sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Quem paga a conta

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

As maquinações da política externa norte-americana têm sido reveladas pelo ex-agente da NSA, agência de espionagem dos Estados Unidos, Edward Snowden, através de fartas denúncias sobre escutas, grampeamentos de lideranças políticas, além dos cidadãos comuns, empresas estratégicas das nações na busca de informações que garantam os interesses imperiais, chauvinistas, da maior potência do planeta.
O que não tem sido mostrado são os objetivos mais amplos da Inteligência dos EUA em que pesem os fundamentados relatos já divulgados por estudiosos, especialistas e jornalistas.

Também não são segredos as relações estreitas do grande complexo midiático hegemônico mundial com as orientações da CIA associadas às ações desestabilizadoras dos Estados Unidos contra os mais diversos Países do mundo. Esse não é um contexto recente, vem de longa data.

Em 2008 a jornalista inglesa Frances Stonor Saunders publicou um livro intitulado “Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultura”, revelando o massivo financiamento do governo americano à organizações e associações de direita em nível global mas que em inúmeras vezes apoiou entidades culturais, grupos de escritores, intelectuais divergentes dos Países comunistas ou de orientação popular, bem como de governos soberanos, uma prática, ao que tudo indica, que jamais cessou.

Outro ex-agente da CIA e professor universitário, Chalmers Johnson recentemente falecido, publicou três volumes de grande repercussão entre eles o livro Blowback no mesmo diapasão de alertas sobre os custos e as consequências da política externa americana, as ações de espionagem e provocações dos vários governos norte-americanos.

O historiador Moniz Bandeira vem escrevendo várias obras sobre o mesmo tema lançando agora, em 2013, “A Segunda Guerra Fria” com substanciais informações sobre as manobras geopolíticas dos Estados Unidos que vêm treinando inclusive ativistas e mercenários de linha insurgente com o aberto intuito de desestabilizar nações emergentes.

Assim, o Brasil pela dimensão continental e papel geopolítico estratégico tem sido igualmente alvo desse movimento dos EUA onde estão incluídas também as ambições sobre a Amazônia brasileira e as recentes descobertas das riquíssimas jazidas petrolíferas submarinas em suas águas territoriais.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

As urnas do Chile

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

Nas últimas décadas o mando do capital financeiro fez-se avassalador, associado ao poder imperial unilateral dos Estados Unidos, impondo aos povos uma economia desastrosa pródiga em catástrofes de todas as maneiras onde as mais emblemáticas são a tragédia econômica-social que assola as nações europeias e a fome endêmica que atinge um terço da população do continente africano.
O processo de controle do grande capital não se restringiu às áreas econômica, militar, ocupou outros espaços com o objetivo de garantir a mais completa transformação das nações à sua imagem e semelhança, formatando a ideologia do pensamento único, apoiando-se para tanto no monopólio da informação de massas em escala mundial no intuito de combater qualquer pensamento crítico antissistêmico.

Um dos conceitos ditados pelo Mercado global foi a “política do possível” retida a projetos limitados, às ações de tipo “compensatórias” desprovidas de horizontes com um longo curso.

Para fazer crer que o futuro é uma inusitada recorrência ao mesmo ponto de partida, confiscando anseios, avanços estruturais, sonhos de saltos aos novos tempos, às aspirações de superar contextos nacionais incompletos, travando o necessário projeto soberano como se os Países estivessem ancorados numa espécie de maldição da eterna dependência, da subordinação infinita.

No intuito de fazer valer a cultura do pragmatismo elementar, do ativismo limitado, conformista, que pontificou nas últimas décadas, dentre as várias opções políticas, iniciativas institucionais nos Países inclusive aqueles de economia emergente.

As viragens na geopolítica mundial, a emergência dos BRICS, a crise do capital global, seus efeitos nos Países do 1º mundo, derrotaram essa doutrina mas que ainda se impõe, pela via do longo tempo de uso, como um mal estar em um esférico “presente contínuo” inclusive entre as novas gerações, como disse o historiador Eric Hobsbawm.

Um balanço crítico dos governos democráticos com políticas sociais na América Latina, as derrotas da ortodoxia neoliberal, a recente vitória no Chile de Michelle Bachelet podem ser vigorosos estímulos às lutas de resistência nacional, popular em pleno curso, às grandes utopias transformadoras de conteúdo histórico, universal, opostas a essa civilização em crise do Mercado global.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Civilização da barbárie

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:


A Nova Ordem Mundial determinou de maneira hegemônica, nas últimas três décadas, um modelo de civilização cuja primazia é a realização das vontades irrefreáveis do capital global acima do direito internacional, rasgando-o quando tem sido necessário.

Forjando um tipo de sociedade uniforme, presente em quase todas as nações do planeta onde a maioria das pessoas vive sob as diretivas compulsivas do lucro, do capital rentista, com uma agenda social global fragmentária, e o que importa é a exibição pública da riqueza, o culto à celebridade, à fama, levados ao limite.
Os grandes valores humanos, arduamente conquistados durante séculos contra o obscurantismo, intolerância, o enlouquecido fanatismo, o ódio, foram empurrados para algum lugar na consciência dos povos onde se processa a resistência.

Essa ideologia do pensamento único espalhada ao planeta, associada à economia neoliberal, constituiu além de hostil, feroz destruição financeira e social, uma profunda crise antropológica onde mais que em qualquer época recente nega-se a relevância, o lugar do ser humano na edificação das sociedades, substituído pela deificação da mercadoria.

