As eleições de outubro próximo guardam uma relação indissociável com o presente e futuro das cidades brasileiras, o enfrentamento das grandes questões que as envolvem desde o planejamento à superação dos abismos sociais retratados nas desigualdades dos espaços urbanos, além das responsabilidades dos poderes públicos municipais.
Diz respeito também à construção de projetos associados
ao crescimento econômico, produzindo riqueza, gerando empregos para as grandes
maiorias que se encontram à margem dos benefícios que proporcionam o usufruto
de uma boa qualidade de vida, direito inalienável de todos os cidadãos
brasileiros, responsabilidade intransferível dos gestores públicos,
especialmente aqueles eleitos pelo voto popular.
E não é possível falar em qualidade de vida dissociada
de uma das principais dívidas dos estados e municípios para com as populações
das cidades do País sejam elas pequenas, médias ou grandes, a dívida ambiental.
Porque um dos mais graves dos nossos problemas sociais
encontra-se na degradação ambiental que atinge principalmente os bairros das
periferias onde predominam chagas seculares como esgotos a céu aberto, ausência
de saneamento básico, córregos e rios fétidos, lixo amontoado, resultando na proliferação
de doenças contagiosas.
Além disso, sabemos que as nossas cidades apresentam
uma dualidade insuportável que se expressa de um lado no tratamento urbanístico
adequado aos bairros dos segmentos abastados ou de classe média mais
privilegiada, e de outro lado nas condições deploráveis das regiões onde vivem os
grandes contingentes da população.
A grande responsabilidade dos representantes eleitos
pelo voto popular sejam eles vereadores ou prefeitos deve ser, associada a
experiências exitosas de várias administrações municipais, promover nas novas circunstâncias
históricas do crescimento econômico nacional, uma substancial reconfiguração
qualitativa das cidades sem a qual é impossível falar em desenvolvimento
verdadeiro.
As condições desse atual crescimento, mesmo afetado
pela crise financeira mundial, estão a exigir um grande esforço criativo e uma
radical transição dos cenários municipais que ainda retratam, no essencial, um
País do século passado.
Quando o Estado nacional foi imobilizado por décadas pela estagnação econômica, pela ausência de ideias e recursos decisivos para um grande salto ao futuro.
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