O jornalista, escritor Luís Fernando Veríssimo publicou em
sua coluna de segunda-feira, 31 de agosto, um texto intitulado “Insensatez”
sobre o assassinato de uma repórter e um câmera nos Estados Unidos por um de
seus colegas demitido pela empresa à qual pertencia.
Narra que o mais impressionante é que entre seu duplo
homicídio, sua captura e suicídio, o criminoso teve tempo de botar na internet
o vídeo que ele mesmo fez do atentado, emitir um “twitter”, mandar um fax
justificando seu ato.
Diz ainda: o assassino escreveu que Jeová mandou matar seus
ex-colegas mas o que ele fez não foi em obediência a nenhum deus tradicional,
foi uma oferenda à divindade moderna da comunicação global.
E o que conseguiu em curto espaço de tempo, usando tantos
recursos cibernéticos, foi uma trágica façanha tecnológica “onde ele podia
contar com a neutralidade moral da internet onde o psicopata convive com o
santo, o imbecil com o gênio e ninguém é culpado. A única condição que a
internet não admite (diz Luís F. Veríssimo), é o remorso”.
O jornalista utiliza “remorso”, entre outras coisas, para
referir-se ao poderoso lobby dos fabricantes de armas dos EUA, “com forte
bancada no Congresso norte-americano, onde qualquer um pode entrar numa loja de
armas e sair com uma bazuca, desde que consiga um atestado que não é maluco”, o
que pelos fatos recorrentes é inútil.
O óbvio é que a internet é uma grande inovação tecnológica
nas comunicações porém ela não é nem nunca foi neutra. Ao lado das
possibilidades de larga resistência em que é usada existe a grande mídia
monopolista associada ao capital financeiro globalizado, viralizando nos
espaços cibernéticos como bem quer e deseja, rigorosamente.
Agora a mídia global “cobre” uma nova Primavera Árabe no
Líbano. Esperamos que não banhe em sangue mais uma vez o povo libanês, como as
demais “Primaveras” em outras paragens.
A globalização não representa o bem estar dos indivíduos ou
sociedades mas a hipocrisia, o falso moralismo, o domínio do complexo financeiro-midiático-militar
do Mercado, dos interesses atávicos de abutres contra os povos. As denúncias de
Julian Assange e Edward Snowden estão aí.
As sistemáticas ações contra a soberania do Brasil,
fartamente documentadas, fazem parte desse movimento da Nova Ordem mundial
destrambelhada.
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