quarta-feira, 4 de julho de 2018

Uma agenda constitutiva

Meu novo artigo:


Desde a fase mais aguda da Guerra Híbrida contra o Brasil em 2013, cresceu na grande mídia, nas redes sociais, uma intensa campanha com vistas à fratura do espírito de identidade nacional.

Não há a menor dúvida sobre o caráter sofisticado dessa nova forma de conflito capaz de destruir um País sem a presença de tropas estrangeiras.

Esse é o traço determinante das formas de Guerra Híbrida, surgida nesse novo milênio com as revoluções científica, tecnológica, nas comunicações, que tornaram possível lançar via centros globais midiáticos movimentos cataclísmicos contra nações alvos.

A grande mídia global, associada ao capital financeiro, do rentismo predador, transformou-se em uma arma vital para os objetivos desestabilizadores utilizados pelas grandes potências mundiais através desse novo instrumento militar tremendamente destruidor.

Mas para tanto é preciso que seja disseminada a cizânia em estágio avançado, a cooptação de setores médios e acadêmicos e acima de tudo a formação de “enxameamentos sociais” antagônicos, a estratégia da desesperança, a perda da perspectiva da identidade em comum.

Por exemplo, não assistimos, salvo iniciativas isoladas, apesar de ótimas condições técnicas e artísticas, uma grande peça de teatro, um filme que mostre as contradições (digamos, dialéticas) típicas da História sobre a epopeia da construção de Brasília, os anos JK, a interiorização geopolítica do País, a época áurea da música popular, do Cinema Novo, que continuam encantando o mundo.

Ou a Revolução de 1930 que iniciou a transformação de um Brasil agrário em industrial urbano, incluindo históricos direitos trabalhistas.

Ou então a Batalha de Guararapes em Pernambuco que gestou o nosso espírito de nação. Nem mesmo sobre nossos personagens na literatura, ciência etc. Não devem existir porque esses são temas constitutivos, distintivos da nossa formação.

As ONGs dos megaespeculadores não financiam tais iniciativas, só aquelas que fraturam ou, exclusivamente, as “culturas transversais”.

Parte da intelectualidade, inclusive da militância progressista, se encontra intimidada pela onda do “politicamente correto”, paralisada por um sentimento de impotência. O Brasil é inevitável, mas em todas as áreas, cultural ou política, é fundamental a luta por essa agenda que nos seja constitutiva.

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