Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:
O governo interino, maculado por golpe institucional, mostra nítido confronto com as manifestações pela legalidade democrática, tanto como a formação da sua equipe ministerial, além das medidas iniciais tornadas públicas através da grande mídia nativa.
O “novo governo” nasceu envelhecido, sem legitimidade internacional, sob desconfiança de várias nações devido à forma como chegou ao poder.
Sem respaldo, carrega consigo a ausência do voto dos brasileiros e o “show de horrores” na votação do impedimento, notadamente na Câmara dos Deputados, registrado pela mídia mundial.
Sua equipe não tem o perfil dos setores médios pró golpe atraídos pela justificativa do mote contra a corrupção. Grande parte dos seus ministros responde a processos, indiciados nas sucessivas operações policiais em curso no País.
As elites financeiras, camadas médias, que apoiaram o golpe contra a presidente da República clamavam contra os impostos, porém foram avisados pelo Ministro da Fazenda, Francisco Meireles, que “os impostos devem baixar, mas, por enquanto, vão aumentar ainda mais”.
Destaca-se igualmente a reforma ministerial que “enxugou” ministérios estratégicos aos interesses do País, à nossa identidade nacional, como a Cultura.
Assim, o governo anuncia políticas neoliberais ainda mais radicais que as impostas por FHC, nas áreas da saúde, educação, SUS, privatizações do patrimônio estatal etc.
O governo Temer vai deparar-se com a firme luta dos defensores da democracia, contrários às suas propostas baseadas em fundamentos monetaristas liberais sectários, que visam liquidar históricas conquistas trabalhistas, pensões, aposentadorias etc.
Terá dessa forma a oposição dos legalistas, democratas. E não se exclui a insatisfação geral dos apoiadores do impedimento.
Trata-se de governo interino, ilegítimo, sustentado pela banca financeira, grande mídia, grupos retrógrados do empresariado, todos ávidos de poder. Sua margem de ação política antinacional, antissocial é estreita, sem espaços para alcançar alguma popularidade.
A crise política segue sem nenhuma saída pactuada. Só a convocação de eleições presidencias, a implementação de lúcido, consistente projeto de desenvolvimento estratégico, assentado na centralidade do interesse nacional, pode evitar a grave eventualidade de um vazio de poder no País.
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