Nas últimas
décadas o mando do capital financeiro fez-se avassalador, associado ao poder
imperial unilateral dos Estados Unidos, impondo aos povos uma economia
desastrosa pródiga em catástrofes de todas as maneiras onde as mais emblemáticas
são a tragédia econômica-social que assola as nações europeias e a fome
endêmica que atinge um terço da população do continente africano.
O processo
de controle do grande capital não se restringiu às áreas econômica, militar,
ocupou outros espaços com o objetivo de garantir a mais completa transformação
das nações à sua imagem e semelhança, formatando a ideologia do pensamento
único, apoiando-se para tanto no monopólio da informação de massas em escala
mundial no intuito de combater qualquer pensamento crítico antissistêmico.Um dos conceitos ditados pelo Mercado global foi a “política do possível” retida a projetos limitados, às ações de tipo “compensatórias” desprovidas de horizontes com um longo curso.
Para fazer crer que o futuro é uma inusitada recorrência ao mesmo ponto de partida, confiscando anseios, avanços estruturais, sonhos de saltos aos novos tempos, às aspirações de superar contextos nacionais incompletos, travando o necessário projeto soberano como se os Países estivessem ancorados numa espécie de maldição da eterna dependência, da subordinação infinita.
No intuito de fazer valer a cultura do pragmatismo elementar, do ativismo limitado, conformista, que pontificou nas últimas décadas, dentre as várias opções políticas, iniciativas institucionais nos Países inclusive aqueles de economia emergente.
As viragens na geopolítica mundial, a emergência dos BRICS, a crise do capital global, seus efeitos nos Países do 1º mundo, derrotaram essa doutrina mas que ainda se impõe, pela via do longo tempo de uso, como um mal estar em um esférico “presente contínuo” inclusive entre as novas gerações, como disse o historiador Eric Hobsbawm.
Um balanço crítico dos governos democráticos com políticas sociais na América Latina, as derrotas da ortodoxia neoliberal, a recente vitória no Chile de Michelle Bachelet podem ser vigorosos estímulos às lutas de resistência nacional, popular em pleno curso, às grandes utopias transformadoras de conteúdo histórico, universal, opostas a essa civilização em crise do Mercado global.
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