sexta-feira, 6 de junho de 2014

O labirinto espanhol

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:

Guernica de Pablo Picasso
 
A abdicação do rei Juan Carlos da Espanha para o filho Filipe não pode ser vista fora do contexto da crise capitalista que abate o continente europeu além de outras razões, como as denúncias de privilégios contra a monarquia etc. É uma crise das instituições espanholas.
A transição da longeva ditadura franquista para o regime democrático foi solução negociada entre as elites da nação ibérica e europeias com apoio do povo espanhol.

A ditadura de Franco foi implantada na Espanha às vésperas da 2ª guerra mundial apoiada pela Alemanha nazista que disputava a hegemonia imperialista com armas, depois de uma cruenta guerra civil com mais de 1 milhão de mortos.

Uma tragédia eternizada pelo gênio de Pablo Picasso em seu quadro Guernica cidade devastada por um ataque aéreo alemão um dos episódios brutais do século XX.

Numa época marcada pela crise internacional do sistema capitalista iniciada em 1929 no Crash da Bolsa de valores de Nova York cujas consequências, dizem os economistas, são muito parecidas com a crise que vivemos atualmente em pleno século XXI.

Assim entre uma violenta guerra civil, uma odiosa ditadura e a abdicação do rei Juan Carlos eclodiram abalos financeiros globais e na Espanha.

Atualmente nossos irmãos espanhóis contabilizam milhões de desempregados, jovens na maioria, quebra do sistema previdenciário, decadência da classe média etc.

Além de um País fraturado em várias províncias que reivindicam autonomia separatista, falando idiomas distintos.

Já o Brasil do século XXI transformou-se na 7ª economia mundial, integrante dos BRICS, vem crescendo persistentemente apesar da crise capitalista mundial que o afeta.

Mas que tem conseguido cultivar virtudes antropológicas de povo uno, republicano, sem movimentos separatistas, uma única língua, dimensões e riquezas continentais.

Esse é creio, o legado estratégico pelo qual devemos lutar na defesa da emancipação social, democracia, da soberania nacional num cenário global de crise, desorientação de rumos.

Afinal, até aqui, o destino não nos reservou o infortúnio em vida do grande Simon Bolívar, o Libertador, que segundo Gabriel García Márquez, depois de muito lutar pela independência da América espanhola, as intrigas políticas e ambições regionalistas deixaram-no sem uma pátria pela qual se sacrificar.

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