O segundo turno da eleição presidencial que elegeu
Dilma Rousseff traz-nos algumas avaliações sobre a realidade política nacional.
Em primeiro lugar foi uma vitória de grande porte,
incontestável, com votos espalhados pelo território brasileiro, nos mais
diversos extratos do eleitorado, com respaldo das grandes maiorias sociais
protagonistas do processo de investimentos em políticas públicas nos últimos 12
anos.
Cresceu o nível de discussão ideológica, programática, sobre
os rumos do País. Nesse processo teve papel decisivo o espírito de lucidez,
coragem da presidente da República no enfrentamento a toda sorte de armadilhas,
provocações.
Durante a campanha, mesmo após o seu término, sugiram
variadas demonstrações de ódio, intolerância, fobias, preconceitos que já vinham
se expressando há alguns anos mas alcançaram o paroxismo após o resultado das
urnas.
Os ataques contra os nordestinos, por exemplo, pela imensa
votação recebida por Dilma na região é fato. Mas a presidente elegeu-se tanto
com os votos maciços do Nordeste quanto do Sudeste, Rio, Minas etc, onde conquistou
apoio eleitoral majoritário, além do grande sufrágio no Sul, Centro Oeste. Ela
foi eleita pela sua votação em todo o País.
As sementes de ódio, preconceito, não há dúvida, foram
inoculadas em setores da população, aberta ou veladamente pela grande mídia
hegemônica, cuja intenção foi, continua sendo, um golpe midiático.
A elevação da consciência das grandes maiorias fez com que o
capital financeiro, a grande mídia, apostassem numa campanha de
desestabilização, incentivando restrito núcleo reacionário de antigos, novos
atores, que não representa a grande maioria dos eleitores de Aécio. E objetivos
para além das eleições.
A História mostra-nos ideias de inspiração separatista no
País, como tem sido divulgado nas redes sociais, de fragmentação do tecido
social, territorial, o butim das nossas riquezas. E sempre foram derrotadas.
A bem da verdade a tese do Brasil Dividido em Dois é
eleitoralmente, estatisticamente, politicamente falsa. Finalmente, o Brasil é
uno, indivisível, tanto porque diz a Constituição, como pela vontade soberana,
irredutível do povo brasileiro.
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