quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O que o Brasil enfrenta

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

O discurso nas Nações Unidas da presidente Dilma repudiando a ofensiva de espionagem dos Estados Unidos contra os cidadãos, governo, empresas brasileiras foi uma afirmação de soberania do País e ao mesmo tempo um alerta sobre a gravidade e os desdobramentos da atual situação geopolítica internacional.
Gestada numa crise estrutural do capitalismo em escala global provocando a debacle das nações do chamado primeiro mundo só comparável à grande depressão econômica mundial de 1929-1930 quando riquezas fabulosas esfumaçaram-se da noite para o dia semeando violenta hecatombe social, espalhando a fome, desemprego por todo o planeta.

O que anda corroendo a Europa, Estados Unidos, outros Países ditos desenvolvidos é a recorrência, com diferenciações, do mesmo cenário dos anos trinta e o remédio aplicado pelo grande capital financeiro é idêntico, ou seja, jogar sobre as costas dos trabalhadores, setores médios, às nações, a fatura da orgia do rentismo chamada eufemisticamente de “exuberância irracional do capital global”.

Após a queda do muro de Berlim esse mesmo capital, os Estados Unidos passaram a exercer uma hegemonia incontestável, econômica, militar, ideológica, política e ascendeu absoluta a nova ordem mundial, o retorno do velho liberalismo com nova roupagem, o neoliberalismo.

Mas a crise estrutural capitalista em 2008 abalou os falsos paradigmas edificados nas últimas décadas: a doutrina neoliberal, um conjunto de valores impostos à humanidade, sociais, morais, culturais da “nova ordem”, a arquitetura geopolítica mundial implantada nesse período.

Com o atual naufrágio econômico, o que foi “consensualmente imposto” aos povos através de lavagem cerebral via mídia global nomeada ventríloqua do império, do grande capital, transmutou-se em guerra de rapina, em novo tipo de fascismo contra o resto do mundo.

Onde a espionagem irrestrita é apenas uma das faces dessa Novíssima Ordem que emerge sob o prisma da agressão militar, chantagens abertas contra os Países especialmente os BRICS.

Para manter-se soberano nesse dramático cenário global impõe-se ao Brasil a construção de um novo projeto de desenvolvimento econômico, superar abismos sociais históricos, mobilizar politicamente na defesa desse projeto de nação as grandes maiorias da sociedade brasileira.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Vampiros e alienígenas

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:


O episódio em que Aaron Alexis, veterano de guerra norte-americano, matou 13 pessoas com um fuzil metralhadora ferindo várias outras em Washington, a poucos quilômetros da Casa Branca, tornou-se uma rotina macabra que se instaurou na sociedade americana.
Expondo os efeitos colaterais à manutenção de um império que se estende por todo o planeta com seus exércitos de ocupação, pelos altos investimentos na desestabilização de várias regiões como na África, Oriente Médio, Ásia, sofisticadas estruturas de espionagem dos cidadãos pela rede mundial de computadores ou através da grande mídia global em uma hegemonia incontestável.

Uma potência que exporta ao mundo sua própria versão sobre democracia, economia, geopolítica já que o “excepcionalismo (constitucional) de nação escolhida por Deus” manifesta que os valores da humanidade devem ser obrigatoriamente à sua imagem e semelhança.

Com a queda do muro de Berlim os Estados Unidos, e a Grã Bretanha, passaram a conduzir as diretivas do capital internacional formatando uma “nova ordem mundial” de acordo com os imperativos da acumulação, centralização do capital financeiro sob a batuta da doutrina neoliberal.

Além disso os EUA contam com outro forte instrumento ideológico a indústria de Hollywood que, com exceções, produz uma enxurrada de películas, jogos de guerra, séries televisivas que espalham ao mundo a ideologia da elite financeira global, do establishment norte-americano.

O ex-agente da CIA Chalmers Johnson mestre na Universidade da Califórnia afirmou que os EUA estão mergulhando em um estágio de paranoia psicossocial que ele definiu como “blowback” espécie de tiro pela culatra resultante de inúmeras agressões militares mundo afora.

Tendo “visões de inimigos horríveis, reais ou imaginários, e o maior sintoma desse delírio patológico é a profusão de filmes sobre duendes, monstros tremendos, sociedades paralelas de vampiros, alienígenas rondando os Estados Unidos” onde realidade, ficção se confundem esquizofrenicamente.

