quarta-feira, 25 de abril de 2018

2018

Meu novo artigo:


As demandas centrais que os institutos de pesquisas devem encontrar para as eleições de outubro de 2018, ao ouvirem a esmagadora maioria da sociedade, vão ser: emprego e renda, saúde, educação, segurança pública. Esse é o Brasil real, com mais de 200 milhões de habitantes.

Os candidatos à presidência, Congresso, Assembleias estaduais e governadores dos Estados melhor habilitados às disputas eleitorais serão aqueles que responderem de maneira convincente a esses quesitos. Ou que no exercício dos governos regionais melhor administram esses problemas em seus mandatos.

É óbvio que um projeto de governabilidade é bem mais abrangente, corresponde a um conjunto de questões complexas em uma nação de porte continental, o 5o País do mundo em dimensão territorial, atrás da Rússia, China, Canadá, Estados Unidos.

Qual o caminho para a retomada do crescimento, a forma de impulsionar uma economia estagnada por uma política monetária recessiva cujo objetivo é a meta da inflação, a remuneração do capital financeiro, os juros estratosféricos do rentismo no governo Michel Temer?

Sem o crescimento econômico não há desenvolvimento e diz o ditado popular: “casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”. Sem a retomada do desenvolvimento não há geração de emprego, a renda cai, a economia patina no charco, não existem recursos para investimentos inadiáveis nas áreas de infraestrutura, saúde, educação etc.

Assim é em segurança pública onde a criminalidade passou de grave problema para tornar-se questão de soberania nacional, no confronto direto com milionárias organizações que controlam o narcotráfico através de nossas fronteiras sul-americanas.

Tanto como os novos vetores para se ter uma indústria competitiva em uma economia globalizada, infestada de protecionismos, conflitos comerciais e guerras.

Como reduzir as profundas desigualdades sociais. Qual o papel do Estado nacional em um projeto estratégico de desenvolvimento. Como recuperar o equilíbrio democrático entre as instituições da República?

O mesmo dá-se com as agendas identitárias, de costumes, gênero, comportamento, via grande mídia e redes sociais, ideologizadas, polarizadas em setores médios. O País vai continuar a exigir, objetivamente, respostas aos seus rumos fundamentais. Ou persistirá no limbo do imobilismo, da estagnação.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Nova Guerra Fria

Meu novo artigo:


O ataque dos Estados Unidos contra a Síria com o lançamento de 103 mísseis de última geração foi na verdade mais um espetáculo midiático, embora caracterize gravíssima agressão contra uma nação e sua população que já vive uma guerra cruenta de 7 anos. O próximo alvo será, como todos já sabem, o Irã.

Pouca gente acredita na justificativa norte-americana das “armas químicas” para lançar contra Damasco poderosos artefatos, interceptados em mais de dois terços pela defesa antiaérea Síria, equipada com sistema antimísseis de fabricação russa, um tremendo revés militar para os EUA.

Esse pretexto já foi utilizado outras vezes, como na invasão contra o Iraque, revelando-se depois uma grande farsa montada pelo governo dos Estados Unidos, com apoio maciço da grande mídia internacional.

A diferença atual é que a Rússia recuperou seu protagonismo de potência global, perdida com a debacle da extinta URSS e o período de Boris Yeltsin, além da meteórica ascensão da China como força de primeira grandeza na economia mundial e seu inquestionável arsenal bélico, atômico, que rivaliza com a Rússia e os EUA.

O ataque à Síria tem outros fatores como a política doméstica norte-americana, onde se trava uma guerra furiosa pelo poder desde a eleição de Donald Trump, histriônico e estabanado bilionário que derrotou Hillary Clinton, candidata do Mercado financeiro associado à grande mídia.

O fato é que a geopolítica mundial se alterou profundamente desde a entronização da Nova Ordem e a hegemonia unipolar dos Estados Unidos durante boa parte do segundo milênio. Vivemos hoje os tempos de uma Nova Guerra Fria com ingredientes cibernéticos que os especialistas chamam de Guerra de 4a geração.

Os ataques contra os Estados nacionais começam pela desestabilização econômica, cultural, as “polarizações induzidas”, a fratura do espírito de pertencimento, identidade social em comum na sociedade.

É o caso do Brasil onde as instituições da República estão à deriva e, através da grande mídia e do Mercado rentista, fomenta-se o ódio delirante e galopante.

Destroem a vida democrática, sequestra-se o sentimento nacional, semeiam a desorientação social, o narcisismo político, a ausência de rumos.

