quarta-feira, 27 de junho de 2018

Quando a alma não é pequena

Meu novo artigo:


Nesses tempos de apostasia nacional, e das culturas transversais, como substituição ao sentimento de pertencimento comum a uma nação como a nossa, vale a pena refletir sobre o significado da seleção brasileira e das cores que ela representa.

Não importa, meus caros amigos, se a seleção canarinha será ou não campeã mundial de futebol, mas a verdade é que o selecionado brasileiro, mais uma vez desde 1958, tem sido o mais acompanhado pela imprensa esportiva de todo o mundo.

O cordão de isolamento que segue disciplinando os jornalistas, fotógrafos nos estádios da Rússia quando entra o time brasileiro é, segundo a imprensa mundial, inigualável a qualquer outra seleção do mundo.

Essa coisa de não torcer pelo Brasil é, no mínimo, uma grande besteira, ninguém em sã consciência vai achar que o nefasto Temer será visto como menos nocivo e obtuso aos interesses nacionais se a seleção nacional ganhar ou perder a Copa do Mundo.

Se alguém acha que as cores nacionais são algo a ser repudiado porque representam “coxinhas” ou “petralhas” é muito equívoco já que as cores da seleção antecedem à intensa batalha política travada desde 2013, muito embora as coisas se embaralhem por aí.

Já que esse ano cabalístico é reivindicado tanto por direitistas que apearam a ex-presidente Dilma Rousseff, quanto por setores que se autointitulam protagonistas de uma Nova Esquerda neoanarquista, ou neotrotskista, alinhados ao discurso da agenda global do capital financeiro internacional, dos programas das ONGs de George Soros e companhia limitada.

Porque a equipe do selecionado brasileiro, assim como todas as outras do mundo, representam bem mais que um determinado governo de conjuntura específica, sinaliza as identidades e as cores de um povo. Como é o caso do Brasil.

Quando o País se encontra fraturado por uma dissensão política conjuntural é fundamental a união em torno da seleção nacional, mesmo que ninguém abra mão dos seus pontos de vista, haja vista que a questão aqui é a autoestima esgarçada por uma Guerra Híbrida externa direcionada contra o País.

Mas se você for um Novo Neoliberal também vale a pena torcer pela seleção brasileira porque ela é um extraordinário produto interno e especialmente de exportação.

Enfim, como disse o poeta luso: tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Rumos

Meu novo artigo:


Submetido a uma intensa Guerra Híbrida, o Brasil é atualmente uma nação sem rumo que possa aglutinar as grandes maiorias sociais em torno de um projeto de desenvolvimento factível que estabeleça um estado de espírito na sociedade minimamente razoável de identidade nacional.

Trata-se de um fenômeno inédito na História contemporânea do País. Já vivemos de tudo em nosso processo de formação de jovem nação mas jamais em circunstâncias idênticas.

As explicações podem variar mas dentre elas assume papel central uma campanha de desestabilização de múltiplas faces.

Que se expressa na atual realidade econômica, política, psicossocial, através de cataclismos de variadas intensidades desde as manifestações de 2013, saudadas com êxtase por setores neoanarquistas, neotrotskistas, neoliberais etc. cujas concepções díspares, aparentemente, antagônicas, encontram-se em um ponto de confluência comum.

Essas “ideologias” reaparecem na mídia hegemônica com novas indumentárias e velhas ideias, adaptadas ao novo milênio.

Colunistas da grande mídia transformam-se para setores médios em arautos da pós-verdade, do pós-moderno. Celebridades do show business nativo ditam as regras “filosóficas” do comportamento e das modas como um salto em direção ao nada absoluto.

Há em setores da Nova Esquerda e entre os Novos Neoliberais da economia uma aliança implícita. De tal forma que nas redes sociais as suas postagens se intercruzam, provocando imensa confusão. Ou melhor, desorientação.

Mas todos eles bebem na mesma fonte: a agenda da globalização financeira, do rentismo predador, dos megaespeculadores e suas ONGs que financiam a granel “causas” do “politicamente correto”, convenientes à desestabilização do Estados nacionais, das sociedades, dos povos do planeta que ficam sem referências dos rumos soberanos.

Mas o cenário geopolítico vem mudando rapidamente, a inconformidade das sociedades encontra-se na proporção direta ao quadro catastrófico produzido pela Nova Ordem mundial, inaugurada na viragem do novo milênio, com a ascensão de novos protagonistas no teatro da política mundial.

O Brasil precisa de rumos que só é possível encontrar com a centralidade dos interesses nacionais, o fomento da sua cultura que vem sendo massacrada. De uma visão política estratégica, que priorize o desenvolvimento econômico.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Nada espontâneo

Meu novo artigo:


Não só o Brasil, muitos Países também se encontram convulsionados pelos efeitos da globalização financeira. Assim, os fenômenos econômicos, políticos, sociais que varrem o mundo despertam o interesse de todos.

