sexta-feira, 1 de junho de 2012

Violência, droga e criminalidade

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas e no Tribuna do Agreste:


Há três meses Auriceia, mãe de família, moradora de um bairro popular da capital levou um tiro na cabeça, entrou em coma e faleceu nessa terça-feira passada. Sábado o médico José Alfredo foi assassinado quando passeava com a sua bicicleta pelo corredor Vera Arruda na orla marítima, região nobre de Maceió.

Esses são dois exemplos trágicos, mas há um rosário imenso de ocorrências criminosas que se estendem por todo o Estado cujas vítimas principais são os cidadãos, atingindo também bancos, repartições públicas e estabelecimentos comerciais.

O veredicto consensual da população é que o Estado vem perdendo vertiginosamente a batalha contra a violência, a criminalidade desenfreada e o sentimento é o do terror coletivo, a certeza que todos somos vítimas ou porque já fazemos parte das frias estatísticas ou estamos sob perigo iminente.

Assim, ficamos submetidos à banalização da criminalidade e se instaura um forte temor na coletividade fruto do clima de insegurança que atinge a sociedade alagoana quase sem distinção de classes.

Por outro lado estudos demonstram que entre as principais causas da escalada da criminalidade em Alagoas, além das graves e históricas distorções sociais, desenvolvimento econômico insuficiente dificultando a modernização da estrutura produtiva por anos a fio, há um novo ingrediente extremamente maligno.

Esse catalisador da barbárie tem sido o crack, movimentando fortunas, fabricando dependentes químicos induzidos à paranoia, que cresce em escala geométrica, multiplicando criminosos, semeando a morte.

É um cenário que também cobre todo o território brasileiro que vive um processo de crescimento econômico estabanado, sem a construção de valores culturais, ideológicos, espirituais, onde se alastra o individualismo absoluto, a competição louca e propaga-se a ideia do "sucesso na vida" através do dinheiro fácil.

É um tecido social sem defesas morais, o que facilita a apologia do bizarro e da violência cujas vítimas têm sido a maioria da população, encontrando em Alagoas um elo débil, propiciando o avanço galopante do narco-crack.

Caso o governo do Estado não adote medidas severas resgatando os espaços perdidos para a droga, a criminalidade, a tendência será o surgimento em Alagoas de fenômenos típicos de uma sociedade encolerizada buscando outras formas de segurança e até de justiça paralela.

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