sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A luta pelo poder

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


O que está ocorrendo no Brasil é um outro olhar de uma velha prática política onde forças conservadoras procuram capturar ponderáveis segmentos sociais, especialmente médios, para justificar, consolidar o exercício do poder político.

Essa ambição de empalmar o poder por parte de segmentos que compõem a nata do capital financeiro especulativo, os interesses expansionistas do Mercado, as elites políticas mais retrógradas do País, só ganha fôlego com o apoio aberto da grande mídia oligopolista parte integrante da mundialização do rentismo nativo e global.

A “violência simbólica”, quer dizer, o exercício de uma hegemonia discursiva, ideológica, com que esses setores se lançam no assalto ao objetivo é mais articulada, instrumentalizada, monitorada que em 1964.

Até porque as condições do exercício dos interesses dos Estados Unidos são atualmente bem maiores, apesar de um mundo em transição a uma geopolítica multipolar.

Com o potencial de transformar o País num laboratório de tempestades especulativas financeiras, pânicos midiáticos de toda espécie, construção cotidiana de múltiplos dissensos na sociedade nacional. De tal forma que esses “fatos” e a “opinião publicada” se confundem com a realidade.

Mesmo sem o fantasma da “Guerra Fria”, sem o apoio das Forças Armadas, voltadas para uma visão geopolítica da participação do Brasil num cenário geopolítico multipolar e sua integridade territorial, esses setores subalternos às ambições antinacionais almejam a privatização das riquezas do País, retomam o discurso que fazem há mais de 70 anos.

Como o Mercado seria para eles “virtuoso”, os grupos políticos de oposição impolutos, a riqueza nacional concentrada em mãos de 1% de nababos algo muito natural, os ganhos estratosféricos do capital financeiro especulativo, os maiores do mundo, seriam perfeitamente normais, fica assim óbvio o campo de alianças formado, com a mídia hegemônica, em torno dessa aventura golpista.

Sob virulento bombardeio da grande mídia o governo Dilma e aliados resistem. Já a fome de poder mostra-se insaciável por parte desses grupos conservadores. Nesse quadro político é fundamental apontar os rumos, na luta política concreta, de um projeto nacional de desenvolvimento estratégico que aglutine amplas forças sociais em defesa da nação e da democracia.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Enquanto isso...

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


O relatório do Banco Credit Suisse informa que em 2015 o patrimônio dos biliardários, que representam apenas 1% da população do planeta, passa a acumular uma fortuna superior a todo o resto da população do mundo.

Ou seja a fortuna de 70 milhões de super ricos é superior à do restante dos sete bilhões da população, dos mortais comuns da Terra. Sendo que nos últimos cinco anos o processo de acumulação de capital das 62 pessoas mais ricas do globo cresceu 44% enquanto aquele em mãos de 44% da população mundial caiu 41% apesar do crescimento populacional em 400 milhões de pessoas.

Quer dizer, em plena crise da Nova Ordem mundial que ancora o sistema financeiro, a riqueza produzida no mundo ficou ainda mais concentrada nas mãos de um exclusivíssimo clube de incríveis potentados. Já as maiorias sociais do planeta viram encolher sua participação no conjunto da riqueza global.

Já o corte das garantias trabalhistas, sociais, tornou-se na Europa, EUA, a marca das políticas conservadoras, o “sacrifício necessário para superar a crise econômica” desses Países.

Para o capital rentista essa acumulação inédita da riqueza global é insuficiente, melhor dizer insaciável em sua lógica usurária, mesmo que a penúria, miséria, a debacle da nações continue se alastrando terrivelmente como se fosse uma grave epidemia que assola a Europa, que já contaminou a grande maioria da sua população especialmente dos segmentos assalariados.

Atualmente o discurso ideológico, político do capital parasitário é hegemônico e propagado diuturnamente pela grande mídia oligopolista que possui em cada nação suas associadas como no Brasil.

Tudo isso com a óbvia finalidade de escamotear entre as maiorias sociais a usurpação dessa riqueza global, via análise de “especialistas” e de uma nata de “intelectuais” que “justificam” diariamente tal violência.

A crise política que assola o Brasil, a ação premeditada contra a Amazônia, suas riquezas naturais, a insidiosa campanha contra nossas reservas petrolíferas e a Petrobrás são inseparáveis desse butim contra as riquezas dos povos.

