Em recente artigo de Maria Inês Nassif publicado inicialmente na revista Carta Capital a jornalista descreve o clima político que vive a nação brasileira o qual, diz ela, guarda semelhanças com o que Antônio Gramsci descreveu durante a ascensão do fascismo de Mussolini na Itália em período anterior à 2a Guerra Mundial.
Mas como a
História só se repete como farsa ou tragédia devemos considerar que os tempos
são outros bem mais complexos onde a hegemonia do capital financeiro global, a
prevalência imperialista anglo-americana assumiu dimensões inauditas jamais
comparável com qualquer período anterior.
Maria Inês Nassif
enfatiza corretamente a similitude das duas épocas onde a grande mídia
oligárquica exerce papel preponderante, semeando explosões de ódio difuso,
medo, pânico por todo o tecido da sociedade nacional, ensejando a formação
muito rápida de uma outra antropologia cultural baseada na irracionalidade,
através de palavras chave, criando uma espécie de senso comum de ranger dos
dentes em parcelas médias da população.
Sintomaticamente a
mesma aura de irracionalidade, asco, pavor de setores sociais médios foi o
combustível decisivo para o golpe civil-militar de 1964, então sob o argumento
da corrupção, o “perigo comunista”, contra o governo progressista, reformista,
nacionalista do presidente João Goulart durante a égide da Guerra Fria.
Tanto como a
campanha desencadeada contra Getúlio Vargas em 1954 (no fundo em oposição à
exitosa revolução de 1930) que o levou a adotar a vitoriosa mas fatal tática do
suicídio para derrotar os adversários pondo em ação milhões de pessoas contra
setores reacionários, entreguistas que conspiravam à luz do dia contra os
interesses da nação.
Na verdade há em
nossa trajetória interna um inegável contínuo Histórico onde se digladiam
permanentemente a vontade da sociedade em defesa da independência, do progresso
econômico, social, democrático, versus forças obscurantistas, entreguistas
subservientes às ambições forâneas.
No Brasil, em uma encruzilhada Histórica, a resistência das maiorias em defesa da democracia pressupõe a luta por um Projeto Nacional de Desenvolvimento exequível, renovação da nossa autoestima como povo, o protagonismo da nação junto aos BRICS numa realidade geopolítica multipolar que se consolida.
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