Se em outros períodos esse fetiche típico do mercado era exercido com certo pudor em nome de algo fantasiosamente relevante, hoje o valor nominal do indivíduo reside na condição dele adquirir e exibir produtos diferenciados e quanto mais inacessíveis aos demais maior o seu prestígio na escala social.

Não é casual que atualmente cultue-se ideologicamente como algo absolutamente normal nas sociedades sob a chamada Nova Ordem Global o protagonismo da aparência física pessoal mas que transforma esses mesmos indivíduos em objetos-mercadorias na disputa pelas vagas ao mercado de trabalho.

Essa enxurrada cultural de valores artificiais provoca nas comunidades surtos de bestialidades constituindo o vazio fundamental para a selvageria individual, coletiva, inominável em que fenômenos de barbárie social como o ocorrido no estádio de futebol em Joinville tendem a se ampliar se não forem contidos dentro da lei.

Assim, é imprescindível o crescimento econômico sem o qual nada se constrói mas, impõe-se como decisivo, um outro projeto de sociedade humana a essa crise civilizacional em que o mundo se encontra mergulhado, inclusive o Brasil.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Sequestro da política

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

Foram a primeira-ministra da Grã-Bretanha, Margareth Thatcher, e Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos, ator de quinta categoria do cinema americano, que deram início ao período neoliberal válido para quase todos os Países iniciando uma época dramática para a humanidade.
Com o domínio absoluto do capital rentista, associado à força unilateral da única superpotência efetiva, os EUA, consolidou-se a hegemonia do liberalismo fundamentalista, adaptado ao período contemporâneo.

Assim foi possível edificar a mais contundente ditadura do pensamento único que a humanidade conheceu em todos os tempos expandindo-se sobre a cultura, mídia, artes, comportamento, economia, filosofia, conceitos “científicos”, relações internacionais etc, formatando a dita “Governança Mundial”.

Como vaticinou a Dama de Ferro tratava-se de pôr em prática a tese que “não existe a sociedade, o que existe são os indivíduos e o Mercado”, uma espécie de ligação direta, sem intermediários, entre a doutrina neoliberal ortodoxa e as populações.

Mas, para manter a “aparência civilizada” tornava-se vital a “Intermediação” entre as políticas neoliberais conduzidas por suas agremiações qualificadas, seguidoras dessa doutrina, e os indivíduos desprovidos da cidadania, retidos à condição primária de consumidores, ou seja, a manutenção da forma clássica de democracia representativa.

Daí porque a contínua tentativa de sequestro da própria atividade política do seio do Estado nacional, dos povos, para torná-la refém do círculo estreito do Mercado de onde, esse é o desejo, a política não deve extrapolar, ao tempo em que se busca divorciá-la das sociedades através da estratégia de sua criminalização, meticulosa propaganda de descrédito, deixando-a ao puro deleite dos prepostos do capital global.

Assim cabe aos brasileiros patriotas, democratas, progressistas desejosos em fazer avançar a luta por um projeto de desenvolvimento soberano, o fim das históricas, abissais desigualdades sociais, combater a dispersão e a fragmentação social pretendidas, protagonizar a solidez, a defesa do Estado nação, distinguir nos fenômenos a essência da aparência, apoiar a lúcida, organizada união popular através da luta política, verdadeiro, único caminho das mudanças aqui e em qualquer outro lugar do mundo.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A grande encruzilhada

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

Quando a primeira-ministra da Grã-Bretanha Margaret Thatcher entronizou o neoliberalismo pelo mundo, ao lado de Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos, invocando frases como: “não existe sociedade, o que existe são os indivíduos e o Mercado”, a humanidade não tinha noção do que esperava em termos de catástrofes econômicas, sociais, militares nas décadas vindouras.
Essa hegemonia edificada a ferro e fogo, ocupou todos os espaços nas ideias, política, literatura, economia, filosofia, ciência, mídia, artes etc., materializando, acredito, a mais contundente ditadura do pensamento único já conhecida pela História dos povos em todos os tempos.

Mas enquanto essa onda colossal arrastava de roldão a quase todos na Europa, Estados Unidos e grande parte dos Países já nos anos setenta passados, o Brasil em plena fase das mobilizações pela redemocratização conseguiu adiar por algum tempo essa violência contra o País.

E não é por outra razão que a Constituição de 1988 tem sido atacada até hoje através da grande mídia oligopolizada pelo Mercado aliada aos interesses da ortodoxia neoliberal, como o sociólogo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso além de um agrupamento de acadêmicos adotados por essa mídia que evocam argumentos divulgados há mais de 30 anos por Margareth Thatcher, a Dama de Ferro inglesa.

A Constituição não teve como eixo os conceitos privatistas, neoliberais, entreguistas porque surgiu de uma correlação de forças onde a forte energia social vinda das grandes jornadas nacionais, democráticas tinha muito peso levando aos trabalhos constituintes milhões de pessoas representando trabalhadores, estudantes, mulheres, comunidades indígenas, cientistas, empresários, agricultores etc.

Certo que depois a Constituição sofreu agressões ao sabor das pressões do grande capital, do continuísmo fisiológico, mas o fato é que permanece o nó górdio da encruzilhada Histórica.

