quinta-feira, 25 de julho de 2013

Em defesa da nação e da democracia

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:


Estamos vivenciando na atualidade o agravamento em escala planetária dos múltiplos fatores da crise estrutural do capitalismo, a decadência das políticas neoliberais implementadas nessas últimas décadas praticamente em quase todas as nações do mundo.
Um profundo desencanto das sociedades com os fundamentos ideológicos, culturais, econômicos, dos valores constituídos, das estruturas caducas do reinado absolutista da doutrina neoliberal nesses últimos trinta anos.

Onde prevalece um cenário de certa desorientação, uma tempestade de ansiedades subjetivas resultantes da crise civilizacional forjada por esse capitalismo, pelo imperialismo.

Em meados da década de trinta passada quando o nazi-fascismo já era bem mais que uma ameaça aos povos o dirigente comunista búlgaro George Dimitrov proferiu célebre discurso sobre o fascismo, suas terríveis ameaças.

Dizia ele que nos tempos das crises sistêmicas do capital internacional surgiam dois fenômenos sociais antagônicos: o crescimento das lutas dos trabalhadores e demais camadas sociais contra a pressão capitalista de jogar sobre os ombros dos povos o fardo da debacle econômica.

Afirmando que nesse processo de grande resistência dos assalariados e demais segmentos sociais aumenta o nível do combate popular, eleva-se o seu nível de consciência política, de organização.

O outro aspecto é que em épocas de crise sistêmica do capital aparece em cena o fascismo como fenômeno real incentivado pelo capital financeiro global com o objetivo de promover o golpe aberto, terrorista, dos elementos mais chauvinistas, reacionários, através de ações e armadilhas contra as sociedades, os povos.

O Brasil apesar da realidade diferenciada no cenário mundial com razoável crescimento econômico, inclusão social, também está imerso nessa arapuca do capital rentista mundial que através de intensa pressão da grande mídia reacionária identifica pontos débeis no governo e constrói passo a passo, como capítulos de uma novela, o ambiente favorável para impor uma ditadura do mercado de viés fascista.

Nesse quadro de instabilidades, provocações imperialistas do capital financeiro cabe às forças consequentes a luta sem tréguas na formação de uma combativa frente patriótica, democrática, progressista, em uma urgente edificação de um projeto estratégico, econômico, social de desenvolvimento em defesa da nação ameaçada, da democracia.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Snowden e a questão nacional

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:

Na década de 60 passada o ex-presidente dos Estados Unidos Dwight Eisenhower usou o termo Complexo Industrial-militar para denominar a junção de grandes corporações capitalistas norte-americanas na produção de máquinas de guerra tanto para fins de defesa dos interesses imperiais, quanto no bilionário negócio internacional de armamentos.
De lá para cá o mundo sofreu colossais transformações incluindo a mais importante em questões geopolíticas: o fim da União Soviética, o surgimento da hegemonia unipolar global norte-americana e países satélites.

As mudanças econômicas fruto da nova realidade mundial foram ainda mais significativas com a emergência, sem a polarização do chamado campo socialista ocidental, de uma nova etapa de expansão, concentração, centralização do capital e sua face parasitária, do avanço em escala planetária da doutrina neoliberal promovendo a divinização do mercado, a implementação das políticas do Estado mínimo.

Nessa época o acadêmico neoliberal nipo-americano Francis Fukuyama, ungido pela Inteligência dos EUA como guru transcendental, formulou a tese que começaria a partir dali o fim da História, uma era repleta de harmonia, paz, crescimento econômico.

Mas, ao contrário, o que estamos vivendo é uma crise estrutural do capital global, uma quantidade de brutais conflitos regionais jamais vista antes, promovidos pelo império contemporâneo.

Atualmente assumiu função destacada o Complexo Industrial de Segurança e Informação dos EUA cujo principal vetor tem sido a ofensiva ideológica contra as sociedades por via das empresas midiáticas globais subalternas, como no Brasil, e pela rede mundial de computadores em meio ao que se chama Guerra de Quarta Geração.

É exatamente aí que surge o ex-agente da CIA Edward Snowden ao denunciar a espionagem dos cidadãos do mundo pelos EUA ponta do iceberg em uma sofisticada parafernália cibernética de violações aos direitos civis, agressões às estruturas das nações soberanas.

