A nova ordem mundial continua ditando em múltiplos
aspectos a agenda a ser seguida pelas nações e os povos sempre tendo como
centro ideológico, midiático, a complexa, poderosa rede de difusão, propaganda
anglo-americana.
Uma das suas faces é a agenda social global que por
denominação não reflete projetos nacionais, conjunturais, programáticos partidários
mas a sua própria escala mundial determinada originariamente.
Não é de se estranhar assim, a relativização na
interpretação dos fenômenos Históricos de abrangência global ou regional correspondente
à permanente desconstrução ideológica dos acontecimentos econômicos, sociais e
políticos.
Daí é que vem o alerta do falecido historiador Eric
Hobsbawm para o qual as novas gerações que herdaram um mundo unipolar da nova
ordem mundial estariam submetidas a uma espécie de presente contínuo em que o
passado, mesmo o passado recente, não representa valor algum.
Assim é que se observa, através da chamada terceira
revolução tecnológica na comunicação, uma gama de informações fragmentárias, desconexas,
uma cultura de mosaico em que tudo é ao mesmo tempo significativo e nada é
importante, segundos após aparecer num "site" da Internet ou nas
redes sociais.
Igualando na mesma escala de grandeza a
desestabilização de continentes pela subversão armada através da grande
potência imperial, os pródigos litígios ambientais na Amazônia brasileira, a
gravidez da princesa bretã, a difusão das imagens de uma onça adotando um gato órfão
em um zoológico europeu ou o vídeo de um hipotético objeto voador não
identificado, UFO, filmado nos gélidos Países nórdicos.
Mas como em política inexistem objetos voadores não
identificados, o tsunami institucional que estamos assistindo diariamente através
da grande mídia nacional hegemônica, por exemplo, pode ser traduzido como luta
pelo poder, independente dos seus desdobramentos ou consequências.
O que estamos presenciando é algo maior que a ante
sala de uma sucessão ordinária, estão em curso sinais inequívocos de uma séria
crise política que avança a cada dia que passa, urdida com riqueza de detalhes
como se fosse uma novela, capítulo a capítulo, cujo objetivo central é a
vacância presidencial.
Não se tem claro qual a tática do governo mas ou ele
reage, defende-se dos intensos ataques, dentro da legalidade constitucional, ou
a médio prazo, corre grave risco de se espatifar.
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