terça-feira, 29 de maio de 2018

Nação e democracia

Meu novo artigo:


A greve dos caminhoneiros expôs a política econômica recessiva do governo Temer, a linha fundamentalista de Mercado imposta à Petrobrás por Pedro Parente, que se desdobrou aos preços dos combustíveis e daí ao bolso dos cidadãos.

Mostrou o que todos já sabem, um fiasco de governo nascido de um voluntarismo autoritário que prevaleceu durante o impedimento da então presidente Dilma Rousseff a qual, por sua vez, adotava uma política econômica errática, o amadorismo, o isolamento político.

Há um exclusivismo político desde a promulgação da Carta de 1988 traduzido como um lema: “Fora todo mundo, menos eu”. Isso leva o derrotado nas urnas à desforra, inconstitucional, a fim de apear do poder o eleito, maligno à vida democrática, usada por todos os espectros da vida política.

Surgiu um “messianismo salvacionista” das corporações do Estado. Uma caça às bruxas que partindo do justo combate a corrupção transformou-se numa cruzada sectária, com o apoio da grande mídia.

Evoca os anos de Terror da revolução francesa quando Danton condenado à guilhotina por Robespierre disse-lhe: “depois de mim serás o próximo”. E realmente foi.

Esse “messianismo salvacionista” transformou-se na única política de Estado emparedando o crescimento econômico, a via constitucional.

Mas agora surgiu um Brasil de quase 200 milhões de habitantes que assiste, na arquibancada, a uma interminável peleja ideologizada ao extremo entre setores médios que se digladiam a partir de uma agenda inflada pela grande mídia, jogando uns contra os outros, numa linha editorial insana cujos objetivos megalômanos de poder são ditados por seus comentaristas teleguiados.

Destacam-se também setores da “Nova Esquerda” guiada por uma agenda do “politicamente correto” importada de Países nórdicos e outros, como alternativa periférica aos graves problemas e desafios ao desenvolvimento nacional de emprego, saúde, segurança, educação, infraestrutura etc.

Emergem, em contraponto, figuras que içam bandeiras do falso moralismo, da intolerância. Como uma ópera bufa neofascista.

Sem dúvida os aproveitadores estão faturando com o sofrimento popular, ganham bilhões com a especulação rentista. Seja como for, a união em defesa da nação e da democracia vai prevalecer, apesar das aves de rapina que vendem o inferno como solução ao País.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Guerra Híbrida

Meu novo artigo:


Os fluxos entre os Países em uma economia globalizada são uma realidade após o fim da bipolarização mundial, quando o mundo era dividido entre os blocos capitalista e socialista.

Com o fim do campo sob a liderança soviética - a China sempre teve a sua própria política externa - as repercussões foram concretas.

A queda do Muro de Berlim indicou o surgimento de uma hegemonia dos Estados Unidos e a Nova Ordem mundial.

Com a liderança geomilitar norte-americana avançou a globalização do capital especulativo que necessitava de por fim a quaisquer entraves à sua livre circulação, dissociada dos investimentos produtivos, mas sim aos lucros de curto prazo.

Mais nada é definitivo na História. A hegemonia dos EUA transitou para novos atores políticos, econômicos e militares. Entre esses destaca-se a China como potência econômica global, a Rússia herdeira da tecnologia militar soviética, riquezas naturais, liderança regional que remonta aos tempos do império czarista. Apesar de pontos em comum, cada um cuida dos seus próprios interesses nacionais.

Os anseios dos povos em defesa da soberania jamais cessaram, têm crescido apesar da pressão do Mercado financeiro com sua fantástica acumulação especulativa, de biliardários como George Soros etc.

As crises do capitalismo são mananciais astronômicos do rentismo que controla parte da grande mídia, promove a sua hegemonia através da agenda do “politicamente correto”, de suas ONGs, das “Revoluções Coloridas”.

