sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Muro

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:

Muro de mais de 1.000 Km na fronteira entre México e EUA. As cruzes do lado mexicano lembram aqueles que foram mortos ao tentar ultrapassá-lo.

Em Novembro completaram-se 25 anos da queda do Muro de Berlim. Bem mais que uma imagem histórica, esse acontecimento, visto ao vivo no mundo inteiro, marcou o início de um tempo consagrado por pelo menos dois fatores determinantes: a hegemonia absoluta da Nova Ordem mundial e a consolidação em escala global do neoliberalismo como doutrina em nível planetário.

Assim, os Estados Unidos, associados à Grã-Bretanha, iniciaram uma ofensiva avassaladora não somente contra o campo socialista, como também procuraram varrer do mapa o chamado Estado de Bem Estar Social que representou, até então, o capitalismo com pesados investimentos sociais em contraponto ao socialismo.

Na prática as políticas neoliberais foram aplicadas desde o período Margareth Thatcher, primeira-ministra britânica, que governou o Reino Unido de 1979 a 1990, conhecida como a dama de ferro, cuja marca principal foi o desmantelamento dos direitos trabalhistas conquistados após o final da Segunda Guerra Mundial em 1945.

Mas foi em 1989 que as estratégias neoliberais se estenderam definitivamente pelo planeta através do chamado Consenso de Washington, onde uma série de medidas assumiram práticas impositivas aos demais Países, inaugurando a predominância do Mercado financeiro em dimensão planetária, sob a guarda pretoriana dos EUA. O mundo unipolar.

Período brutal seja pela destruição de conquistas sociais ou pelas guerras de rapina que se espalharam pelos continentes.

A desregulamentação do capital financeiro avançou sobre os diretos dos trabalhadores, Estados nacionais, provocou crises capitalistas estruturais permanentes.

A divinização da mercadoria, a coisificação do indivíduo, o presente contínuo alienante, a criminalização da luta política, a hegemonia global da mídia transformaram-se em leis objetivas “normais”.

O surgimento dos BRICS iniciou a transição a outra realidade global multipolar mais democrática, daí os ataques sistemáticos contra esses Países, a guerra ideológica que os agride, e ao Brasil.

O neoliberalismo impôs valores ideológicos pragmáticos, culturais regressivos indicando que a batalha é travada multilateralmente em defesa da emancipação social dos povos, da soberania nacional, a humanização das coletividades atônitas, das utopias realizáveis, essenciais aos indivíduos, às sociedades.

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