Todos que lutaram contra o arbítrio, pelo retorno da
plenitude democrática, o fizeram em virtude de várias propostas ao Brasil, algumas
distintas umas das outras a depender do partido ou grupo social, a esmagadora
maioria deles na clandestinidade, mas havia algo fundamental que unificava, a
intensa asfixia das liberdades políticas em nosso País.
O retorno da democracia há 29 anos, maior período da nossa
História republicana, indica que essa batalha política, de ideias, passou a ser
travada, especialmente após o início do século XXI, em patamares mais arejados
porém submetidos a fatores econômicos, sociais, ideológicos sob a hegemonia
quase absoluta da nova ordem mundial, do capital financeiro internacional.
Que detém, com mão de ferro, o monopólio global da
informação utilizando-se da revolução tecnológica, novos instrumentos da
informação digital, para impor através desses meios o controle dos povos e das
nações seja por vias militares ou pela tentativa de assegurar a prevalência de
uma espécie de ditadura mundial do pensamento único e controle das sociedades
por parte do Mercado.
Quem achava ficcional essa moldagem orwelliana imposta à
humanidade deve ter motivos para compreender a realidade a partir das denúncias
de Edward Snowden e Julian Assange revelando ao mundo a sofisticada rede de
manipulação, espionagem das nações e cidadãos tendo como centro de poder o
capital financeiro concentrado, centralizado sob a batuta da sua guarda
pretoriana os Estados Unidos.
O surgimento dos BRICS pôs em curso a modificação dessa
realidade geopolítica, econômica, autoritária, unipolar, como transição a outra
via multipolar, mais democrática, adversa aos fundamentos da ortodoxia
monetária neoliberal.
O Brasil, um dos principais integrantes dos BRICS, vem sendo
alvo de intensos ataques dessa Ordem esgotada mas por isso mesmo brutal, insana,
que utiliza-se da sua força midiática global e regional, como arma de chantagem
e desestabilização.
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