Porque ou avançamos rumo a uma sociedade cada vez mais democrática com desenvolvimento e soberania, que fortaleça a iniciativa popular, promova o espírito da solidariedade junto ao povo brasileiro, os direitos sociais das grandes maiorias, inclusivo às minorias, ou sucumbiremos aos interesses forâneos, imperiais, ao fantasma da senhora Thatcher que, aliás, continua bastante atuante.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Câmara dos Deputados homenageia os constituintes, nos 25 anos da Constituição

Publicada no Vermelho a matéria de Selma Villela:

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, entrega a medalha Assembleia Nacional Constituinte a Eduardo Bomfim

Eduardo Bomfim, PCdoB, constituinte nota 10, recebe medalha da Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados realizou sessão solene na manhã desta quarta-feira, 27/11, no Plenário Ulysses Guimarães, para a entrega das medalhas Assembleia Nacional Constituinte aos constituintes, pela destacada atuação na promoção da cidadania e do fortalecimento das instituições democráticas.
Compuseram a mesa diretora dos trabalhos o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o vice-presidente da República, Michel Temer, e o senador Mauro Benevides, vice-presidente da Assembleia Nacional Constituinte.



O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, lembrou que o evento faz parte das comemorações dos 25 anos da Constituição Federal e que as medalhas foram cunhadas pela Casa da Moeda do Brasil em 1988 a pedido de Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Constituinte.
As medalhas não foram entregues à época e, desde então, ficaram guardadas em um cofre na Câmara dos Deputados. Neste ano, após a aprovação de um projeto de resolução, Alves decidiu entregá-las aos constituintes de 1988 e colaboradores que atuaram na Assembleia Nacional Constituinte. O presidente da Câmara considera que as medalhas são um reconhecimento público ao trabalho de todos que contribuíram para a construção do texto constitucional. “A democracia que temos hoje foi resultado da ação determinada de deputados e senadores constituintes”, salientou.

Eduardo Bomfim foi deputado constituinte pelo PCdoB, considerado nota 10 pelo DIAP, entidade que acompanhou os trabalhos constituintes pelo movimentos sindical e amplos setores da sociedade civil. Eduardo Bomfim, eleito pelo estado de Alagoas, foi um dos agraciados com a medalha Assembleia Nacional Constituinte.
Segundo Ulysses Guimarães, Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, no texto A Constituição Cidadã, que acompanhou as medalhas, “Trabalhamos muito, sem dúvida. Trabalhamos bem, esperamos. Estas medalhas serão a memória dos serviços institucionais e de confraternização humana prestados pela Constituição de 1988”.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Movimentos

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

O esfacelamento da antiga União Soviética criou as condições objetivas de nova expansão capitalista a nível mundial, que avançou sobre novos territórios, ao tempo em que os Estados Unidos consagravam-se como a grande potência imperial global incontestável, além da entronização do neoliberalismo como doutrina e dogma no centro das decisões econômicas internacionais.
E sob tal espectro dessa hegemonia financeira, militar, midiática instaurou-se formalmente tanto quanto institucionalmente a chamada Governança Mundial cujo motivo foi a caducidade do conceito até então prevalente da soberania nacional, a autodeterminação dos povos, produzindo uma nova era de intensos, variados conflitos regionais de alta, média intensidades, resultantes da ação imperial e as consequentes resistências dos povos.

Em função dessa monopolização financeira e dos interesses estadunidenses formatou-se uma agenda social global cuja pauta em sua gênese é auto justificável como aspiração básica das sociedades, dos indivíduos, mas que tem sido revertida ideologicamente ao utilitarismo, à padronização do Mercado, às estratégias da política externa dos Estados Unidos.

De tal forma que em nome dessa agenda, por exemplo, agridem-se os Direitos Humanos, destrói-se a democracia, apequena-se o exercício essencial da política, avilta-se a soberania das nações, mata-se, tortura-se barbaramente, violenta-se o meio ambiente, a identidade cultural dos Países, impõem-se a moda, os costumes globais, a fragmentação do sentimento em comum de nação, lucra-se com a fome endêmica que grassa em muitas regiões como em África, numa espécie de avesso da realidade tal como um jogo de espelhos distorcidos.

Mas a China, associada à ascensão dos BRICS, que resistiu em 1989 à tentativa de destruição do que eles denominam “socialismo combinado com economia de mercado”, da sua soberania, alavancou paradoxalmente, via crescimento econômico contínuo por décadas com variações relativamente pequenas, o surgimento de uma nova era geopolítica multilateral, em um momento histórico pleno de embates contra a hegemonia imperial, a Nova Ordem mundial, na luta pela autodeterminação das nações.

Enfim nesses tempos de ocaso do neoliberalismo a História, assim como a Terra, também se move, E pur si muove, como disse Galileu Galilei.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A Segunda Guerra Fria

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

Em seu livro Formação do Império Americano publicado em 2009 o historiador, cientista político Moniz Bandeira narra as opiniões dos senadores Gary Hart, Democrata e Warren Rudman, Republicano, em 1999, ambos presidentes da Comissão Nacional para a Segurança/século XXI norte-americana, que os Estados Unidos continuariam como a principal força econômica, política, cultural do mundo, manteriam o domínio militar, pelo menos durante os próximos 25 anos.
Afirmaram que a “influência americana seria, ao mesmo tempo, aceita e crescentemente detestada”. De lá para cá muita água correu por debaixo da ponte, os EUA meteram-se em várias guerras, houve os atentados às torres gêmeas em Nova York etc., mas o fato é que as opiniões dos senadores mostraram-se corretas.

Agora Moniz Bandeira acaba de lançar outro livro sobre os atuais objetivos estratégicos dos Estados Unidos abordando, entre outras coisas, as recentes convulsões sociais na Eurásia, na África e no Oriente Médio.

Mas o que chama a atenção é o título: “A Segunda Guerra Fria”. Para o autor, prefaciado pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, em resenha de Marco Aurélio Weissheimer, nós estamos sob o espectro de uma Segunda Guerra Fria promovida pelos Estados Unidos cujo motivo central é conter o avanço econômico da China, evitar o soerguimento da Rússia, e acredito, sustar a ascensão das outras nações que compõem os BRICS incluindo é óbvio, o Brasil.

