Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas e no Tribuna do Agreste:
O recente artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre livro do sociólogo francês Alain Touraine é um sinal de novas tendências no campo doutrinário do chamado novo liberalismo.
Ao lançarem as bases do que propõem como paradigmas da política e da moral pública, FHC e Touraine indicam os caminhos que o pensamento hegemônico da nova ordem mundial deve tomar e as premissas ideológicas hasteadas pelo capital financeiro internacional.
Fernando Henrique afirma em primeiro lugar que daqui para frente o confronto central da civilização será entre o mundo do lucro e a defesa dos direitos humanos, do individualismo com responsabilidade social.
Mas isso aponta para a tentativa de se rebaixar, teoricamente, ou esconder os fatores econômicos nos destinos das sociedades e dos indivíduos.
O ex-presidente-sociólogo argumenta que os partidos políticos teriam perdido a sua lógica e razão de existir e deveriam ser substituídos por outras formas de organização que seriam consagradas por uma suposta Nova Era das sociedades onde os conceitos da "pós-política" e da "pós-economia" devem conduzir o futuro da humanidade.
É importante frisar que essas ideias não são originais tanto no âmbito da História quanto no pensamento político e estão em moda nesses últimos vinte anos via complexo midiático hegemônico internacional como propaganda ideológica de desestímulo à participação popular nos destinos políticos das nações.
Que também promove intensamente o engajamento das pessoas em causas fragmentárias, tópicas, atomizadas, especialmente através das ONGs, que são em última instância um sub-produto do neoliberalismo, cujas origem e essência residem na ideia da fragilização do caráter estratégico do Estado nacional.
O que aparece na verdade como novo é a negação explícita à existência dos partidos políticos, além da tentativa de criminalização da ciência econômica como instrumento fundamental para compreensão dos mecanismos das sociedades e por conseguinte dos caminhos para a sua transformação.
Assim é que surge agora a apologia de uma espécie de Nova Inquisição contra o pensamento científico. E com a falência generalizada da nova ordem mundial, das agremiações neoliberais ortodoxas mundo afora, já se pensa abertamente em doutrinas que justifiquem o retorno dos regimes autoritários como freio ao crescimento das nações e às lutas dos povos.
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