Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho e na Tribuna do Sertão:
O violento terremoto seguido de um tsunami que destruiu boa parte de uma região do Japão reabriu, mais uma vez, a discussão sobre as fontes de energia no mundo em decorrência do acidente nuclear com as usinas atômicas, afetadas pelas duas catástrofes simultâneas que abalaram a nação asiática.
No entanto, o rumo que vem tomando o debate sobre a questão energética beira o irracionalismo e a ausência quase que total de base científica. Na realidade ele se encontra carregado de profundo tom ideológico cujo conteúdo central baseia-se na negação da possibilidade do ser humano continuar a exercitar o seu destino biológico de animal inteligente.
Trata-se assim de negar pela inteligência o papel da própria inteligência humana. Coisa que só o homem é capaz de fazê-lo. E isso é na realidade uma tendência filosófica pessimista e autodestrutiva típica de uma época em que predomina uma crise de civilização.
A chamada nova ordem mundial vai chegando, mais cedo que se imaginava, a um impasse sem reparos. E a elite financeira mundial que dela mais se beneficiou, porque foi a arquiteta principal desse projeto civilizacional, busca induzir a humanidade ao niilismo total e a um horizonte sombrio e sem futuro com o objetivo de imobilizá-la de qualquer perspectiva emancipacionista.
Daí que surgem concepções baseadas em falsas premissas científicas que buscam introduzir um processo regressivo na civilização humana partindo de uma hipotética volta às origens dos métodos de produção e consumo das sociedades. Uma espécie de retorno idílico ao estágio natural.
Essas são concepções perigosamente restritivas e seletivas, porque nelas seguramente não cabe a esmagadora maioria da população humana.
Já a economia do desperdício, do consumismo desenfreado, da obsolescência planejada, da destruição ambiental, das crises sanitárias estruturais, esses são males típicos de um sistema, que podem ser evitados.
É nesse contexto que se insere a discussão sobre alternativas energéticas, mais especificamente a atômica. Alternativa essa de que os EUA e a Europa jamais vão abrir mão porque dela dependem em mais de 75% das suas respectivas gerações de energia para a indústria e consumo residencial.
Quanto ao Japão ele retornaria ao final do século dezenove se abdicasse da sua produção energética atômica e parte considerável da sua população sucumbiria fisicamente. Enfim, o pessimismo cultural não irá resolver o futuro da civilização e os grandes desafios da humanidade.