Meu novo artigo:
Um tema que antecede aos outros questionamentos fundamentais na realidade brasileira é a questão nacional. Daí, tantos falam sobre a necessidade de refundação de um projeto que reoriente o País nas turbulências do 2o milênio.
Nenhuma nação, protagonista das épocas atuais, abdicou um centímetro sequer da primazia dos seus objetivos estratégicos, especialmente aquelas que por dimensões continentais, condições geopolíticas, econômicas, riquezas naturais, possuem características Históricas de liderança regional ou global.
E o Brasil, como já se falou, é grande demais para ser pequeno, no teatro da geopolítica mundial.
Somos herdeiros de um vasto território continental que manteve a sua unidade, apesar de várias lutas separatistas em sua formação como País, seja no período colonial ou até mesmo no século XX.
Enquanto a chamada América espanhola fragmentou-se em dezenas de nações, apesar do imenso sacrifício libertador e unitário de Simon Bolívar, que ao fim da sua vida já não tinha nem mais uma pátria pela qual lutar e por ela morrer, como afirmou Gabriel García Márquez.
Essa herança dos nossos recentes antepassados é um fato objetivo porque esse é o Brasil atual, real, mesmo que alguns historiadores tentem negá-lo ou que as correntes econômicas do novo liberalismo, educados em Wall Street ou na City de Londres, procurem destruí-la com esmero.
Ou então algumas mentalidades autodenominadas como “progressistas” que olham com desprezo para o nosso contínuo Histórico, vários aferrados a fórmulas esquemáticas, sem entenderem que elas obedeceram a contextos específicos e que “fórmulas sociais” como se fossem mágicas, sejam quais forem, só se repetem como “farsa ou tragédia”.
Tanto uns como outros contornam o Brasil, sua formação antropológica, largas potencialidades, importam conceitos da agenda da globalização financeira e sua governança mundial. Na economia, sociologia etc., em uma espécie de cosmopolitismo colonizado.
A luta democrática vai se defrontar com outro teste de fogo em 2018. Mas a vida demonstra que as eleições, por si mesmas, não são a “maravilha curativa” de todos os nossos males. Sem um projeto estratégico de nação, vamos repetir, de uma maneira ou de outra, as crises estruturais nos acompanham como uma praga recorrente que não consegue ser erradicada.
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