sexta-feira, 29 de maio de 2015

A geografia da crise

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


Quando observamos o cenário geopolítico global, o que enxergamos é um quadro de grande tragédia, desemprego em massa, diáspora de povos fugindo de genocídios ou massacres através de imensas correntes migratórias cruzando os mares da Europa, Ásia etc.

São tantos os conflitos, guerras regionais, e continuam se espalhando, que o diagnóstico do papa Francisco I, de que vivemos algo como uma Terceira Guerra Mundial fatiada, aproxima-se muito da realidade.

Na verdade o que estamos assistindo é o barulho estrondoso que faz a decadência imperial norte-americana. Que por isso mesmo aumenta em agressividade, na determinação de continuar ditando uma hegemonia feroz e decaída.

Hegemonia erguida a ferro, fogo, agravada pelo Consenso de Washington em 1989 que impôs aos povos o receituário neoliberal com medidas como privatização das empresas estatais, fratura do Estado nacional como indutor estratégico do desenvolvimento, precarização de direitos trabalhistas etc.

Políticas que representaram a consolidação da governança neoliberal em nível planetário, do capital financeiro internacional sob a gendarmeria dos Estados Unidos, e o dólar ratificado como moeda padrão.

Configurou-se um sistema financeiro, político, militar, cultural, midiático quase absoluto de tal forma que Francis Fukuyama guru neoliberal nipo-americano profetizou à época o fim da História.

As consequências estão à vista: crise econômica, financeira, social, civilizacional em escala global.

Com a emergência dos BRICS, de uma nova geopolítica multilateral, a reação do capital financeiro, dos EUA tem sido a estratégia do “Confronto Total”, a defesa dos privilégios ameaçados. Daí é que agravaram-se os fatores da crise mundial.

A hegemonia global do neoliberalismo gerou também uma “globalização das maneiras de sofrimento”, de sociedades pantanosas, atônitas, centradas exclusivamente nos valores do Mercado. Mas o neoliberalismo assim como a hegemonia imperial dos EUA esgotaram-se.

O Brasil, integrante dos BRICS, tem sido alvo constante de sabotagens das forças do Mercado, necessita descortinar nesses períodos de tempestades as formas que continuem assegurando o desenvolvimento, a soberania, a plenitude democrática, a renovação da nossa autoestima como povo e um projeto de civilização que a nós seja próprio.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

O império virtuoso

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


Não é preciso mergulhar em estudos acadêmicos profundos, nem passar 11 meses sem dormir, como o personagem de Gabriel Garcia Márquez em Crônica de Uma Morte Anunciada, para se entender que vivemos uma época caracterizada por duas vertentes geopolíticas centrais: o caos em abundância e grandes transformações em curso.

Nessas duas tendências, encontra-se a presença indeclinável dos Estados Unidos da América. E não poderia ser de outra maneira, porque por mais de 200 anos os EUA esculpiram, minuciosamente, o exercício de potência imperialista.

Em 1813 o ex-presidente John Adams dizia a Thomas Jefferson: “nossa república federativa pura, virtuosa, dotada de espírito público, perdurará para sempre, governará o globo, introduzirá a perfeição do homem”.

Daí foi um pulo para reclamar “o direito ao destino manifesto de cobrir e possuir o continente por inteiro, direito que a Providência nos deu para o grande experimento... uma terra vigorosa recém saída das mãos de Deus”.

Com esse messianismo, megalomania, vicejou o espírito empreendedor do capitalismo norte-americano, a natureza expansionista imperialista livre de qualquer pudor ou culpa porque “abençoada pelos planos de Deus aos homens na terra”. E, não por acaso, em seguida, anexou a metade do território do México.

As ambições estenderam-se pela América Latina, Caribe, avançaram por todo o planeta como mostra a História e os tempos atuais de Barack Obama quando as guerras de Quarta Geração adicionaram a Batalha Cibernética Digital junto à força militar, cultural, midiática.

A égide capitalista neoliberal, do parasitismo financeiro gestou uma situação paradoxal, de um lado assinalou a hegemonia unipolar imperial norte-americana, das finanças globais, o “Admirável Mundo Novo” da sociedade do Mercado “que dispensa as utopias”.

Época de caos, violência, “o tempo do nojo”, guerras regionais, sociedades pantanosas, desemprego, imensas vagas migratórias errantes, tais como fantasmas vivos, por terra, ar e mar.

De outro lado surge nova realidade geopolítica multipolar que já se faz irreversível com os BRICS, a gigantesca economia da China, o repúdio à hegemonia feroz e decaída.

Mas a essa emergência devem somar-se os grandes valores universais tão caros aos povos, a luta pelas utopias realizáveis por um mundo melhor.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

A resistência necessária

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


O Brasil sofre, na atualidade, uma brutal ofensiva reacionária cuja motivação central é o seu desmonte como sociedade nacional, das suas caraterísticas antropológicas em formação de jovem nação, sendo que o motivo principal é o seu protagonismo crescente entre a comunidade das nações.

Tal iniciativa será muito difícil de prosperar, devido à sua grande população, riquezas, dimensões continentais, sem o aval e apoio de forças retrógradas internas absolutamente alinhadas com os objetivos, interesses do Mercado financeiro internacional, das estratégias geopolíticas imperialistas.

