Há 60 anos suicidava-se Getúlio Vargas depois de sofrer
violentos ataques por parte da grande mídia da época, acusado de corrupção,
transformar o governo num “mar de lama”. Cercado, adotou como saída política a
morte.
A ação extrema de tirar a própria vida reverteu contra os
adversários o quadro político da nação, além da célebre carta testamento,
acurada análise da realidade do País, pondo em ação milhões de brasileiros
irados contra as forças que urdiam o golpe de Estado.
Mas o que estava em jogo era algo mais profundo que derrubar
pela força Getúlio, definiam-se com nitidez duas visões distintas de como
conduzir os destinos da nação que polarizaram os rumos políticos, acadêmicos do
País com certas variações porém sempre em torno do mesmo tema.
De um lado os que defendem o papel estratégico do Estado
brasileiro como elemento propulsor do desenvolvimento econômico, no combate às
desigualdades sociais, na defesa da soberania nacional.
De outro, ontem como hoje, estão forças alinhadas aos conceitos
do liberalismo econômico, adversas ao protagonismo do Estado nacional nas
definições dos rumos do Brasil seja no plano da economia ou erradicação da
pobreza.
Já o velho liberalismo com a centralização, concentração do
capital financeiro global transmutou-se em neoliberalismo.
E os que defendem o papel estratégico do Estado no
desenvolvimento econômico, redução dos abismos sociais, a incorporação da
sociedade no projeto nacional, passaram a ser considerados “populistas”,
idealizadores do “autoritarismo popular” diz o ex-presidente FHC.
Apesar das transformações econômicas, tecnológicas globais e
no Brasil, essas duas correntes distintas, com nuances atuais, estão de novo em
intenso confronto.
O campo nacional, popular em defesa da reeleição da
presidente Dilma versus Aécio Neves, a grande mídia, a ortodoxia neoliberal,
sua vertente política derrotada desde as eleições de 2002 inspirada nas teses
do sociólogo, ex-presidente FHC.
Já a candidatura de Marina indica conflitos entre setores do
Mercado, é óbvio projeto da mídia oligárquica, uma espécie de fundamentalismo
messiânico teatral para consumo, a negação da política via uma falsa “nova
política”. Mas na verdade o que está em cheque é o contínuo Histórico entre
duas visões antagônicas disputando os rumos do Brasil.
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