quinta-feira, 24 de julho de 2014

Protagonismo crescente

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:

Os recentes fatos geopolíticos demonstram que encontra-se em processo de transição mais acelerada a mudança para uma outra ordem internacional multilateral, indicando, por sua vez, a tendência mais acentuada à decadência da chamada Nova Ordem mundial que já apresenta sinais de falência.
Os novos atores no palco das relações globais, os BRICS, mais da metade da população do planeta, que antes representavam uma promessa significativa ultrapassaram o sinal que demarcava a expectativa do futuro promissor, para o outro lado da História, o da realidade tangível.

Ou seja, o processo histórico mundial já se encontra naquele momento da viragem sem volta, com todas as possibilidades e as consequências que esses tempos sempre registram na vida dos povos.

No campo das possibilidades surgem grandes perspectivas, indicadores econômicos, sociais, políticos que se apresentam a toda humanidade, esperançada por esse núcleo de Países, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, de características gerais, idiossincrasias, vicissitudes, realidades distintas.

Mas crescem os desafios às nações, especialmente os BRICS, em uma etapa complexa onde o velho já caducou, mas ainda sobrevive e o novo já se fez inevitável, mas ainda não se consolidou inteiramente.

São momentos singulares, de choque entre essas duas tendências assumindo características variadas conforme o contexto social, político, regional de cada País.

Os estrategistas da Nova Ordem, municiados de análises, números, há algum tempo dominavam essa mudança acentuada dos ventos, adversos aos seus privilégios hegemônicos financeiros, imperiais e já fazem de tudo para sustar o inexorável.

O Brasil é sujeito de primeira grandeza nessa nova configuração geopolítica multilateral com território continental, imensos recursos renováveis, sem conflitos com vizinhos, movimentos separatistas ou de etnias, vocação democrática, de língua una, identidade nacional preservada, pacifista.

Mas por essas mesmas razões especiais o País vem sendo alvo de crescentes ataques midiáticos, financeiros, ideológicos, geopolíticos.

Cabe às forças progressistas, patrióticas, incorporar o protagonismo solidário do Brasil, combinar a luta política estratégica, com essa tendência avançada, de vanguarda mesmo, que os fenômenos históricos indicam.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Tempo de lutas e avanços

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:

A Pietá, obra prima imortal de Michelangelo, esculpida em mármore, exposta no Vaticano.
 
Nesses tempos da Nova Ordem Mundial, dos fundamentos do Mercado, uma espécie de reinvenção no século XXI do bíblico Bezerro de Ouro, a serviço de gigantesco, fraudulento processo global de acumulação financeira, os povos buscam os caminhos da resistência e libertação.
Nos últimos 25 anos, no reinado do neoliberalismo, de uma realidade geopolítica unipolar, a luta em defesa das grandes causas sociais, da autodeterminação das nações, do progresso social exigiu tenaz esforço político, cultural, ideológico, contra um adversário poderoso que ocupou quase todos os espaços no planeta.

As sequelas da anticivilização imposta à humanidade estão aí para todos verem: a tentativa de desagregação dos grandes valores conquistados pela humanidade, a despeito das guerras e barbáries cometidas em nome dela, como legado avançando da capacidade criadora do ser humano.

A violência endêmica, a expansão do bilionário negócio do narcodólar que sustenta por vias subterrâneas a crise sistêmica do capital, a roda das altas finanças globais, são expressões trágicas à máxima da primeira-ministra inglesa Margareth Thatcher, a Dama de Ferro: Sociedade? Isso não existe, o que existe são os indivíduos e o Mercado.

O isolamento do indivíduo, a quebra da amizade espontânea, a desagregação, o colapso das relações sociais, foram impostos como inevitáveis ao “processo natural” do avanço econômico, tecnológico, profetizado por Thatcher. Daí as famosas políticas compensatórias, ações paliativas para males estruturais profundos.

Os ataques especulativos passaram a ser a forma de travar a guerra militar por outros meios, visando pôr de joelhos nações como a Argentina, assaltada tanto pela ganância parasitária quanto pela sua altivez patriótica.

Mas o surgimento dos BRICS mostra a transição a outra alternativa de civilização e uma geopolítica multilateral, o protagonismo das nações, novas relações civilizacionais.

Por isso o Brasil tem sido alvo de sabotagens midiáticas e de outros tipos como na Copa Mundial de futebol, onde felizmente a lucidez da sociedade brasileira foi vitoriosa.

Enfim como já se disse: apesar dos pesares e horrores indescritíveis, a imaginação do homem está fadada, como destino do qual jamais pode escapar, ou renunciar, a tentar fazer da sociedade uma obra de arte.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Resistência e delírio

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:

Em 2004, o principal estrategista do presidente Bush, Karl Rove, afirmou em entrevista ao jornalista Ron Suskind do New York Times uma máxima sobre a política externa norte-americana e símbolo de arrogância, delírio.
Dizia ele: “agora nós somos um império e quando agimos nós criamos a nossa própria realidade. E, enquanto você estiver estudando essa realidade, nós agiremos novamente, criando outras realidades novas, que você também pode estudar, e é assim que as coisas serão. Nós somos os atores da História e todos vocês serão deixados apenas para estudar o que fazemos”.