Torna-se urgente resgatar a união do povo brasileiro e a democracia, em uma das maiores ameaças da sua História.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Sob fogo intenso

Meu novo artigo:


A prisão do ex-presidente Lula revela-se óbvia ação contra os direitos democráticos. O julgamento do pedido de habeas corpus a seu favor e a sua negação em um Supremo Tribunal Federal dividido indicam que existe também na Suprema Corte do País uma aberta batalha pela democracia no Brasil.

O que estamos assistindo, inclusive no STF, é um confronto de concepções opostas sobre o que diz a Constituição de 1988, entre a sua flexibilização em prol de um Estado autoritário cada vez mais presente e o efetivo respeito à sua interpretação.

A carta maior da nação foi um pacto celebrado por amplos setores da sociedade, com a participação da população brasileira.

Na sessão do STF acompanhada por toda a nação e os olhos e ouvidos da opinião pública mundial, alguns ministros se agigantaram com os seus votos apesar da violenta pressão, violenta é a palavra definitiva, da grande mídia global que é parte essencial da escalada autoritária antinacional e antidemocrática em curso.

Destaca-se, entre outros, o voto do ministro decano Celso de Mello, uma excepcional aula de Direito penal e constitucional, que lembra os momentos históricos do Direito nativo e internacional, honrando as grandes lições da advocacia e da justiça em toda sua trajetória.

O Brasil sofre, já faz alguns anos, uma Guerra Híbrida que é na verdade um sucedâneo da Guerra Fria, mas de igual ou maior periculosidade, com agressões e subversões contra os povos e os Estados nações.

A Guerra Híbrida vem se mostrando poderosíssima, instrumentalizada pela grande mídia global, pela revolução tecnológica e a cibernética com seus desdobramentos na internet, através das redes sociais propagadas como nova face das liberdades individuais, da informação democratizada.

Mas os fatos atuais, as denúncias sobejamente comprovadas mostram sua manipulação pelas grandes potências e os interesses do Mercado financeiro rentista.

Fomentam delírios galopantes, esgarçamento da sociedade, ódios incontidos, caracterizando uma guerra psicológica cujos alvos são a democracia, as liberdades políticas e individuais, a união do tecido social, a desconstrução do patrimônio nacional etc.

Mas o Brasil é inevitável em sua integridade física, na sua civilização tropical, original e promissora, na irredenta vocação pelas liberdades políticas do seu povo.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Delírio

Meu novo artigo:


O clima de, quase, total desencontro em que vive a nação brasileira, moída em uma espécie de presente contínuo infindável, impede a capacidade de enxergar a complexidade e sofisticação da Guerra Híbrida a que o Brasil vem sendo submetido em movimentos ensaiados e sistemáticos.

As ações programadas, através da grande mídia, com vistas a satanizar a China, a expulsão dos diplomatas russos em Países da Europa ocidental, a campanha contra a cultura dessas e outras nações, criando um exército de reserva “pseudointernacionalista” de ativistas do “politicamente correto” a serviço do Mercado rentista, contra a soberania dos povos, não são apenas notícias: fazem parte de uma nova forma de guerra mundial e muito real que envolve o planeta.

Com a intenção do desmonte territorial, financeiro e cultural dos Países que possam vir a atuar com algum protagonismo na geopolítica global. Mas a intoxicação de vários estamentos pensantes é tal que muitos perderam o norte ou não querem refletir sobre o curso dos acontecimentos.

Alguns setores “ultristas” antípodas, inclusive fascistas, como dizia Darcy Ribeiro banido no índex do “politicamente correto” assim como o pernambucano Gilberto Freyre, atestam a cultura da intolerância, a desorientação de parte da Inteligência nativa.

O julgamento do ex-presidente Lula é parte desse cenário onde forças desagregadoras, com o firme apoio da mídia global associada ao Mercado especulativo, por mais que tentem negar, movem-se contra os interesses nacionais.

As instituições republicanas foram levadas, como uma novela, à descaracterização de suas funções constitucionais e, nesses casos, muitos dos seus representantes consumidos na imensa fogueira das vaidades, alimentada pela grande mídia num combustível altamente inflamável.

Os poderes da República estão à deriva, a Constituição, a democracia mutiladas. É o retrato do Brasil que vários se recusam a enxergar ou foram engolidos por uma onda de delírio galopante pautada pela mídia global e redes sociais, sobejamente comprovadas como agentes na manipulação da cidadania.

Hoje prevalece o esgarçamento do País, quando o Brasil necessita com rara urgência de lideranças e políticas de coesão nacional que aglutinem a sociedade em defesa de um novo projeto de desenvolvimento, da democracia, do seu protagonismo soberano e solidário.