sábado, 18 de maio de 2013

O que faz falta

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente.


A América Latina é uma região que se ergue reivindicando com energia a superação de séculos de atraso e subjugação do colonialismo e neocolonialismo.

Quem visitou o espetacular Museu do Ouro em Bogotá, uma espécie de Louvre das obras de arte das antigas civilizações colombianas onde se encontram lindas esculturas feitas pelos povos que foram extintos através de genocídio dos conquistadores, constata que além da barbárie da Coroa de Espanha havia outro motivo para tantos crimes hediondos: o ouro puro, maciço e abundante na região presente nas esculturas, utensílios dos nativos.

No Brasil a colonização portuguesa não foi diferente da espanhola apesar de distinta na concepção estratégica mas a força, a usurpação das riquezas foram as mesmas.

Nas lutas pela independência o continente, inspirado na revolução francesa, contra a escravidão, sentiu os ares dos novos tempos e não foram poucos os mártires que deram as suas vidas nos confrontos pela libertação.

Já a galeria de lutadores nacionais, heróis de uma pátria em fazimento, exibe figuras como Tiradentes, Frei Caneca, o 2 de julho na Bahia, a rebelião contra a escravidão na República dos Palmares, Alagoas, os combatentes contra os arbítrios, na ditadura de 1964 etc. etc.

Mas é justo afirmar que foi na batalha do Morro dos Guararapes em Pernambuco que surgiu com força o sentimento de patriotismo quando brasileiros que já se sentiam como tal, de nascença e de coração, mestiçados na alma e no corpo, travaram luta decisiva pela expulsão dos invasores holandeses do País.

Porém o grande visionário de uma América solidária livre de qualquer tipo de subjugador foi Simon Bolívar, que aliás teve como um dos seus principais generais Abreu e Lima, um brasileiro pernambucano que se uniu ao sonho fantástico, à epopeia gigantesca do Libertador.

A prova de que as ideias desse personagem não eram alucinadas é que hoje elas reassumem a dimensão concreta das aspirações de uma América livre, independente, soberana.

Quanto ao Brasil o que está fazendo falta é a concretização de um projeto econômico, social, político estratégico que defenda com clareza e soberania do País, mobilize as grandes maiorias para que se possa combater as forças externas, internas retrógradas, ligadas ao monopólio midiático reacionário entreguista que investe diuturnamente na fragmentação, dispersão, alienação, embrutecimento mental do povo brasileiro.

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