O ano que se inicia
apresenta ao povo brasileiro novos e grandes desafios em relação ao cenário
interno tanto quanto ao protagonismo do País na geopolítica mundial.
Com mais de 200 milhões
de habitantes, extensão territorial de dimensões continentais, a nação cresceu
economicamente, transformou-se na sétima economia global, cuja perspectiva em
poucos anos é alcançar, segundo estimativas internacionais, ser a quinta
economia mundial.
Algo impensável décadas
atrás, quando patinávamos numa paralisia financeira, estagnação econômica,
inflação fora do controle, além de uma estratificação social secular, cuja
decorrência principal foi a mobilidade social vegetativa, mínima,
insignificante, casual.
O Brasil deu um grande
salto à frente, ao tempo em que a economia mundial mergulhava numa crise
estrutural capitalista, consequência da brutal desregulamentação do sistema
financeiro global com a debacle das nações do primeiro mundo, especialmente da
Europa e os Estados Unidos.
Integrante dos BRICS,
que alavancaram a economia global sob a liderança do desenvolvimento acelerado
da China que mesmo em anos de crescimento moderado alcança índices anuais em
torno de 7,5% numa época de recessão gravíssima, o Brasil deixou de ser o
eterno “País do futuro” como vaticinou Stefan Zweig com a clarividência de
erudito, o olhar de estrangeiro, conhecedor das nossas potencialidades, acima
das paixões e disputas políticas nativas.
Avançamos economicamente
com intensa mobilidade social mesmo sob a égide da Nova Ordem mundial e a
doutrina neoliberal que transcende a visão do Estado Mínimo, infiltra-se no
imaginário coletivo, individual dos povos como ideologia nefasta, de valores
civilizacionais regressivos, adversa ao espírito da solidariedade coletiva, dos
grandes valores humanos acumulados pela humanidade ao longo dos tempos.
Protagonistas da
geopolítica multilateral em curso, precisamos de uma revolução na educação, saúde,
um salto na promoção de estratégias em ciência, tecnologia, em toda a cadeia da
atividade produtiva.
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