No Brasil torna-se vital a defesa da nação, das suas riquezas naturais, da sua soberania financeira, territorial, desenvolvimento industrial, agrícola, científico, tecnológico etc.

O País vive atualmente uma Guerra Híbrida, cuja função é impedir seu papel de liderança regional, quebrar a unidade nacional, o seu protagonismo civilizatório inovador, saquear suas riquezas. E por aí vai.

Na 2a Guerra Mundial consolidou-se o termo Quinta Coluna, original da guerra civil espanhola, traduzido como aqueles que, por motivos e interesses inconfessáveis, agiam contra a soberania dos povos resistentes às hordas nazifascistas.

A Guerra Híbrida tem objetivo similar: quebra da nossa identidade, da união social em defesa da democracia, do desenvolvimento, fragilizar o sentimento em comum de pertencimento nacional. É o que está em curso no Brasil.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Nação agredida

Meu novo artigo:


O principal desafio nos tempos atuais do Brasil é encontrar, através da vida democrática, os caminhos da superação do imbróglio em que se encontra, cujo responsável central tem sido a Guerra Híbrida a que vem sendo submetido em enormes escalas, especialmente desde 2013.

A desconstrução da via política, a crise sem precedentes das instituições da República, o espetáculo midiático que induz setores do aparato do Estado a uma espécie de exposição junto à opinião pública de atribuições que extrapolam suas funções constitucionais, provocando a quase falência democrática, são elementos muito graves à normalidade da vida nacional.

A necessidade de retomar um nível razoável de convívio civilizacional, fundamental à resolução dos graves problemas do País, que têm suas raízes concretas, encontra-se sistematicamente emparedada por uma histeria política, é permanentemente sustada por um clima de tempestades de ódios difusos e irreconciliáveis.

Cuja origem sempre tem sido pautada diuturnamente através da grande mídia-empresa hegemônica, associada ao capital financeiro especulativo, ao rentismo predador.

Nesse aspecto o País vem sofrendo intenso ataque especulativo com a alta vertiginosa do dólar cujas explicações atribuem à guerra comercial dos EUA com a China, entre outras causas, mas que decorre de violentos assaltos diários dos megaespeculadores do Mercado à nossa economia.

Paralisada e sem referências hierárquicas, os poderes da República à deriva, a nação tem sido presa fácil de toda espécie de ações contra seus interesses fundamentais, sejam suas riquezas naturais, seu patrimônio estatal, seu desenvolvimento industrial, agrícola, científico e tecnológico etc.

Quanto à sociedade, com as ações de grandes potências, dos seus representantes internos, há uma manipulação diária de fatos que açodam setores médios, os quais, inocentes úteis uns, outros nem tanto, afundam num desvario galopante que os afastam das questões centrais e decisivas ao seu destino.

O Brasil está envenenado por uma “revolução colorida”, a mais sofisticada aplicada até hoje, onde proliferam a agenda do “politicamente correto” e outras requentadas, para induzir à divisão e à cizânia geral.

O momento exige equilíbrio emocional, serenidade, unidade e muita lucidez política em defesa da nação e da democracia.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Nau dos insensatos

Meu novo artigo:


A atual conjuntura política é farta em irresponsabilidades com os destinos do País. Basta ver os delírios que surgem em vários pronunciamentos.

O doutor Pérsio Arida, conhecido de todos nós, afirmou em entrevista, com destaque na grande mídia, que “a Constituição não pode engessar a economia”. Ou seja, às favas com a Constituição se os interesses que ele representa não prosperarem.

É o espírito do No tempo das diligências (1939) clássico norte-americano de faroeste, de uma terra sem leis, que está vigendo hoje no Brasil.

O problema é que o filme retrata os primórdios da consolidação dos Estados Unidos que sedimentou depois uma das constituições mais estáveis do mundo cujas disputas, legais ou ilícitas, são julgadas pela Suprema Corte, a qual aplica seus artigos até os dias atuais.