Os efeitos desses transtornados fenômenos sociológicos são repassados às demais nações, ao Brasil como extensão da crise interna da sociedade americana sinalizando que a luta passa pela defesa intransigente da nossa identidade cultural, a emancipação social, soberana do povo brasileiro.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Poder imperial, espionagem, reverência obsequiosa

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

 
As revelações sobre a espionagem dos órgãos de segurança dos Estados Unidos contra a Petrobrás com o objetivo de colher informações relativas ao mapeamento das valiosíssimas reservas petrolíferas submarinas em nosso mar territorial além da tentativa de capturar a sua avançada tecnologia de ponta na prospecção do petróleo em águas marítimas profundas indicam a extensão, os múltiplos alvos do monitoramento dos EUA em relação ao Brasil.
Porque além dessa denúncia há a invasão da privacidade dos cidadãos brasileiros sequestrada através de supercomputadores com capacidade de escuta, rastreamento, armazenamento de dados abrangendo quase toda a população do planeta, conectada através da rede mundial de computadores, assim como é de conhecimento público a espionagem norte-americana ao governo federal inclusive à presidente da República.

Já o ex-agente da CIA Edward Snowden, sequenciado pelas declarações de Julian Assange refugiado na embaixada do Equador em Londres, afirmou que não se deve ter nenhuma dúvida que o governo dos Estados Unidos tem como objetivo estratégico na América Latina, dentre as suas prioridades em nível global, dificultar os passos do Brasil.

Como é também evidente à grande maioria da população o acumpliciamento obsequioso da poderosa grande mídia hegemônica nacional para com os interesses econômicos do capital financeiro global, da política externa norte-americana de caráter militarista, expansionista, imperialista.

Essa mídia hegemônica move-se através de duas linhas principais: obstaculizar as alternativas econômicas mais soberanas ao País e semear a confusão, desorientação, a fragmentação da identidade cultural brasileira especialmente em meio às camadas trabalhadoras, médias, segmentos progressistas, com o objetivo de formar alguma base de apoio social a eventuais provocações contra a nossa soberania, que porventura se façam necessárias a esses interesses forâneos.

O que se deseja com certeza é retardar a união dos setores populares, democráticos, dos defensores do progresso econômico em torno de uma nova etapa do desenvolvimento brasileiro com vistas a uma nação próspera que supere os históricos abismos estruturais e sociais que têm impedido por séculos a possibilidade de um grande salto ao futuro.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Todos os passos da Presidenta

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

As recentes revelações comprovando que os Estados Unidos monitoram os passos, correspondências eletrônicas, escutam as conversas telefônicas da presidenta Dilma Rousseff constituem uma grave afronta à soberania do Brasil além de ser um tipo de ação só compreensível num estágio de beligerância de uma nação contra outra.
O repúdio do Ministério das Relações Exteriores e o da presidenta da República são atitudes dignas de um Estado nacional que zela pela sua absoluta integridade e que assim pretende mantê-la diante das nuvens carregadas que se apresentam no caótico cenário político mundial mesmo que a tempestade encontre-se bastante longe das suas fronteiras territoriais.

Por isso é importante compreender a atual realidade geopolítica global, as sistemáticas intervenções militares diretas ou indiretas da coalizão anglo-americana e eventuais aliados, para que se possa contextualizar com alguma clareza possível o objetivo dessa espionagem fartamente documentada.

Porque a desestabilização de vários Países na Ásia, Oriente Médio e no continente africano não constitui peça desconexa, pontual, nesse tabuleiro de xadrez macabro da política externa norte-americana, ao contrário, reflete um tendencial constante que não se limita a essas regiões do mundo, pode se espalhar a médio ou longo prazo para onde os interesses econômicos e expansionistas dos Estados Unidos considerem fundamental.

É lúcida a opinião do historiador, cientista político Moniz Bandeira quando define que sem um estado de guerra permanente parte considerável da economia norte-americana deixa de funcionar e que o atual caráter imperialista dos Estados Unidos implica em feroz política de poder da única potência capaz de executá-la com o objetivo estratégico de assegurar fontes de energia, matérias primas, recursos não renováveis, investimentos, mercados para suas corporações através de chantagens, agressões armadas, monopólio da mídia global, controle dos organismos internacionais.

Assim cabe ao Brasil, País com dimensões continentais e fabulosos recursos naturais, construir um novo projeto de desenvolvimento nacional incorporando nesse processo intensa mobilização, a elevada consciência social de milhões de brasileiros em torno dessa perspectiva transformadora, modernizar a sua Defesa, invocar a autodeterminação dos povos, a paz mundial, a defesa intransigente da soberania nacional.