Nesse espírito de confraternização das festas que anunciam o
final de ano, do Natal à virada de 2014 para 2015, algo consegue sobreviver ao
desenfreado consumismo implacável, que obriga as pessoas a comprar objetos mais
por imposição social, menos pelo desejo de presentear entes queridos.
Na verdade surgem sintomas de profundas contradições por
todas as partes do mundo. De um lado crescem conflitos brutais em várias
regiões do planeta, cujas motivações residem nas desestabilizações de imensas
regiões em vários continentes, movidas por guerras de rapina às riquezas
naturais dos países, movimentos geopolíticos militares do grande império do
Norte e agregados, com vistas a manter suas posições porém em circunstâncias
bem mais desconfortáveis.
Há uma subjacente ânsia coletiva por relações sociais,
humanas mais efetivas, afetivas, em coletividades saturadas pela deificação das
mercadorias, a transformação dos indivíduos em simples objetos ao ponto deles
se confundirem com a mercadoria, ou até mesmo inferiores aos próprios sonhos de
consumo.
Uma ideologia totalitária após o domínio do “Mercado”, da Nova Ordem mundial, há 25 anos,
transformando brutalmente relações entre Países, e dentro deles as permutas
sociais, regras de convivência, o espírito cultural das profissões, a
sociabilidade, o rumo geral das coisas, a insegurança de caminhar em direção ao
futuro, a incerteza do progresso, algo que estava sempre presente nas
comunidades humanas.
Mas há sopros de renovação, que confrontam com vigor essa
sensação concreta de andar eternamente em círculos, do retorno ao mesmo lugar,
ou a lugar algum, uma espécie de ausência de grandes causas, valores elevados.
Há vetores reagindo ao mal estar comum de abandono do ser humano presente hoje
em dia.
Os BRICS têm liderado essa sacudida transformadora, a
participação de novos atores globais rebelados, como o cidadão Papa Francisco,
a perspectiva do fim do bloqueio à Cuba, impactam positivamente como sinais de
mudanças reais, provocando, dialeticamente, novas tensões e esperanças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário