quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Soberania limitada

Meu novo artigo semanal:


Já se disse que o passado é realidade do ser humano. E que negá-lo é absurdo e ilusório, porque ele é o natural do homem ou da mulher que sempre volta a galope, já que ele não se deu ao trabalho de existir para ser negado, mas para ser integrado na História dos indivíduos e da humanidade.

O jornalista norte-americano Edward Bernays é considerado o inventor da propaganda moderna, lá pelos idos da década de 20 do século passado. Sua principal formulação é exatamente a ideia da Engenharia do Consenso, que consiste em articular consensos para efeito de controlar a opinião pública para os objetivos que se deseja, sem que as pessoas saibam que estão sendo dirigidas.

Para ele esse seria o verdadeiro poder governante na sociedade, e o chamou de Governo Invisível. Com certeza esse não é o verdadeiro poder das sociedades mas, seguramente, o tal poder invisível existe a serviço dos processos hegemônicos, a exemplo da atual globalização do capital financeiro em escala planetária, do seu monopólio ideológico e propagandístico.

A correia de transmissão para o exercício dessa poderosa força de persuasão e controle social, em escala mundial, é sem dúvida a grande mídia monopolista que já não mais atua como veículo de informação, mesmo que parcial, ou de classes.

Ela tem sido a força política hegemônica na grande maioria das nações. Não necessariamente um centro de poder legal, mas o que determina os rumos, destrói os pactos políticos, sociais, gestados nas sociedades. Impõe assim a ditadura do pensamento único de acordo com os interesses do Mercado financeiro, que formatou uma espécie de governança mundial a seu serviço.

Assim como há um esforço de desconstrução das referências Históricas na tentativa de promover uma espécie de “presente contínuo”, sem passado ou futuro, em meio às novas gerações que surgiram sob a égide do Mercado financeiro global.

Um dos objetivos do “Mercado” é impor aos povos a ideia da soberania limitada. A abdicação da soberania efetiva das nações, autodeterminação, território e riquezas.

A grave crise em que o País mergulhou tem como uma das suas principais vertentes a geopolítica da soberania limitada. Que precisa ser enfrentada através de uma ampla frente política, em defesa de um projeto de desenvolvimento econômico soberano, de justiça social.

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