O atentado terrorista em Paris contra a revista satírica
francesa Charlie Hebdo que matou 12 pessoas, sendo oito jornalistas, é mais um
capítulo sangrento que se soma a centenas de outros espalhados por várias
partes do mundo especialmente entre os povos do Oriente Médio.
A disseminação generalizada do ódio, intolerância religiosa,
racial etc., jamais aflorou nas sociedades em época alguma da História da humanidade
através de geração espontânea, sempre esteve a serviço de causas condenáveis,
estúpidas, cujos objetivos foram, continuam sendo abomináveis, hediondos.
Para se entender o que houve em Paris é preciso retroceder
no tempo e observar o contexto geopolítico das últimas décadas, especialmente
com a invasão do Iraque e mais recentemente a carnificina que se impõe contra a
nação Síria.
No Iraque houve o argumento de ataques militares por parte
dos Estados Unidos e tropas da OTAN, contra armas químicas, nucleares
fabricadas pelo regime de Saddam Hussein, informações depois comprovadas como
falsas pela imprensa mundial, inclusive norte-americana.
Sob a falsa justificativa de aplicar a democracia ocidental
na Síria, os Estados Unidos e aliados da OTAN resolveram armar dezenas de
milhares de fundamentalistas fanáticos, opositores ao governo de Bashar al-Assad
da Síria, transformando o País num inferno de Dante, mais horrendo, com
centenas de milhares de mortos, outros tantos de refugiados.
Tal como a Al Qaeda de Osama Bin Laden, treinada pelas
forças norte-americanas para derrubar o governo do Afeganistão, essas atuais
criaturas fundamentalistas, ensandecidas, reeditaram, como tragédia, um novo círculo
infernal de sangue e pânico.
O chamado Estado Armado Islâmico, fortemente municiado,
escapou ao pulso de seus mentores em meio a disputas de grupos. Movido pela
insânia do fundamentalismo terrorista resolveu expandir ações para o terreno
ocidental, daí o atentado contra a revista em Paris.
Como a gênese desse banho de sangue são os objetivos
militares geopolíticos dos EUA e aliados, a disputa pelo petróleo no Oriente,
os que lucram com essa barbárie são o complexo industrial-militar, os
especuladores financeiros internacionais.
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