Porém, isso não se trata de uma novidade, porque em nossa História contemporânea, esse tem sido um movimento recorrente, algumas das vezes trágico.

O novo nisso tudo é a realidade internacional e o crescimento do País apesar dos pesares, dos esforços em contrário, e a decadência da Nova Ordem mundial, inaugurada nos anos noventa passado, com a hegemonia neoliberal, do mundo unipolar sob a batuta imperial dos Estados Unidos e agregados como a Grã-Bretanha.

Uma das faces mais evidentes dessa agressão contra a nação tem sido o papel central da mídia oligárquica, que vem substituindo as forças políticas reconhecidas e sintonizadas com o ideário neoliberal, porque desgastadas, sem crédito, elas não representam alternativa crível para a sociedade.

A linha adotada pelos interesses forâneos, reacionários internos é a criminalização da luta política, da via democrática, a brutal campanha de alienação social com o objetivo de afastar a sociedade, a juventude, os trabalhadores da participação na vida politica do País, da roda viva através do “encantamento”, único, exclusivo, do “presente contínuo” no Mercado.

Os efeitos colaterais são: a profusão do sentimento de ódio, a fragmentação do tecido social, as tempestades de indignações difusas, a expansão social da violência, mas acima de tudo a tentativa de fazer germinar o “ovo da serpente”, a alternativa autoritária, o neofascismo disseminado e globalizado do século XXI.

Ao Brasil urge um Projeto Estratégico de Desenvolvimento, renovação da nossa autoestima como povo, retomada do crescimento industrial, científico, tecnológico, educacional, cultural. E ampla mobilização social de resistência em defesa da nação e da democracia ameaçadas.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

O Mercado contra-ataca

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


Não há como tapar o sol com a peneira, a crise estrutural capitalista, dos fundamentos do neoliberalismo hegemônico desde o final da década de 90 passada, continua através de grandes ondas cíclicas conduzindo os povos a uma processo de desestabilização profunda.

A catástrofe econômica global de 2008, deflagrada por via da bolha imobiliária do Mercado norte-americano, decorre da crise do capitalismo em que a acumulação financeira parasitária cresce de forma gigantesca, muito mais que a riqueza real produzida no mundo.

A desregulamentação das conquistas dos assalariados tem sido motivo de verdadeiros assaltos à mão armada há vários anos. A batalha dos trabalhadores brasileiros contra o Projeto da Terceirização é mais um capítulo dessa onda criminosa contra as grandes maiorias sociais.

Nos EUA, nunca pródigo em matéria de direitos sociais, mais destacadamente na Europa, os trabalhadores têm sido alvo de massacres: redução dos salários, cortes profundos nas pensões, aposentadorias, saúde, educação, conquistas adquiridas com muita luta especialmente nas décadas subsequentes à 2a Guerra Mundial.

No Brasil essa luta reflete um contínuo Histórico que motivou conspirações contra o governo João Goulart, sua deposição em 1964, e Getúlio Vargas em 1954 o qual recorreu à fatídica tática do suicídio para através de imensa mobilização social derrotar inimigos da nação que urdiam o golpe de Estado.

Ao longo da nossa História a luta social é associada ao aspecto central da defesa dos interesses, riquezas nacionais, sempre ameaçados, que impõe a urgência de um projeto de desenvolvimento factível.

A luta do povo brasileiro contra forças retrógradas é permanente, a ação antinacional adota táticas diversionistas com apoio da mídia oligárquica, com seus novos recursos cibernéticos, buscando atrair setores médios com vistas ao golpe.

O Brasil, integrante dos BRICS, atingiu patamar estratégico na geopolítica mundial. Com riquezas continentais, imensas reservas petrolíferas, tem sido alvo de desestabilizações pela reação interna e o imperialismo.

São questões decisivas o descortino político, ampla frente democrática, patriótica, um Projeto de Desenvolvimento Estratégico na reafirmação de nação protagonista, independente e solidária, em novo cenário global que se consolida.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Maio de 1945: 70 anos da derrota do nazi-fascismo

 
Publicado no http://br.sputniknews.com :


Bandeira soviética sobre o Reichstag









Há 70 anos, em 2 de maio de 1945, as tropas da 1ª Frente Bielorrussa, comandadas pelo marechal Georgy Zhukov, com a assistência da 1ª Frente Ucraniana, comandada pelo marechal Ivan Konev, após pesados combates nas ruas de Berlim, derrotaram por fim o agrupamento de tropas alemãs, tomando totalmente a cidade.
Tropas soviéticas em Berlim

 
Combates nas ruas de Berlim

Aviões soviéticos que voam para Berlim

As tropas soviéticas na frente do Reichstag
Preparação de munição para o ataque de Berlim

Lançador de foguetes Katyusha
Combates nas ruas de Berlim
Berlinenses na rua da cidade destruída
Soldados soviéticos em Berlim
Coluna de camelos na periferia de Berlim
Marinheiros soviéticos em Berlim
O gabinete destruído de Adolf Hitler
Tropas soviéticas em Berlim
Soldados soviéticos em Berlim