O processo de acumulação, em escala sem precedentes, da
concentração, centralização do capitalismo, cujas consequências surgem diante
dos extraordinários movimentos financeiros, monetários, em nível planetário,
tem em conta primordialmente o capital volátil, em um Mercado
caracterizadamente parasitário, rentista.
Mesmo com o risco de uma observação empírica é possível
assinalar que o processo estrutural da crise capitalista internacional atingiu
uma nova e mais dramática etapa, onde vários fatores, políticos, econômicos,
militares e sociais estão se somando de maneira muito perigosa.
A economia norte-americana, carro chefe de todo esse
processo, esperava um balanço atual que indicasse crescimento em um mínimo de
1,0% mas apresenta índice pífio de 0,2% provocando fenômeno depressivo nos
analistas do sistema.
A decadência da outrora poderosa economia dos Estados Unidos
revelou-se durante a década de 1980 quando os sintomas de desindustrialização
já eram evidentes.
Segundo o jornalista norte-americano George Packer em seu
recente livro “Desagregação, por dentro de uma nova América”, o vale do
Mahoning, região produtora de aço, sofreu uma brutal crise irreversível que
também estendeu-se por outras regiões como Cleveland, Toledo, Akron, Syracuse,
Pittsburgh, Bethlehem, Detroit, Flint, Milwaukee, Chicago, Gary, St. Louis etc.
Daí o apelido de “Cinturão da Ferrugem”, a “praga de centenas
de milhares de desempregados do setor produtivo industrial”. A debacle financeira
de 2008 acrescentou à decadência da economia dos EUA um novo, mais grave fator.
A atual sublevação popular em Baltimore, EUA, vista pela
mídia de todo mundo noticiada como rebelião contra o racismo, que também é,
trata-se de fenômeno social em virtude do desemprego massivo na América do
Norte.
E, com a crise capitalista global surge o trágico êxodo, em
virtude das agressões imperialistas na África, das incríveis, sucessivas ondas
de refugiados e imigrantes que cruzam o Mediterrâneo rumo à Sicília, Itália,
com a morte de milhares de pessoas pelo naufrágio na busca de trabalho numa Europa
devastada pelo desemprego, a falência econômica, desorientação social no velho
continente.
Assim a crise da Nova Ordem mundial neoliberal acrescenta ao
seu legado danoso uma catástrofe humanitária sem precedentes.
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