Como exemplo cita o programa norte-americano intitulado “full spectrum dominance” (dominação de espectro total) de manter a hegemonia com assassinatos seletivos, uso de Drones, espionagem global através do sistema Prism, a força militar com 750 bases militares em 350 Países.

Além do projeto “regime change”: ações desestabilizadoras “por meio da luta não violenta, via guerra psicológica, social, econômica, política” que tem como alvo a população de determinado País, “motivando ondas de protestos, boicotes, procissões, revoltas etc.” utilizando-se, claro, da grande mídia global sob controle absoluto.

O alerta contido no livro de Moniz Bandeira, mesmo com as diferenças geopolíticas, não deve ser subestimado pelos setores patrióticos, democráticos, progressistas brasileiros visto o cenário cada vez mais pesado da realidade política, econômica internacional.

sábado, 9 de novembro de 2013

Fenômenos engarrafados

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

A agenda global continua fomentando uma parafernália de movimentos e clichês na igual proporção em que agrava-se a crise estrutural capitalista, o declínio da outrora sociedade “maravilha curativa” onde o fim da História era anunciado para gáudio dos profetas do neoliberalismo incentivados pelo capital financeiro internacional.
Sobrepondo-se à agenda verdadeira, concreta das nações, suas necessidades estratégicas, semeando fragmentações, um caleidoscópio de ativismos quase alucinógenos que parecem brotar do nada mas, na verdade, são pautados pela informação midiática de classe, hegemônica.

Que justo se transformam no alfa e o ômega de alguns grupos logo ampliados pela lente multiplicadora da televisão monopolizada por carteis no Brasil e no mundo, pelos interesses do grande capital global, também repercutidos através das redes sociais.

Enquanto nações afundam em trágica crise na Europa, Estados Unidos, continentes fervem de violência e sangue como na África esquartejada, Oriente Médio, partes da Ásia, fruto da expansão armada imperial, nada mais útil para os nababos das finanças que a promoção e o elogio à truculência protofascista, confundir as classes subalternas, impedi-las de vislumbrar os verdadeiros responsáveis pelos males que as afligem.

No momento em que alguns analistas sociais correm afogueados a explicar os “fenômenos sociais de novo tipo do século XXI” sequiosos pelos 15 minutos de fama na mídia cartelizada, os graves problemas do Brasil continuam urgentes: educação, saúde, moradia, transportes públicos, segurança etc.

Além dos imensos lucros auferidos pelos grandes bancos, as taxas de juros fantásticas, quando na verdade o País necessita de fortes investimentos em infraestrutura, ciência, tecnologia, formação de quadros profissionais, mais geração de emprego, renda, crescimento econômico a patamares bem mais elevados.

Mas o fato é que vários estão atônitos diante de certas “causas flamejantes”, algumas engarrafadas e importadas para pronto consumo, sempre associadas a uma recorrente truculência com endereço certo: a inviabilização de um projeto de desenvolvimento nacional estratégico, a superação das históricas, abissais desigualdades sociais, a derrocada das liberdades democráticas tão duramente conquistadas pelo povo brasileiro.

sábado, 2 de novembro de 2013

Mobilidade nada urbana

Meu artigo na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

As consequências de um tipo de civilização extremamente autoritária imposta à humanidade, concentradora, que atende aos interesses exclusivos do grande capital internacional continuam a desnudar os intensos sinais de fadiga, vários impasses que se estabelecem por todos os lados.
Produzindo um tipo de sociedade onde a principal característica tem sido impor a todos os Países a abdicação ou o desaparecimento das suas particularidades culturais, nacionais e regionais.

Cujo objetivo é uniformizar o consumo das mercadorias, entendidas aqui como qualquer coisa que se possa vender, desde o celular, produção artística, a informação midiática de classe, de tal forma que seja qual for o lugar em que se esteja todos tenham a mesma escala de valores ideológicos, adquirindo o mesmo tipo de produto, pensando as mesmas coisas.

Essa é a política do capital financeiro após a imposição do neoliberalismo como doutrina hegemônica no planeta, a tradução mais óbvia do que vem a ser a ditadura do pensamento único do mercado, através da agenda global impositiva, onde todos podem agir, pensar desde que não se aventurem a exercitar o sentido crítico, contestador.

Já a diferença dos regimes autoritários anteriores, inclusive no Brasil, para os tempos atuais, é que naqueles as grandes maiorias lutaram por uma via democrática, soberana, de progresso social, enquanto que na ditadura do mercado a onipresença, o patrulhamento de poder do capital global faz-se de maneira indireta mas avassaladora.

Apesar da resistência dos povos, o surgimento dos BRICS, etc., a crise estrutural capitalista e suas consequências malignas geram forte impacto nas cidades, uma tempestade de ansiedades coletivas, fomentam graves problemas de segurança pública, saúde, mobilidade urbana, educação, pondo em cheque um modelo de civilização fundado basicamente na idolatria absolutista da mercadoria que se mostra nociva a toda humanidade.

Mesmo com o recente surgimento de governos democráticos, de políticas sociais mais avançadas, ainda tem sido determinante no Brasil nos últimos 23 anos, como na maioria do planeta, a ideologia dominante do mercado, do capital financeiro, exigindo da luta política a capacidade de encontrar os caminhos da sua superação, a busca de novos modelos alternativos de civilização.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Outono no Império

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

Há dois grandes fenômenos mundiais que estão sacudindo a realidade em que vivem os povos em todas as latitudes, cujas consequências deverão alterar o atual contexto geopolítico planetário.
O primeiro tem sido o desembestado declínio econômico dos Estados Unidos imbricado à crise estrutural financeira capitalista global. O segundo, trata-se da agressiva política norte-americana, do grande capital, do pensamento único do mercado, na tentativa de frear essa tendência que parece irreversível.

