Henry Kissinger, ex-Secretário de Estado norte-americano. |
O escritor francês Honoré de Balzac em meio a sua produção literária de valor universal tal como a Comédia Humana, resolveu catalogar desde 1830 as Máximas e Pensamentos de seu conterrâneo Napoleão Bonaparte e não é à toa que se disse que Balzac está para a literatura assim como Napoleão está para a História.
Assim o gênio de
Napoleão ficou sistematizado através de minuciosa pesquisa de outro gênio,
deixando-nos um legado sobre filosofia, arte, política, doutrina militar e
geopolítica onde entre várias considerações há aquela em que ele afirma que uma
nação se recupera de todos os reveses quando ela mantém a sua superfície.
Não foi com
outra razão que a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara
dos Deputados promoveu em 2002 um seminário, com a presidência do deputado Aldo
Rebelo, sobre Política de Defesa para o Brasil no século XXI reunindo
estudiosos da matéria.
Na justificativa
do seminário, dizia Aldo Rebelo, a sociedade brasileira retomou a preocupação
com temas que muitos julgavam definitivamente sepultados nos escombros do Muro
de Berlim: Estado, soberania, independência nacional, forças armadas etc.
O assunto não só
se revelou atual como o cenário mundial mostra-se em processo de agravamento
onde a “doutrina da intervenção em assuntos internos das nações” tornou-se um
espetáculo grotesco transmitido pela mídia hegemônica como própria aos
fundamentos da nova ordem global.
Acrescente-se à
frase de Napoleão a superfície continental do Brasil e temos à vista os
desafios de Defesa Nacional do povo brasileiro detentor em última instância da
soberania do País numa época em que se multiplicam as pilhagens aos recursos
naturais de nações indefesas em vários continentes.
Mesmo que não se
dê crédito às inúmeras provas documentadas sobre as históricas ambições
imperiais relativas ao Brasil, que se considere a frase do então vice-presidente
dos Estados Unidos, Al Gore, em 1989: Ao contrário do que os brasileiros pensam
a Amazônia não é deles mas de todos nós.
Afinal, estão pondo em prática o conselho do estrategista mor dos Estados Unidos, Henry Kissinger, quando afirmou: Os Países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje se não tiverem à sua disposição os recursos não renováveis do planeta. Terão que montar um sistema de pressões e constrangimentos garantidores da consecução de seus intentos.