quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A “primavera” brasileira

Meu novo artigo semanal:


Em seu livro A Desordem Mundial o cientista político, historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira traz reflexões sobre a realidade nacional e o contexto geopolítico mundial.

Lembrando Rui Barbosa na Assembleia internacional de Haia em 1907, Bandeira alerta que a soberania é a grande muralha da pátria. Mais adiante cita Eduardo Prado: não se toma a sério a lei das nações senão entre as potências cujas forças se equilibram.

Tal lição, diz ele, devia pautar a Defesa do Brasil sobretudo quando os Estados Unidos ampliavam e instalavam bases militares na Colômbia, penetrando na Amazônia, e a IV Frota norte-americana navegava no Atlântico Sul à margem das enormes jazidas de petróleo do pré-sal, em águas profundas, entre a costa do Espírito Santo e Santa Catarina. Essas descobertas inseriram definitivamente o País no mapa geopolítico das jazidas mundiais do petróleo.

Assim os violentos conflitos globais que vemos diariamente através da grande mídia tem duas razões primordiais: movimentos estratégicos geomilitares e a disputa energética pelo domínio dessas jazidas de petróleo.

O atual golpe no País, que tem em sua gênese tais motivações, começou com as manifestações de 2013, no modelo desenhado por Gene Sharp divulgado pela CIA, financiadas pelas fundações de George Soros, USAID e National Endowment for Democracy.

Com a crise institucional, agravada nesta semana, insuflada pela grande mídia, o Mercado Financeiro, os interesses geopolíticos globais e nativos agindo na criminalização da vida política, o governo Temer, equilibrando-se sobre labaredas que já o alcançam, revela que é mera conexão de gestão perfilada in totum com a política do capital financeiro mundial.

Constituiu-se igualmente uma fragmentação na sociedade onde todos são contra qualquer um, e qualquer um contra todos, o ódio difuso viralizado, a desinformação geral, a autoestima do brasileiro rebaixada. Nada disso é espontâneo. Trata-se de modelo aplicado em vários Países, como a “Primavera Árabe” etc.

O Brasil, que já sobreviveu a tempestades mais dramáticas, com certeza sairá dessa mais revigorado, com o espírito democrático do seu povo fortalecido, a soberania resguardada, um projeto de desenvolvimento estratégico com suas próprias características, potencialidades de nação continental e solidária.

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