Em curto espaço de tempo os Estados Unidos tem passado por múltiplas ondas de choques em seus fundamentos econômicos, culminando recentemente no impasse institucional acerca da elevação no próprio teto do orçamento interno, associado à sua astronômica dívida pública, dividindo ao meio as poderosas elites norte-americanas.

Essa crise estadunidense, econômica, política, social, da sua política externa, chegou a tal nível de grandeza que os chineses, normalmente silenciosos, talhados por milênios na sabedoria pragmática da prudência verbal, nos ensinamentos de Confúcio, resolveram afirmar dias atrás que “chegou a hora de constituir uma nova ordem mundial multipolar baseada na consolidação de polos geoeconômicos regionais”.

E diante do vexame semana passada entre Republicanos e Democratas sobre a votação do orçamento em referência à dívida dos Estados Unidos, especialistas europeus, norte-americanos disseram que as finanças mundiais tendo o dólar como moeda padrão “tornaram-se perigosamente instáveis”.

O que deve levar a acidentes financeiros trágicos, mas os Estados Unidos longe de tentarem novo caminho aumentam o poder bélico de suas tropas no mundo, resolvem ampliar a campanha ideológica da mídia global contra os BRICS, cujo alvo atual tem sido o Brasil utilizando-se, inclusive, das redes sociais.

Incentivando através de estratégias já usadas em outros Países, como uma espécie de laboratório de campo, convulsões psicossociais contínuas com o intuito de assegurar o condomínio financeiro-midiático-neoliberal oligárquico no País, evitar a construção de um projeto nacional de desenvolvimento com transformações sociais profundas, evitar o exercício de liderança solidária do Brasil junto aos novos polos geopolíticos regionais em contraponto ao anunciado outono do império.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Livro das Profecias

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

Em 1997 o Senado Federal resolveu publicar um livro sobre o que proeminentes figuras nacionais pensavam como seria o novo milênio especialmente o século XXI e a esse esforço de futurologia denominou “O livro das profecias”.
Entre as dezenas de personalidades brasileiras convidadas estava o destacado dirigente comunista João Amazonas que em seu texto declarou que o futuro não pode desligar-se do passado, é do exame crítico dos tempos que vão ficando para trás que surgem as indicações, às vezes precisas, das perspectivas vindouras, dos rumos históricos.

Desenvolvendo o seu ponto de vista o então presidente nacional do PCdoB alertou que o século XXI seria o cenário de uma grande batalha, que já se encontrava presente no seio da sociedade humana, entre o novo que procura abrir caminhos ao progresso social e o velho que resiste a desaparecer utilizando-se para tanto de todos os meios, pacíficos ou violentos.

João Amazonas, experiente pensador político, disse que as massas iriam levantar-se contra esse sistema brutal mas que inicialmente iam carecer de perspectivas claras contra o neoliberalismo, seus aparatos ideológicos, como a grande mídia global.

Afirmava que no começo do século XXI haveria luzes e trevas, mais trevas que luzes, depois o quadro se inverteria e a humanidade viveria tempos de grandes esperanças.

Hoje as lutas nacionais, populares vão encontrando novas formas de resistência erguendo contrapontos à hegemonia neoliberal como o surgimento dos BRICS, contra seus aparelhos militares, ideológicos, políticos ao tempo que recrudesce a crise estrutural capitalista, a violência imperial por todo o planeta.

E como a consciência política do povo brasileiro é o grande inimigo a ser derrotado pelo rentismo e o pensamento único do mercado, vem sendo imposto à sociedade algo requentado já diagnosticado como “a sociologia do desgosto com o Brasil”, um eterno olhar colonizado, dependente, o transplante mecânico de fórmulas acadêmicas vindas da Corte.

Que rejeitam o estudo, a compreensão da realidade nacional, suas várias peculiaridades regionais, riqueza cultural, onde o protagonismo do processo civilizatório brasileiro seria um grande desvio porque nega as teses importadas. Por isso, e muito mais, as “profecias” realizaram-se, a luta é mesmo gigantesca.

sábado, 12 de outubro de 2013

Os rumos

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

Um dos principais desafios ao Brasil atual é a constituição de um projeto nacional de desenvolvimento que tenha a suficiente abrangência para incorporar as grandes maiorias da sociedade brasileira articuladas em uma perspectiva de transformação social, amplas liberdades políticas, impulsionadas por uma estratégia de longo curso.
Um projeto de objetivos definidos porém flexível o bastante para a convivência de múltiplas forças políticas distintas mas convergentes no essencial nos caminhos de um País soberano, com persistentes avanços sociais, na estratégia da sua política externa baseada no respeito, autodeterminação dos povos, na cooperação multilateral junto às nações em desenvolvimento.

Durante as recentes jornadas de junho que mobilizaram milhões de pessoas nas ruas, mostrou-se concreta uma agenda substancial da sociedade baseada nas questões relativas à educação, saúde, transportes, onde é justo agregar o grave problema da segurança pública, além do recorrente tema da corrupção.

No entanto, a essa agenda social devem-se acrescentar outros elementos essenciais como investimentos pesados em infraestrutura, ciência, tecnologia de ponta, inclusive agregada aos produtos manufaturados nacionais, uma efetiva reforma urbana que privilegie o aumento da qualidade de vida da população etc.

