entre uma candidata do establishment de Wall Street ou um personagem dos tempos sombrios com suas ameaças aos imigrantes, retrocesso daquilo que restou, em outras décadas, de progressista.

Esses são os períodos de crise profunda do capital financeiro global. Em passado não muito distante ascendeu o nazi-fascismo em meio a uma debacle econômica que arrastou a humanidade à ruína além de dezenas de milhões de mortos, no mais trágico conflito armado da História da humanidade.

O que acontece no Brasil é parte do atual contexto mundial. Mudam as características regionais, o papel estratégico de nação continente, a 7a economia mundial, as riquezas imensuráveis.

O governo Temer é uma farsa, grotesco. Mas as ambições contra o Brasil avultam superlativas. No plano tático é essencial a defesa de eleições presidenciais, via plebiscito. Estrategicamente assoma a luta democrática, patriótica em defesa da nação ameaçada.