A luta política sempre é travada sob condições objetivas
determinadas o que implica na observação e análise da realidade concreta, para
que nela se possa intervir com um considerável nível de clareza e eficácia.
Essa é uma constatação básica à ação das forças que atuam no
cenário da política, assim como nas ciências em geral, que exige, portanto, o
acompanhamento dos fenômenos em curso nas sociedades, caso contrário corre-se o
risco da repetição em círculos sem a devida compreensão dos rumos, da
perspectiva do futuro, do progresso em geral.
Porém nós vivemos “uma mudança de época, mas não uma época
de mudanças” civilizatória, salvo a óbvia transformação científica,
tecnológica.
Na verdade há dois fatores hegemônicos que os povos lutam
para superar num período de incertezas abrangentes, além da incertezas
existenciais, comuns aos seres humanos.
É a presença de duas espécies de barbáries interligadas: a
da crueldade histórica, da violência, da tortura em geral, da fome, desemprego,
das guerras regionais que se multiplicam, e a barbárie das finanças globais que
paira sobre as sociedades através da chamada governança mundial ditada pelo capital
financeiro, o poder geopolítico dos EUA, em que bilhões de pessoas vivem com
menos de 2 dólares por dia.
Assim é pela necessidade de combater essa realidade concreta
que as nações lutam em busca de um outro desenho global mais democrático menos
injusto, social e politicamente.
O capital rentista determina os caminhos das sociedades, dos
indivíduos, e vem se alimentando de
forma canibalesca com o fomento dos conflitos regionais, a captura das riquezas
materiais, financeiras, a soberania dos Países.
Por isso é que sob a égide dessa mudança de época mas não de
uma época de mudanças, mesmo conectados pela internet, aplicativos digitais, os
indivíduos acham-se tão desorientados como descrentes do progresso humano, das
causas transformadoras que norteiam a humanidade, o espírito de um mundo
melhor.
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