sexta-feira, 6 de maio de 2011

Blowback

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:


A principal notícia da semana, e seguramente durante muito tempo, é a captura e fuzilamento do terrorista Osama Bin Laden por tropas especiais norte-americanas que desenvolveram essa operação militar sem o conhecimento do governo paquistanês que é seu aliado.

Osama Bin Laden é uma figura que jamais será esquecida pela memória norte-americana porque foi o autor intelectual de um dos maiores e mais sangrentos ataques sofrido pelos EUA em seu próprio território.

E também pela sua íntima ligação com o serviço secreto dos Estados Unidos, a CIA, durante a chamada guerra fria, em especial na luta contra o governo do Afeganistão aliado da extinta União Soviética na década de setenta, recebendo treinamento e armas sofisticadas como o míssil Stinger.

Além disso, sua família é multimilionária e possui negócios no ramo do petróleo com empresas petrolíferas dos Estados Unidos. Mais especialmente do ex-presidente George Bush, como a sua Arbusto Energy, e cujo amigo e sócio James Bath, do banco BCCI, era o representante no Texas do xeque Salem Bin Laden, irmão de Osama Bin Laden.

Os dois irmãos são proprietários da maior construtora do Oriente Médio, a Laden Brothers, que em 1981 salvou da concordata a mesma empresa Arbusto Energy. Como se vê, sempre foram muito estreitas e obscuras as relações do ex-presidente George Bush e de magnatas do petróleo dos EUA com a família Bin Laden e o próprio Osama.

Mas em toda essa macabra história ressurge um livro com o título de Blowback, escrito no final da década de 90 por Chalmers Johnson, um ex-agente da CIA, historiador, professor da universidade de Berkeley, Califórnia.

Segundo ele os EUA acumularam ao longo do século XX e início deste novo milênio um sem número de intervenções e agressões pelo mundo que inevitavelmente sofreriam as consequências de várias maneiras, o “blowback”, expressão utilizada pela CIA.

Afirma que os EUA mantém mais de oitocentas bases militares no planeta que nada têm a ver com a sua própria segurança nacional. E o que existe é a sustentação de uma hegemonia imperial armada, ao custo de quase um trilhão de dólares e incontáveis mortes, alimentando esse complexo industrial militar, um dos responsáveis pela decadência econômica do País.

E que nem com o uso da poderosa máquina midiática global será possível esconder o tamanho da responsabilidade dos EUA por um mundo em profunda convulsão, com inúmeros conflitos religiosos, sociais e políticos.

Um comentário:

  1. De fato Bomfim, os americanos na luta desmedida pela defesa de seus interesses e ambições conseguiram arregimentar um sem número de inimigos mortais. Os americanos ao contrário dos romanos, grande império do passdo, não deixarão nenhum legado a humanidade.

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