Mas essas jornadas de junho mostraram que os efeitos da ação predadora do grande capital global também se fazem sentir no País através da sua cultura do pensamento único, da sua ideologia difundida intensamente pela grande mídia global hegemônica.

Que isola os indivíduos, provoca o fenômeno da ausência de relações com o passado, mesmo o passado recente, entre camadas das novas gerações surgidas durante a prevalência da nova ordem mundial, contrapõe-se à perspectiva da edificação de um futuro comunitário, ao tempo em que incute visões reducionistas típicas de um tribalismo urbano atomizado, num círculo vicioso de um “presente contínuo” como alertou o historiador Eric Hobsbawm.

Assim, um projeto nacional estratégico soberano, de grandes transformações estruturais, sociais, inclusivo às minorias, é a alternativa insubstituível à arquitetura social maligna, fomentada pelos imperativos do rentismo, antagônica às utopias da nação, aos sonhos coletivos da emergente sociedade brasileira.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Uma experiência valiosa

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

A Constituição de 1988 completa vinte e cinco anos de existência fazendo parte do mais longo ciclo, ininterrupto, de democracia na História do Brasil o que é, sem dúvida, um marco significativo na trajetória da nação.
Durante esse período o País vivenciou grandes batalhas políticas onde não faltou a participação ativa, nas ruas, de centenas de milhares de pessoas, que em vários momentos converteram-se em milhões, exigindo melhores condições de vida, atuando decisivamente nos rumos institucionais da vida nacional.

É uma Constituição surgida do clamor social pelas mais amplas liberdades políticas em uma nação sufocada pela total ausência delas, quando se teve que reconstituir, como uma plástica pós-traumática, o tecido democrático, sistema de governo, os direitos sociais, as relações jurídicas, comerciais, empresariais, internacionais, o pacto federativo etc.

Uma carta magna que também mostrou-se imperfeita, com lacunas, insuficiências, seja pela correlação de forças políticas à sua época ou em virtude das novas exigências surgidas num País em constante transformação mas que tem assegurado o pacto nacional.

Tudo isso em um período dramático de graves instabilidades internacionais onde os negócios do grande capital global, da governança mundial, representados através da grande mídia hegemônica, com o seu pensamento único, procuram defenestrar os direitos sociais, agredir a soberania dos povos.

Mesmo nessa época tempestuosa, o quinto maior País do mundo em dimensões continentais, ator geopolítico estratégico, a oitava economia do planeta, move-se pelas utopias coletivas de uma sociedade emergente, na mobilização de milhões de pessoas por legítimos anseios, avanços estruturais inadiáveis.

Têm sido imensos, mas permanecem em vão, os esforços de setores reacionários, internos e forâneos, para anular essa riquíssima experiência das grandes maiorias da nação de persistir trilhando os caminhos das transformações sociais, na defesa da soberania do País, protagonizando a luta pela paz mundial.

Já se disse que os povos só aprendem através dos itinerários por eles mesmos traçados, sendo inúteis as imitações ou transplantes de outras realidades porque revelam-se artificiais. Nesse sentido, o povo brasileiro vem sendo artífice do seu próprio destino histórico.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O que o Brasil enfrenta

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

O discurso nas Nações Unidas da presidente Dilma repudiando a ofensiva de espionagem dos Estados Unidos contra os cidadãos, governo, empresas brasileiras foi uma afirmação de soberania do País e ao mesmo tempo um alerta sobre a gravidade e os desdobramentos da atual situação geopolítica internacional.
Gestada numa crise estrutural do capitalismo em escala global provocando a debacle das nações do chamado primeiro mundo só comparável à grande depressão econômica mundial de 1929-1930 quando riquezas fabulosas esfumaçaram-se da noite para o dia semeando violenta hecatombe social, espalhando a fome, desemprego por todo o planeta.

O que anda corroendo a Europa, Estados Unidos, outros Países ditos desenvolvidos é a recorrência, com diferenciações, do mesmo cenário dos anos trinta e o remédio aplicado pelo grande capital financeiro é idêntico, ou seja, jogar sobre as costas dos trabalhadores, setores médios, às nações, a fatura da orgia do rentismo chamada eufemisticamente de “exuberância irracional do capital global”.

Após a queda do muro de Berlim esse mesmo capital, os Estados Unidos passaram a exercer uma hegemonia incontestável, econômica, militar, ideológica, política e ascendeu absoluta a nova ordem mundial, o retorno do velho liberalismo com nova roupagem, o neoliberalismo.

Mas a crise estrutural capitalista em 2008 abalou os falsos paradigmas edificados nas últimas décadas: a doutrina neoliberal, um conjunto de valores impostos à humanidade, sociais, morais, culturais da “nova ordem”, a arquitetura geopolítica mundial implantada nesse período.

Com o atual naufrágio econômico, o que foi “consensualmente imposto” aos povos através de lavagem cerebral via mídia global nomeada ventríloqua do império, do grande capital, transmutou-se em guerra de rapina, em novo tipo de fascismo contra o resto do mundo.

Onde a espionagem irrestrita é apenas uma das faces dessa Novíssima Ordem que emerge sob o prisma da agressão militar, chantagens abertas contra os Países especialmente os BRICS.

