Meu novo artigo semanal:
Tem razão o Papa Francisco ao afirmar: quando a sociedade (local, nacional, mundial) abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, recursos policiais ou de inteligência que possam assegurar, minimamente, a tranquilidade.
O pensamento ultraliberal, hegemônico a partir do 2o milênio, tem sido a mola propulsora de uma economia global excludente das grandes maiorias e constitui, igualmente, uma ideologia mundial que impulsiona um relativismo totalitário sobre todas as coisas que dizem respeito à vida humana.
Coabitamos uma dupla tragédia: uma exclusão social epidêmica, associada à quase absoluta ausência de rumos sobre nós enquanto indivíduos, comunidades, regiões, nações e humanidade.
De tal forma que até, como exemplo, o compositor anarco-contestatório dos anos setenta passados, Raul Seixas, que galvanizou e continua inspirando jovens, inclusive nas periferias da cidades, com suas toadas tipo “prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, esvaziou-se de sentido na rebeldia contra o sistema que os oprime.
O componente do relativismo na mensagem globalista hegemônica, através da grande mídia, transmitida via redes sociais, busca pulverizar as esperanças transformadoras.
E em seu lugar, impõe-se, é o termo que soa correto, uma tendência obsessiva que incita, continuamente, a começar recorrentemente sem sair do mesmo lugar, sem se ter em conta as lições apreendidas.
Como se o mundo estivesse em modo contínuo, começando sempre do zero ad infinitum. Daí a ambição de inaugurar-se até o ex-ser humano. Esse é, por exemplo, o espírito da Era da Falibilidade no livro do influente megaespeculador financeiro George Soros com suas ONGs e discursos do politicamente correto.
Há uma crescente insatisfação das grandes maiorias sociais, não importa religião, cor, opção sexual, nacionalidade, contra o status quo do Mercado financeiro global.
A sobrevivência do Brasil está ligada tanto à soberania econômica, territorial, quanto à sua identidade cultural, às permanências e renovações enquanto civilização singular. Na tenaz resistência à ideologia de terra arrasada da globalização rentista. Assim, faz-se incontornável a unidade do povo brasileiro em refundar um amplo projeto de nação, de sociedade promissora.
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