Meu novo artigo semanal:
A situação da Venezuela possui vetores que alimentam uma crise que não mostra sinais de arrefecimento, em verdade tende a se agravar. De qualquer maneira é fundamental prevalecer o princípio indeclinável da autodeterminação e soberania das nações no cenário mundial.
No entanto essa máxima, que se encontra assinada pelas nações signatárias da Carta das Nações Unidas, não tem sido aplicada, muito menos nas primeiras décadas do século XXI.
Ao contrário, proliferam as intervenções, especialmente no Oriente Médio, cujos objetivos são geomilitares, e a guerra de rapina por riquezas naturais, como o petróleo, a principal matriz energética do planeta.
Independente de equívocos, voluntarismos, que possam estar sendo cometidos pelo governo da Venezuela, a campanha uníssona feita pela grande mídia global, associada ao Mercado, mostra que a ação para desestabilizar a Venezuela é escancarada.
Um País que é um dos grandes produtores mundiais de petróleo, membro da OPEP. E por esse motivo foi alvo de ações intervencionistas no século XX, com a soberania ameaçada, onde prepostos a serviço das grandes empresas petrolíferas quase sempre governaram essa nação sul-americana.
Hoje, além do petróleo, há uma nova realidade multipolar com a ascensão dos BRICS. Em consequência, surgem múltiplas reações sangrentas anglo-americanas em vários continentes.
A presença de grupos mascarados na Venezuela, que estrearam nas chamadas primaveras árabes, como também no Brasil, e se transformaram em uma espécie de franquia internacional louvada na grande mídia global, de facções incendiárias, depredadoras, pseudo-anarquistas, é sinal do que está em marcha contra esse País.
O Brasil, com 2.199 quilômetros de fronteiras com a Venezuela, abdicou, sob o governo Temer, da sua histórica liderança no hemisfério sul, avassalou a sua grande tradição diplomática ao Mercado, aos objetivos geopolíticos anglo-americanos.
A ofensiva do Mercado, dos EUA, abre um teatro para conflitos na região que até agora consegue viver distante dos cenários de grandes operações militares globais.
O recrudescimento da crise venezuelana não interessa aos povos latino-americanos. Cabe ao Brasil recuperar seu protagonismo de mediador, de potência regional solidária, como membro dos BRICS, na transição para uma nova ordem mundial.
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