São poucas as pessoas que se aventuram a declarar que estamos vivendo um período de avanço civilizacional sem confundir com a atual revolução científico tecnológica, mesmo que em vários Países existam políticas de resistência às consequências dos efeitos catastróficos do que se denomina Nova Ordem Mundial.
Trata-se de uma
época iniciada nos anos noventa, portanto muito recente, quando a economia de mercado
assumiu dimensões totalizantes livre das amarras impeditivas aos objetivos da
expansão, centralização e concentração do grande capital em escala jamais vista
em toda História.
Esse imenso
salto da globalização do mercado, das finanças, reside principalmente em dois
fatores: a natureza expansionista intrínseca ao próprio capitalismo, de
acumulação sem limites ou fronteiras, e as condições políticas favoráveis às
suas demandas e ambições.
A debacle do
campo socialista na Europa destravou as amarras geopolíticas que obstaculizavam
essa radical alteração, modificando a economia, fazendo retroceder em todos os
aspectos a vida política, social, ideológica, cultural, comportamental,
ambiental a nível mundial.
No início essa
hegemonia foi tão intensa que qualquer contestação à nova doutrina econômica
neoliberal passou a ser condenada como uma postura acadêmica, política jurássica,
alusão ao período em que os dinossauros existiam na face da Terra.
Estaríamos assim
no auge da harmonia final, as fronteiras nacionais inúteis, teríamos chegado ao
término da História dizia o teórico neoliberal da moda o nipo-americano Francis
Fukuyama.
Se olharmos hoje
para o mundo o que vemos? Duas décadas de guerras sangrentas movidas pelas
ambições de uma única potência militar, milhões de mortos e refugiados pelos continentes,
a divinização da riqueza em substituição aos grandes valores universais,
gerando em pouco tempo uma civilização de profundo mal estar.
A violência
crônica, pandemias como a do crack alimentando os cofres do capital financeiro
- escândalo divulgado pela mídia internacional, individualismo, o não diálogo,
um salve-se quem puder, fobias, intolerâncias, milhões de desempregados na
Europa e EUA, não foram gestados pelos cidadãos comuns mas por essa civilização
em grave impasse.
Cabe às nações, aos povos encontrar a unidade, as alternativas reais a essa Idade Média pós-moderna imposta às maiorias em proveito de um restrito círculo de privilegiados.
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