Assim, além da urgência de um eficaz projeto nacional de desenvolvimento, o País necessita de políticas de contenção da sanha do capital rentista. E de estratégias que assegurem nesses tempos revoltos a sua integridade e soberania.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Círculo do ódio

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


Desde o momento em que o Mercado parasitário, associado às injunções imperiais dos EUA, resolveu arquivar o patrocínio às ditaduras fardadas pelos continentes os povos começaram a ver as consequências das novas formas de desestabilização das nações especialmente aquelas que adotaram políticas internas, externas independentes.

Daí é que surgiram as “Primaveras Coloridas” cujo teórico é o senhor Gene Sharp, espalhando-se por várias regiões onde os interesses do Mercado, os objetivos estratégicos dos Estados Unidos estejam ameaçados de alguma forma.

O livro de Sharp transformou-se em manual dos “movimentos” de origem duvidosa quando não abertamente orientados pelos órgãos de inteligência, insurgência especialmente dos EUA.

Porém o manual das “Primaveras Coloridas” só pode ser aplicado com certa eficácia se estiver devidamente respaldado pela mídia hegemônica e pelo Mercado via bombardeio cirúrgico de propaganda aberta ou subliminar contra a soberania dos Países.

No caso do Brasil, por exemplo, boa parte da crise capitalista global que o atinge é contaminada por forte componente político-midiático golpista. Só será superada com a incontornável iniciativa política. Ações contábeis, economicistas, são insuficientes para desatar esse nó.

Quanto às “insurgências coloridas” exitosas, ali estavam presentes grupos midiáticos ligados ao Mercado, aos EUA, que ainda ditam as políticas em grande parte do mundo à exceção de algumas nações como a China e a Rússia, como exemplos.

O notável é que todas as “Primaveras Coloridas” sempre terminam em regimes sangrentos, na fragmentação dos Estados nacionais onde são aplicadas, transformando tais sociedades em verdadeiros círculos de ódio difuso, desconexos.

Assim, alertam eminentes intelectuais, como o professor Moniz Bandeira, o que está em curso é a desestabilização do Brasil, a criminalização da política como expressão da democracia, a redução do papel estratégico das forças armadas na defesa da integridade territorial, das riquezas naturais e, se possível, a tutela de algum tipo de regime discricionário que vem sendo imposto em várias partes do mundo.

Urge aos segmentos progressistas, democráticos, patrióticos do País a lucidez de constituir uma ampla frente em defesa da democracia, da nação sob graves ameaças na atualidade.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Defender a nação

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:



O cenário geopolítico global é a comprovação de um quadro de instabilidade generalizada em que vive a chamada Nova Ordem mundial, onde se destacam zonas de conflitos por todos os continentes, além da grave crise econômica gestada pela incessante política de acumulação do capital financeiro parasitário.

Assim a grande superpotência do planeta, os Estados Unidos da América, convive paradoxalmente com intenso processo de aumento de gastos no setor armamentista associado a uma prolongada crise econômico-financeira como que a vasta extensão dos seus limites imperiais, interesses vários, tenham provocado a exaustão da dinâmica do seu modelo de crescimento capitalista de mais de um século.

De tal forma que essa contradição, que parece insolúvel, vem arrastando a humanidade para conflitos regionais sangrentos que se espalham pelos continentes e se mostram inesgotáveis em situações macabras, expondo aliados, incondicionais ou recalcitrantes, a episódios criminosos, terríveis como os recentes atentados terroristas em Paris.

É fato notório, via amplos meios de comunicação, que o drama dos refugiados que acorrem aos centenas de milhares à Europa ocidental como uma extraordinária vaga humana que parece interminável, vindos do Oriente Médio e da África, resulta das sistemáticas guerras de agressão neocoloniais capitaneadas pelos EUA.

Os grupos terroristas fanáticos que atuam hoje pelo mundo, inclusive no velho continente, foram treinados nas últimas duas décadas pelas forças especialistas em insurgência norte-americanas contra nações soberanas.

Neste momento reacendem zonas de conflitos como o imbróglio entre a Arábia Saudita e o Irã, a crise da Ucrânia, o “perigo nuclear norte-coreano”, a campanha diuturna contra a Venezuela, todos com a presença dos EUA.

Na verdade são movimentos geopolíticos, militares com objetivo a médio prazo de cercar a China e a Rússia. Quanto ao Brasil pretende-se neutralizar a liderança solidária do País na América do Sul, além de tentar evitar seu protagonismo junto os BRICS.

É vital ao Brasil, nessa quadra de graves instabilidades, a construção de um projeto de desenvolvimento econômico estratégico, democrático, uma diplomacia independente, altiva, zelar pela soberania territorial, das suas riquezas naturais que são ambicionadas desde sempre.