Os ataques do
técnico holandês contra a Copa Mundial de futebol no Brasil invocando o clima
inóspito do País são de uma brutal incoerência, revelam uma nostalgia incontida
de outros períodos históricos.
Esse foi o mesmo
argumento do tristemente famoso, e racista, diplomata francês conde Joseph
Arthur de Gobineau segundo o qual seria impossível vicejar no Brasil qualquer
tipo de civilização razoável por dois motivos: o clima inóspito dos trópicos e
a mestiçagem do povo brasileiro.A teoria de Gobineau teve muitos adeptos no mundo e no Brasil, parece que ainda possui alguns, mesmo com disfarces, até porque o conceito da superioridade racial dos povos da Europa Ocidental servia aos propósitos coloniais na época áurea dos grandes impérios.
Impérios como o inglês cujo lema era “onde o sol nunca se põe” que no afã “civilizatório” de impor domínios, saquear riquezas, aportavam em terras bárbaras exércitos, fidalgos, comerciantes, burocratas com o objetivo de garantir a supremacia real.
Assim é que chegou ao Nordeste do Brasil, de clima criticado pela grande mídia, no século XVII, outro conde o holandês Maurício de Nassau para liderar a Companhia das Índias Ocidentais.
Os holandeses ficaram por aqui enquanto puderam até serem escorraçados na batalha dos Guararapes, PE. Ali surgia o nosso sentimento nativo, dizem os historiadores.
Enfim, é como diz o poema: brigam Espanha e Holanda pelos direitos do mar, o mar é das gaivotas que nele sabem voar.
Os ingleses dominaram todos os continentes, asiático, americano, africano etc. Espanha e Portugal a África, América Latina. Adaptaram-se aos climas como os franceses, além da Itália bem antes de Garibaldi e Anita, brasileira, na luta pela unificação da nação mediterrânea.
A Copa do mundo é êxito de audiência mundial na TV, de público nos estádios, turistas estrangeiros, recorde de gols, hospitalidade brasileira inclusive a primeiros ministros, realezas, presidentes etc. Vista como a Copa das Copas seja quem for o campeão, esperamos que o Brasil.
Já a teoria de Gobineau é desmascarada há muito tempo. Se assim não fosse a única explicação para os jogadores brasileiros que se amoldam ao gélido inverno europeu ou asiático como Daniel Alves, do árido sertão de Juazeiro, Bahia, é que eles seriam incríveis acrobatas genéticos.
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