segunda-feira, 19 de março de 2018

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Meu novo artigo:


O brutal assassinato da vereadora Marielle do Rio de Janeiro não tem como responsável o Estado mas exatamente o seu contrário: a ausência do Estado. O Brasil vive um processo de esfrangalhamento das suas instituições fundamentais.

O jornalista brasileiro Pepe Escobar, especialista em geopolítica mundial, diz que o Brasil vive, faz um bom tempo, uma Guerra Híbrida cujo objetivo central é impedir o seu protagonismo como nação continental.

O momento de viragem dessas ações deu-se no processo de impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff, mas já vem de alguns anos, como, por exemplo, as manifestações em 2013 com suas agendas difusas, indefinidas que se assemelharam às “Revoluções Coloridas” árabes que defenestraram a região. Construídas, monitoradas e dirigidas pelos órgãos de Inteligência de grandes potências.

Um dos vetores da Guerra Híbrida é a grande mídia, que já não é jornalismo investigativo mas ideológico, a serviço do capital financeiro, além dos movimentos desestabilizadores nas redes sociais através dos nominados robôs, fartamente conhecidos.

Qualquer País que almeje ser civilizado e, como o Brasil, candidato a player no tabuleiro das grandes nações, precisa de 4 fatores: um Estado forte, a democracia efetiva, consolidada com os poderes institucionais equilibrados, uma indústria dinâmica e competitiva, uma sociedade razoavelmente consciente do seu protagonismo.

Hoje temos uma nação com suas instituições esgarçadas onde predominam os interesses das corporações em detrimento do Estado nação.

Uma sociedade “pilhada” diuturnamente e fake news, onde predomina a pauta de um contra todos e todos contra qualquer um, num tipo de ódio galopante que atinge os setores médios da sociedade.

Uma economia em crise onde áreas estratégicas são abatidas em cumplicidade com grupos internacionais, assim como os direitos trabalhistas. O brutal assassinato da vereadora carioca, com suas repercussões, não há como ser entendido fora desse cenário.

Nesse caso são óbvias 3 perguntas para a elucidação da barbárie: quem, como e por quê. Sabe-se o como, uma brutal execução. Resta saber quem e por quê. Concretamente, nominalmente.

Caso contrário não há justiça, fica a impunidade, além da guerra generalizada de infâmias, preconceitos e calúnias. E a vida da vereadora irremediavelmente perdida.

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