Karl Rove continua influente líder da oligarquia conservadora dos Estados Unidos e, longe de afastado, vem dando as cartas no governo do presidente Obama em assuntos relativos a questões internacionais sob domínio do complexo industrial-militar norte-americano.

Suas declarações bem que poderiam constar em qualquer compêndio psiquiátrico relativo à megalomania e paranoia.

As intervenções dos Estados Unidos vão criando formidável rastro de sangue no Iraque, Síria, Líbia, Palestina, na África, esquartejada por “guerras humanitárias”, conflitos tribais, herança da velha política colonial etc. etc.

O poderio financeiro-militar dos EUA e aliados, como o inglês, estende-se por outras vias como nas áreas da comunicação e difusão ideológica-cultural fomentando ações patrocinadas pelo establishment imperial.

Como as “insurgências pacíficas” do novo guru da CIA, Gene Sharp, contra nações que zelam pela autodeterminação e diplomacia independente.

No Brasil, o exemplo mais efetivo veio dos atos de vandalismo de grupos, no mínimo exóticos, que tinham como objetivo, com o apoio da grande mídia, desestabilizar a Copa Mundial de futebol, o protagonismo do País a nível global.

Foram derrotados pela lucidez da sociedade brasileira, a audiência de mais de um bilhão de pessoas, alguns milhões de turistas que aqui vieram apesar do “caos do inferno” alardeado aos quatro ventos pelo complexo de comunicação mundial hegemônico.

Já se disse que os povos só aprendem através da própria experiência vivida e no Brasil ela tem sido muito rica para que as esmagadoras maiorias da sociedade separem o joio do trigo na luta intensa em defesa da soberania nacional, democracia, da emancipação social, todas indeclináveis.

sábado, 5 de julho de 2014

Ventando Labaredas

 

Parodiando Nelson Rodrigues, Neymar, nessa Copa do Mundo, foi caçado a pauladas pelos quatro cantos do campo desde a primeira partida.
O pai de Neymar disse: Treino é jogo e jogo é guerra. Qualquer tragédia servia contra ele nem que fosse fratura exposta da tíbia e do perônio.
Mas o objetivo é mesmo parar a seleção brasileira, derrotar o Brasil, antes, durante e depois da Copa. A seleção brasileira é o time a ser batido dentro e fora dos estádios. A grande mídia global vem se empenhando, rútila de ódio e inveja, nessa tarefa. Não conseguiram cumprir essa vergonhosa tarefa ao contrário, uniram o povo brasileiro.
Dizem que já somos quase 206 milhões. Pois bem, o que a grande mídia colonial, e a colonizada daqui, conseguiram mesmo foi unir 200 milhões, há uns cinco ou seis milhões que torcem contra a nossa autoestima e contra eles próprios, mas estamos em uma democracia não é mesmo?
David Luiz com o seu gesto de solidariedade, consolando o atacante colombiano, mostrou ao mundo a nossa vocação para a humildade e a fraternidade mesmo que do outo lado tivesse um carrasco de carteirinha e tudo mais.
Agora a seleção brasileira vai entrar em campo ventando labaredas em busca do que é seu, o hexa campeonato mundial.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O Brasil e a Nova Ordem

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:

Tanto é verdadeiro dizer que Marx afirmou que os filósofos limitavam-se a interpretar o mundo de diversas maneiras, quando o que importa é (compreendendo-o) transformá-lo, como é certo afirmar que a hegemonia do Mercado, especialmente no século 21, tem envidado esforço hercúleo para inverter esse conceito.
A concentração em escala planetária do capital financeiro acompanhada na maioria das nações de um extraordinário poder dos grandes grupos de comunicação, incluindo mídia digital, redes sociais, procurou nesse período anular as causas transformadoras, as utopias realizáveis da civilização humana.

O objetivo dessa Nova Ordem totalitária foi anular qualquer pensamento crítico que indicasse rumos a algum tipo de sociedade solidária, sustasse a esperança dos indivíduos tanto quanto das nações, num futuro de progresso social que assegurasse a autodeterminação, a identidade cultural dos povos.

Através do império da sociedade absolutamente consumista, pretendia-se que já não mais importasse o progresso social e dos Países, mas a defesa cega em alta escala individualista, canibalesca, pragmática, dos valores impostos através do Mercado.

Para se compreender certos fenômenos psicossociais dos tempos presentes é fundamental, creio, reportar o fato descrito pelo historiador Eric Hobsbawm, o de que as comunidades constituídas nessas épocas foram submetidas a um deserto das utopias, imposto pelas elites da Nova Ordem mundial.

Nesse cenário esquizofrênico erguido a ferro, fogo e bala, o que importa é a mercadoria, a sua deificação como elemento central a ser conquistado, em sociedades condenadas a uma espécie de presente contínuo, sem qualquer referência ao passado ou perspectiva de futuro.

A crise mundial do capital expôs contradições sistêmicas, o ressurgimento em gigantescas dimensões, sob formas mais graves, de males históricos a serem superados através da luta dos povos, das nações na busca da dignidade, autonomia, da liberdade individual, coletiva.

O Brasil como parte dos BRICS em luta pelos caminhos de superação desse trágico período vem enfrentando intensos ataques por parte das forças do Mercado, de potências hegemônicas, na vã tentativa de impedi-lo de conquistar uma sociedade mais justa, do protagonismo soberano, solidário na comunidade das nações.