sexta-feira, 3 de março de 2017

A crise da crise

Meu novo artigo semanal:


Uma das maiores neuras, na atualidade, da grande mídia hegemônica nativa, além da profunda crise que corrói o governo Temer, é a onda de notícias falsas divulgadas nas redes sociais.

Em relação às noticias falsas, fake em inglês, idioma que tem avançado tremendamente nos últimos anos sobre o patrimônio linguístico e riquíssimo do português brasileiro, dizia o escritor prêmio Nobel de literatura José Saramago, esse assunto, o dos fakes, tem mexido com os nervos da grande mídia empresa monopolista.

A grande mídia está perdendo o protagonismo de criar suas próprias versões sobre os rumos do País. Sim, porque o monopólio midiático associado ao Mercado financeiro deixou de ser imprensa que informa, mesmo que parcial e de grupos.

Essa mesma mídia passou a ser um dos centros definidores de poder no Brasil. Mas as notícias falsas, ou fakes, plantadas nas redes sociais por robôs digitais, estão se transformando em sérios concorrentes ao seu papel ideológico onipresente que produz suas próprias realidades. O feitiço volta-se contra o feiticeiro.

Já se disse que na luta pelo poder em tempo real, e não virtual, em qualquer parte do mundo, uns ganham e outros perdem. E quando algum campo político perde é porque outros atores ganharam, já que nos jogos de poder não há variações ilimitadas.

Com a deposição da presidente Dilma através de articulação do monopólio da informação, do Mercado financeiro, grupos adversários do patrimônio nacional, entronizaram no poder Michel Temer que adotou política econômica, desmonte das conquistas trabalhistas, catastróficas, diluvianas.

Rejeitado em grandes manifestações de rua que pipocaram no carnaval, o governo Temer transformou-se numa ponte para o caos, o nada. Há sinais de que o Mercado, grupos políticos, a grande mídia, desejam descartá-lo. Só não sabem exatamente como substituí-lo e por quem. Ainda.

O País que vive grave quadra institucional, econômica, social, entra em novos dias turbulentos. A crise dos poderes da República é dramática. Uma nação continental com imensas riquezas, vasto potencial industrial perigosamente à deriva.

Urge uma frente política ampla que aglutine as grandes maiorias sociais em torno de um projeto nacional de desenvolvimento estratégico, democrático e soberano que reverta o cenário em que se encontra a nação.

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