Durante o auge
da doutrina neoliberal na década de noventa, Francis Fukuyama, teórico oficial
da Nova Ordem mundial recém imposta aos povos, profetizava, com a soberba
típica dos poderosos, que a História tinha acabado.
A tradução
literal de tamanho disparate era a falsa conclusão de que haviam desaparecido
as contradições antagônicas entre as classes sociais e de quebra extinguia-se
também a existência de uma potência militar imperialista e o seu papel agressor
contra os Países no planeta.
Mais que uma
constatação propositalmente errônea, era a conclamação aos trabalhadores e
demais camadas assalariadas e às nações que lutavam por um lugar ao sol, à mais
óbvia capitulação da luta social emancipadora e da soberania nacional.
A vida
demonstrou exatamente o contrário, jamais a humanidade presenciou em qualquer
outra etapa da História do capitalismo uma exploração de classes com a
brutalidade que assistimos nos tempos atuais e em nenhuma outra época o
imperialismo, no caso o norte-americano, promoveu, com tanta impunidade,
genocídios, guerras de agressão, espalhando o terror, a morte pelos
continentes.
O capital
financeiro desencadeou a mais violenta espoliação do mundo do trabalho gestando
um modelo de civilização selvagem, da barbárie, destruindo sem o menor pudor os
mais elevados valores construídos pela humanidade.
Acobertados por
uma mídia hegemonizada em escala global e em cada País, o capital financeiro,
os Estados Unidos da América, trataram de impor aos assalariados, às nações, a
sua própria agenda, o multiculturalismo.
Cujo sentido é
fomentar a ideia de que já não se trata de priorizar a luta pela soberania
nacional e a emancipação social, substituindo-as por causas fragmentárias,
setoriais, algumas auto-justificáveis, com o intuito de sustar a construção de
projetos estratégicos de autonomia dos Países, promover o diversionismo,
fragilizar a luta pela emancipação do mundo do trabalho.
A demonização de
Hugo Chávez, da luta do povo venezuelano, tem essa marca de um “mau exemplo”
aos povos latino-americanos porque ali se forjou uma unidade popular e um forte
sentimento de luta pela soberania dessa nação sul-americana.
Sem os quais, inclusive no Brasil, os avanços serão passíveis de retrocesso, a consciência política esmaecida, a mobilização popular precária, a hegemonia conquistada incompleta, efêmera, temporária.
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