sexta-feira, 24 de abril de 2015

Encruzilhada Histórica

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


Em recente artigo de Maria Inês Nassif publicado inicialmente na revista Carta Capital a jornalista descreve o clima político que vive a nação brasileira o qual, diz ela, guarda semelhanças com o que Antônio Gramsci descreveu durante a ascensão do fascismo de Mussolini na Itália em período anterior à 2a Guerra Mundial.

Mas como a História só se repete como farsa ou tragédia devemos considerar que os tempos são outros bem mais complexos onde a hegemonia do capital financeiro global, a prevalência imperialista anglo-americana assumiu dimensões inauditas jamais comparável com qualquer período anterior.

Maria Inês Nassif enfatiza corretamente a similitude das duas épocas onde a grande mídia oligárquica exerce papel preponderante, semeando explosões de ódio difuso, medo, pânico por todo o tecido da sociedade nacional, ensejando a formação muito rápida de uma outra antropologia cultural baseada na irracionalidade, através de palavras chave, criando uma espécie de senso comum de ranger dos dentes em parcelas médias da população.

Sintomaticamente a mesma aura de irracionalidade, asco, pavor de setores sociais médios foi o combustível decisivo para o golpe civil-militar de 1964, então sob o argumento da corrupção, o “perigo comunista”, contra o governo progressista, reformista, nacionalista do presidente João Goulart durante a égide da Guerra Fria.

Tanto como a campanha desencadeada contra Getúlio Vargas em 1954 (no fundo em oposição à exitosa revolução de 1930) que o levou a adotar a vitoriosa mas fatal tática do suicídio para derrotar os adversários pondo em ação milhões de pessoas contra setores reacionários, entreguistas que conspiravam à luz do dia contra os interesses da nação.

Na verdade há em nossa trajetória interna um inegável contínuo Histórico onde se digladiam permanentemente a vontade da sociedade em defesa da independência, do progresso econômico, social, democrático, versus forças obscurantistas, entreguistas subservientes às ambições forâneas.
 
No Brasil, em uma encruzilhada Histórica, a resistência das maiorias em defesa da democracia pressupõe a luta por um Projeto Nacional de Desenvolvimento exequível, renovação da nossa autoestima como povo, o protagonismo da nação junto aos BRICS numa realidade geopolítica multipolar que se consolida.
 

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