É grave a realidade política institucional açoitada por
ventos cortantes que partem dos mesmos lugares de sempre. Foi sendo forjada, ao
longo desses anos, pacientemente, laboriosamente, uma agenda sobreposta aos
reclamos prioritários do Estado brasileiro, da sociedade nacional, tendo como
vanguarda do atraso a grande mídia oligárquica nativa.
Essa agenda nem é de longe original, grande parte dela, ou
seu aspecto central, vendo sendo testada e aplicada em vários continentes
inclusive na América Latina.
Ela corresponde aos fundamentos ideológicos hegemônicos do
capital financeiro internacional, das forças poderosas do Mercado, do capital
rentista, que manipulam uma máquina de desrealização diabólica da consciência
social.
E em seu lugar impõem uma cultura nefasta de cada um contra
todos, de todos contra qualquer um, a disseminação em profusão do vírus da
intolerância, individual ou coletiva, no tecido social.
De tal forma que em poucas décadas tentaram desfazer o
sentido da construção de consensos, pactos políticos, de ações propositivas que
englobem o conjunto das sociedades em torno das causas que deem sentido a
projetos nacionais que aglutinem a identidade cultural dos povos.
Isso foi aplicado, por exemplo, na fatídica Primavera Árabe
que gestou formidável banho de sangue no Oriente Médio, no continente africano,
provocando a desintegração de várias nações, daí gerando monumentais vagas de
refugiados rumo à Europa.
A Europa em que vários governos apoiaram as guerras
imperiais, ou coonestaram, em meio a uma crise estrutural capitalista jogada
sobre os trabalhadores, classe média, onde os jovens, aposentados são quem
sofre com o desemprego, a precarização dos diretos sociais.
Quanto ao povo brasileiro, o povo mesmo, curtido nas
vicissitudes, é certa a frase: o povo não pode permitir-se o luxo de abdicar da
permanente solidariedade entre ele, tecida em mil teias de relações sociais e a
reinvenção da esperança como síntese de vida.
Assim quando hoje forças retrógradas conspiram abertamente
contra a legalidade democrática, o pacto constitucional, a soberania nacional,
em favor dessas mesmas forças do Mercado global, faz-se imperiosa a construção
da luta política que aglutine as grandes maiorias em torno da democracia, do
desenvolvimento, em defesa da nação.
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