Para manter-se soberano nesse dramático cenário global impõe-se ao Brasil a construção de um novo projeto de desenvolvimento econômico, superar abismos sociais históricos, mobilizar politicamente na defesa desse projeto de nação as grandes maiorias da sociedade brasileira.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Vampiros e alienígenas

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:


O episódio em que Aaron Alexis, veterano de guerra norte-americano, matou 13 pessoas com um fuzil metralhadora ferindo várias outras em Washington, a poucos quilômetros da Casa Branca, tornou-se uma rotina macabra que se instaurou na sociedade americana.
Expondo os efeitos colaterais à manutenção de um império que se estende por todo o planeta com seus exércitos de ocupação, pelos altos investimentos na desestabilização de várias regiões como na África, Oriente Médio, Ásia, sofisticadas estruturas de espionagem dos cidadãos pela rede mundial de computadores ou através da grande mídia global em uma hegemonia incontestável.

Uma potência que exporta ao mundo sua própria versão sobre democracia, economia, geopolítica já que o “excepcionalismo (constitucional) de nação escolhida por Deus” manifesta que os valores da humanidade devem ser obrigatoriamente à sua imagem e semelhança.

Com a queda do muro de Berlim os Estados Unidos, e a Grã Bretanha, passaram a conduzir as diretivas do capital internacional formatando uma “nova ordem mundial” de acordo com os imperativos da acumulação, centralização do capital financeiro sob a batuta da doutrina neoliberal.

Além disso os EUA contam com outro forte instrumento ideológico a indústria de Hollywood que, com exceções, produz uma enxurrada de películas, jogos de guerra, séries televisivas que espalham ao mundo a ideologia da elite financeira global, do establishment norte-americano.

O ex-agente da CIA Chalmers Johnson mestre na Universidade da Califórnia afirmou que os EUA estão mergulhando em um estágio de paranoia psicossocial que ele definiu como “blowback” espécie de tiro pela culatra resultante de inúmeras agressões militares mundo afora.

Tendo “visões de inimigos horríveis, reais ou imaginários, e o maior sintoma desse delírio patológico é a profusão de filmes sobre duendes, monstros tremendos, sociedades paralelas de vampiros, alienígenas rondando os Estados Unidos” onde realidade, ficção se confundem esquizofrenicamente.

Os efeitos desses transtornados fenômenos sociológicos são repassados às demais nações, ao Brasil como extensão da crise interna da sociedade americana sinalizando que a luta passa pela defesa intransigente da nossa identidade cultural, a emancipação social, soberana do povo brasileiro.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Poder imperial, espionagem, reverência obsequiosa

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

 
As revelações sobre a espionagem dos órgãos de segurança dos Estados Unidos contra a Petrobrás com o objetivo de colher informações relativas ao mapeamento das valiosíssimas reservas petrolíferas submarinas em nosso mar territorial além da tentativa de capturar a sua avançada tecnologia de ponta na prospecção do petróleo em águas marítimas profundas indicam a extensão, os múltiplos alvos do monitoramento dos EUA em relação ao Brasil.
Porque além dessa denúncia há a invasão da privacidade dos cidadãos brasileiros sequestrada através de supercomputadores com capacidade de escuta, rastreamento, armazenamento de dados abrangendo quase toda a população do planeta, conectada através da rede mundial de computadores, assim como é de conhecimento público a espionagem norte-americana ao governo federal inclusive à presidente da República.

Já o ex-agente da CIA Edward Snowden, sequenciado pelas declarações de Julian Assange refugiado na embaixada do Equador em Londres, afirmou que não se deve ter nenhuma dúvida que o governo dos Estados Unidos tem como objetivo estratégico na América Latina, dentre as suas prioridades em nível global, dificultar os passos do Brasil.

Como é também evidente à grande maioria da população o acumpliciamento obsequioso da poderosa grande mídia hegemônica nacional para com os interesses econômicos do capital financeiro global, da política externa norte-americana de caráter militarista, expansionista, imperialista.

Essa mídia hegemônica move-se através de duas linhas principais: obstaculizar as alternativas econômicas mais soberanas ao País e semear a confusão, desorientação, a fragmentação da identidade cultural brasileira especialmente em meio às camadas trabalhadoras, médias, segmentos progressistas, com o objetivo de formar alguma base de apoio social a eventuais provocações contra a nossa soberania, que porventura se façam necessárias a esses interesses forâneos.

O que se deseja com certeza é retardar a união dos setores populares, democráticos, dos defensores do progresso econômico em torno de uma nova etapa do desenvolvimento brasileiro com vistas a uma nação próspera que supere os históricos abismos estruturais e sociais que têm impedido por séculos a possibilidade de um grande salto ao futuro.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Todos os passos da Presidenta

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Almanaque Alagoas e no Santana Oxente:

As recentes revelações comprovando que os Estados Unidos monitoram os passos, correspondências eletrônicas, escutam as conversas telefônicas da presidenta Dilma Rousseff constituem uma grave afronta à soberania do Brasil além de ser um tipo de ação só compreensível num estágio de beligerância de uma nação contra outra.
O repúdio do Ministério das Relações Exteriores e o da presidenta da República são atitudes dignas de um Estado nacional que zela pela sua absoluta integridade e que assim pretende mantê-la diante das nuvens carregadas que se apresentam no caótico cenário político mundial mesmo que a tempestade encontre-se bastante longe das suas fronteiras territoriais.

Por isso é importante compreender a atual realidade geopolítica global, as sistemáticas intervenções militares diretas ou indiretas da coalizão anglo-americana e eventuais aliados, para que se possa contextualizar com alguma clareza possível o objetivo dessa espionagem fartamente documentada.

Porque a desestabilização de vários Países na Ásia, Oriente Médio e no continente africano não constitui peça desconexa, pontual, nesse tabuleiro de xadrez macabro da política externa norte-americana, ao contrário, reflete um tendencial constante que não se limita a essas regiões do mundo, pode se espalhar a médio ou longo prazo para onde os interesses econômicos e expansionistas dos Estados Unidos considerem fundamental.