Os EUA não são superiores a ninguém em matéria constitucional, ao contrário. O que existe lá é o concerto onde a carta magna não deve ser atropelada ao sabor das crises conjunturais já que é garantia da continuidade do establishment norte-americano.

O seu poder imperial, grupos econômicos, as facções políticas dos partidos Democrata e Republicano, pactuaram que a Constituição é árbitro central das suas disputas. Assim como no sistema financeiro, no complexo industrial-militar etc. Regras vitais ao equilíbrio institucional.

Mas o senhor Arida resolveu pegar carona na moda onde aqui a Constituição nada vale. Muito menos os deveres dos cidadãos, garantias individuais, sociais, a estabilidade democrática, agredidas.

É óbvio que a economia brasileira precisa modernizar-se, a indústria tornar-se competitiva, alcançar novos patamares em um cenário globalizado, infestado de protecionismos, verdadeira lei das selvas.

O doutor Arida arvora-se em porta-voz do Mercado rentista, de grupos contrários aos interesses do País, em leiloar o patrimônio nacional, garantias sociais, as riquezas naturais e a própria democracia.

Declara sem subterfúgios que deseja “reformar” a Constituição, já aviltada, para aplicar no Brasil um fundamentalismo econômico liberal que já não é usado nem nos EUA.

Se a declaração sai da boca da oposição política ao caos no País seria uma gritaria. Na verdade estamos parecidos mesmo é com o clássico alemão da literatura A nau dos insensatos, de Sebastian Brant (1457-1521). No mínimo.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Redes do ódio

Meu novo artigo:


Existem nos dias atuais duas questões fundamentais que podem ajudar a reflexão sobre os rumos do País: a nação e a democracia. Sem elas é impossível qualquer raciocínio lúcido sobre a realidade brasileira que traga luzes ao cenário complexo, obscuro e dramático que vive a nação.

Simon Bolívar, o Libertador, em memorável texto do escritor Gabriel Garcia Márquez, prêmio Nobel de literatura, depois de lutar e conquistar a independência dos povos sul-americanos de colonização espanhola terminou batendo em retirada rumo ao exílio, em delírio pela febre alta da tuberculose, sem ter uma pátria pela qual lutar e morrer.

Salvo os pseudos internacionalistas de opereta, incentivados pela grande mídia-empresa global, associada ao capital financeiro, às ONGs de George Soros e megaespeculadores do rentismo, ninguém acredita em democracia sem a defesa da sua Pátria, História e cultura. Não há democracia no éter, ou nas redes sociais, sem a concretude da sua própria terra.

Mas a força do dinheiro, junto à grande mídia, pode muito inclusive construir personas voláteis que interpretam, como no teatro, performances produzidas conforme o roteiro que interessa aos grupos que desejam a fragmentação do País, seja nos “ultristas” da direita ou na esquerda.

É o que diz Clarice Gurgel, professora de Ciência Política e Artes, ao constatar o surgimento no início do século XXI de uma “Nova Esquerda”, uma espécie de neotrotskismo sem Trotsky, conveniente às agendas sociais globais do capital financeiro, que se tornaram hegemônicas em setores ativistas mundiais e nativos.

Útil à Guerra Híbrida contra o Brasil na desconstrução do tecido social, da vida política democrática, apropriação do patrimônio, riquezas, conquistas sociais e, quiçá, do território brasileiro.

A polarização de ódios induzidos, via grande mídia, na agenda política, como falsas hegemonias sequestradas da realidade, o fanatismo ideológico, são a pauta diária no País, a despeito dos problemas reais e concretos que são caros às grandes maiorias sociais.

Os histriônicos discursos de candidatos da extrema direita, os “salvacionistas” aspirantes à presidência, as intolerâncias absurdas, as “bolhas” de ativistas, o isolamento no 1o de maio, salvo as exceções, não condizem com a luta democrática, a defesa da nação, sob graves ameaças.