Com a velocidade das comunicações o planeta parece não ter fronteiras, o indivíduo é instado pelos profetas da “pós-verdade” a se sentir cidadão mundial onde tudo é rápido, o que vale são as novidades ininterruptas nesse falso presente contínuo definitivo. Até a História seria irrelevante.

Porém isso é obra de ficção porque a quem almeja alguma participação nos acontecimentos que envolvem a sociedade francesa, norte-americana, norueguesa etc. etc., exigem-se os direitos de cidadania ou será um zero à esquerda, se for imigrante ilegal um pesadelo terrível.

Portanto, como somos brasileiros, é aqui que devemos exercer o nosso protagonismo, o resto é quinquilharia.

Mas as notícias falsas, fake news, tornaram-se uma pandemia, por isso muitos retornam a atenção aos tradicionais jornalões em versão online, mesmo conscientes que suas linhas editoriais produzem notícias falsas, campanhas políticas, ideologizadas.

Porque sabe-se a origem de onde foram publicadas, embora a maioria delas faça parte da agenda cultural do capital financeiro, uma espécie de plataforma global do rentismo.

A informação é acompanhada sistematicamente de conteúdo “pilhado” para desconstruir os mecanismos racionais das pessoas, conduzi-las a um estado de espírito de ferocidade e intolerância, útil à manipulação “ideológica”.

E não importa a linha “ideológica” mas que a pessoa seja “integrada” naquilo que chamam “efeito manada” cuja direção é irrelevante, tanto quanto a duração do “estouro da manada”.

Em pouco tempo, às vezes horas, logo se forma outra tempestade de ódios difusos e antagônicos. Vale dizer que o antagonismo é imperativo, o que não pode existir mesmo é o consenso.

Uma dessas celebridades nacionais disse numa entrevista que já foi humilhada quatro vezes nas redes sociais e entrou em depressão - uma outra pandemia - mas viu que horas depois a esqueceram, outros passaram a ser humilhados.

Diante da grave e profunda crise que vive o País é fundamental encontrar a saída para retomar o desenvolvimento, a vida democrática, a saúde mental da sociedade brasileira em meio a essa Guerra Híbrida.

sábado, 2 de junho de 2018

Pós-História

Meu novo artigo:


A Pós-verdade é uma necessidade impositiva de negar os valores da humanidade tidos como universais. Ela não surgiu de repente, foi evoluindo até adquirir a força destruidora da verdade.

Com o advento das redes sociais o fenômeno assumiu caráter de epidemia na medida em que não só os conceitos mas a verdade objetiva passou a ser questionada ao bel-prazer da ideologia de cada um. As informações sobre os acontecimentos adquiriram dimensão anárquica.

Isso assumiu tal proporção que a notícia de um episódio que realmente tenha existido pode não apenas ter várias versões mas ser substituída por outra absolutamente contrária à realidade.

Daí para o total nonsene foi um salto com as fake news que se transformaram em pesadelo para os indivíduos que desejam saber o que de fato é verdadeiro.

As fakes news atingiram tal sofisticação que a inverdade pode ser acompanhada de imagens e sons. A pós-verdade tornou-se tão poderosa que as pessoas menos atentas preferem o falso como informação que a narrativa fiel propriamente dita.

As redes sociais transformaram-se em incríveis veículos difusores das notícias falsas; as fake news com seus robôs manipuladores, a possibilidade de agentes políticos e econômicos influentes ditarem os rumos, as versões dos acontecimentos que lhes interessam.

O Historiador Eric Hobsbawm narrou o fenômeno profetizando, ainda no século XX, que as novas gerações corriam o risco de ser educadas “em uma espécie de presente contínuo, onde não há referências certas do passado, nem perspectivas de qualquer análise sobre o futuro”.

O sociólogo Zygmunt Bauman chamou os novos tempos de uma “sociedade líquida” que se amolda aos interesses dos sistemas hegemônicos, com graves transtornos psíquicos individuais e coletivos.

Cada um narra com suas inclinações “ideológicas”, como afirmar que Santos Dumont e seu 14 Bis nunca existiram ou que a Mona Lisa de Leonardo da Vinci é falsa porque obra de embusteiros.

Umberto Eco linguista e filósofo italiano alertou: há a paranoia psiquiátrica onde o paciente acha que está sendo perseguido pelo mundo. E existe nas redes sociais a paranoia social onde pessoas acham que o mundo persegue o seu grupo da internet.

Além disso tudo a pós-História, a pós-verdade, as fake news são armas usadas na chamada Guerra Híbrida, inclusive no Brasil.