Da qual faz parte a política norte-americana de “balcanização dos grandes Estados emergentes”. No Brasil ela está em curso de várias maneiras inclusive através de movimentos, ONGs que pregam a “relativização da nossa integridade territorial” sob o falso argumento da existência de “várias nações dentro da nação”. Já o nosso desafio é a luta pelo avanço, por um projeto nacional econômico, social, estratégico, inadiável.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O que há em comum

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:

Como já era óbvio as manifestações populares de evidente insatisfação com a realidade em que vivem e que sacodem o País passou ao cenário da luta política institucional onde se trava um duelo entre a necessidade de fundamentais reformas sociais, das instituições, e os interesses conservadores que buscam sustar essas demandas ou, no máximo, realizar mudanças cosméticas, que assegurem intocados os seus privilégios.
Para isso contam com a sustentação da grande mídia hegemônica brasileira, associada e subalterna aos interesses externos, do grande capital financeiro internacional, que nos primeiros momentos das rebeliões sociais incentivou através dos seus noticiários a repressão policial e depois passou a reporta-las com intentos golpistas.

Essa mesma mídia que emergiu nos vinte e um anos de arbítrio, cresceu, agigantou-se durante a longa noite de silêncio que caiu sobre todos com a nação amordaçada e de lá para cá conseguiu surfar na crista da onda, impondo o receio a vários governos pós arbítrio, porém, sempre pousando de vestal da dignidade e da verdade em um País desprovido de razoável legislação midiática democrática.

É nesse cenário indefinido, complexo, que hoje cristaliza-se uma intensa polarização no Brasil entre as forças reacionárias com os seus valores atrasados e os segmentos democráticos, progressistas, patrióticos majoritários que lutam por mudanças na realidade objetiva onde predominam três fatores de instabilidade: econômico, social e político, afetando milhões de pessoas.

E por mais que pareça elementar não há como separar essas manifestações que vêm levando multidões às ruas, da grande crise capitalista sistêmica global de conteúdo antipopular, antinacional onde o capital rentista procura conduzir o País sempre levando em conta a sua própria remuneração, o aumento dos seus lucros estratosféricos e que nessa batida vão inviabilizar qualquer desenvolvimento efetivo com justiça social.

O que há em comum entre as insatisfações nas ruas do País e a luta social que se espalha pelas principais cidades do mundo é a revolta anticapitalista, a falência da representatividade, legitimidade das instituições surgidas durante os anos de hegemonia neoliberal mundial, a crise da sua cultura política, das estruturas adversas às sociedades e aos Estados soberanos que precisam ser superadas por outras mais avançadas que atendam aos anseios dos povos.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Novo cenário

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:


Darcy Ribeiro, antropólogo que nos ajudou a compreender o Brasil, atento aos fenômenos da luta política afirmou que sempre é preciso ir tirando os véus que os encombrem, desvendando, a fim de revelar a obviedade do óbvio e que o complexo disso tudo é que parece um jogo sem fim porque só conseguimos desmascarar uma obviedade para descobrir outras, mais óbvias ainda.

É o que se constata nessas tempestades sociais que sacodem a nação porque apesar dos avanços nos últimos anos onde dezenas de milhões de pessoas foram beneficiadas por políticas públicas de inclusão social, em que as orientações neoliberais mais ortodoxas foram sustadas nas urnas, adotou-se uma política externa mais soberana, o Brasil ainda possui uma herança dramática de um capitalismo selvagem, perverso.

Se o País cresceu economicamente, reduziu abismos estruturais infernais, de outro lado a realidade continua injusta para com as grandes maiorias hoje vivendo em imensos aglomerados urbanos, especialmente nos planos da educação, saúde, transportes, segurança etc.

Tudo isso imerso numa ideologia cultural globalizada que também permeia a sociedade brasileira com a orientação do grande capital, a visão sectária do individualismo antagonista, do salve-se quem puder, da lei do cão, associada à tentativa de destruição das grandes causas que dão sentido à luta por um mundo melhor, suscitando fortemente objetivas reivindicações coletivas, tempestades de ansiedades subjetivas.

Nesse caldo de cultura as demandas por um progresso social transformador encontram-se em situação de luta intensa, onde as explosões populares como as que sacodem o País exigem um norte, uma plataforma desbravadora para novos rumos.

Quadro em que se trava feroz contenda política onde forças obscurantistas, a grande mídia reacionária associada a interesses externos vem tecendo já há algum tempo, como uma novela, capítulo a capítulo, o vazio de poder, a ingovernabilidade.

A presidente da República interpretando os anseios sociais enviou ao Congresso Nacional uma agenda nos âmbitos da saúde, educação, transporte, uma proposta de reforma política.

Assim a batalha que vem se alternando em questão de horas, passa a outro contexto onde as forças reacionárias se posicionarão contra qualquer mudança vinda das ruas, dos setores políticos democráticos, patrióticos. É o que veremos em breve nos desdobramentos da realidade política nacional.