É lúcida a opinião do historiador, cientista político Moniz Bandeira quando define que sem um estado de guerra permanente parte considerável da economia norte-americana deixa de funcionar e que o atual caráter imperialista dos Estados Unidos implica em feroz política de poder da única potência capaz de executá-la com o objetivo estratégico de assegurar fontes de energia, matérias primas, recursos não renováveis, investimentos, mercados para suas corporações através de chantagens, agressões armadas, monopólio da mídia global, controle dos organismos internacionais.

Assim cabe ao Brasil, País com dimensões continentais e fabulosos recursos naturais, construir um novo projeto de desenvolvimento nacional incorporando nesse processo intensa mobilização, a elevada consciência social de milhões de brasileiros em torno dessa perspectiva transformadora, modernizar a sua Defesa, invocar a autodeterminação dos povos, a paz mundial, a defesa intransigente da soberania nacional.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Brasil e o poder global

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no Almanaque Alagoas:

No início da década de noventa passada consolidou-se de fato a desregulamentação absoluta dos mercados, a livre circulação dos fluxos internacionais dos capitais beneficiando especialmente aqueles de caráter especulativo, parasitário.
Além disso, materializou-se a hegemonia dos Estados Unidos ao determinar a dinâmica de grande parte da economia mundial através de emissões, sem lastro, da sua moeda e do manejo das suas taxas de juros apesar da profunda crise estrutural em que se encontram mergulhados como de resto todo o capitalismo em âmbito global.

Mas a verdade é que a força da moeda norte-americana repousa fundamentalmente no poderio militar de nação imperialista constituindo-se portanto em elementos indissociáveis essa financeirização planetária dos “mercados de capitais” parasitários somada às rotineiras agressões belicistas americanas.

Essa “nova ordem” imposta ao mundo à força nasceu com a queda do muro de Berlim fato emblemático do final da bipolarização mundial com a debacle da União Soviética e mantém-se hegemônica mesmo com a emergência dos BRICS novos atores comerciais, econômicos, geopolíticos no cenário internacional.

Nesse período avançou a tecnologia militar em ação principalmente através do Estados Unidos e Inglaterra que a grande mídia global chama de “comunidade internacional”, com o desmantelamento dos Países alvos através de assassinatos seletivos, sofisticada espionagem, violentos bombardeios aéreos de saturação, destruição dos centros industriais, produzindo milhares de mortos, pânico e terror entre os povos.

Também não constitui segredo a irrefreável cobiça dos Estados Unidos em assaltar os recursos não renováveis do planeta sob a proteção soberana das nações.

O método aplicado pelos EUA que antecede às invasões militares tem sido a desconstrução do sentimento nacional em comum no interior dos Países através de criminosa guerra midiática, a fragilização da luta pela soberania, do combate anti-imperialista.

As contínuas agressões dos EUA devem servir de exemplo ao Brasil detentor de imensas riquezas não renováveis como a Amazônia para a urgente modernização da sua Defesa, das forças armadas, a construção de um novo projeto de desenvolvimento nacional com avançadas transformações sociais, elevada consciência política, a convicção de que só é possível um País socialmente justo, próspero, com a soberania brasileira intacta.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O capital “emocional”

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:


As flutuações cambiais surgem e desaparecem nas notícias da grande mídia quase como se fossem fenômenos semelhantes aos que acontecem com a natureza viva e para acompanhá-las existem programas televisivos especializados que nos explicam “as instabilidades emocionais, o comportamento eufórico ora depressivo do mercado” como afirmou um conhecido âncora de um canal brasileiro de televisão a cabo.
No entanto se alguém resolvesse fazer o cálculo de quanto a nação perdeu através de falcatruas, desvios de verbas, negociatas de todos os tipos promovidos por agentes públicos eleitos ou não uma das causas que recentemente levou às ruas milhões de brasileiros muito justamente indignados contra a corrupção, ainda assim seria inacreditavelmente ínfimo em relação aos lucros dos agiotas do capital parasitário, dos ataques especulativos.

Essa coisa escusa chamada eufemisticamente como “mercado de capitais”, que nada tem a ver com investimentos internacionais e internos nas áreas produtivas públicas e privadas que alavancam o crescimento econômico do País, sempre existiu no capitalismo mas assumiu proporções estratosféricas com o processo da desregulamentação global das leis que lhes impunham limites de atuação dentro das normas internacionais além do controle, legislação de cada nação de modo soberano.

Hoje mede-se a solidez de um País entre outros fatores pelas suas reservas cambiais frente às “surpresas do mercado” que podem ser traduzidas como assaltos rotineiros do capital rentista como aconteceu essa semana com a alta seis vezes seguidas da moeda norte-americana freada pela ação do Banco Central injetando de uma só vez no “mercado” 6 bilhões de dólares das nossas reservas que podiam ser investidos em saúde, educação, transportes, segurança, infraestrutura.

O neoliberalismo que gerou um lobo transformado pela grande mídia a ele associada num cordeiro com transtorno bipolar é formado por uma super classe social global e nativa que toma decisões contra os interesses das sociedades acima dos Estados nacionais, impunes.

As nações que não se submeteram aos ditames neoliberais encontram-se hoje em posição de conduzir seus destinos e economias nesse cataclismo financeiro global. O Brasil se deseja alcançar um novo projeto de desenvolvimento nacional com transformações sociais avançadas precisa enfrentar com determinação, soberania, esse agressivo predador dos povos.