O Brasil encontra-se diante de questões complexas que estão
na raiz dos nossos grandes desafios quanto ao futuro e às intricadas
circunstâncias da realidade financeira internacional.
Uma dessas é a crise capitalista global de 2008, o estouro
da bolha financeira nos Estados Unidos, em que um dos fatores primordiais foi a
quebradeira dos chamados bancos de investimentos, repassada às finanças
internacionais, alastrando-se como uma praga às economias mundiais via Mercado rentista.
Esse Mercado rentista adquiriu em algumas décadas grande
força hegemônica financeira, midiática, política, planetária, transformando as
economias nacionais em verdadeiras reféns das suas movimentações de curto,
médio ou longo prazo, cuja função essencial é a de um cassino para um reduzido
grupo de sócios atentos às debilidades internas das nações ou mesmo forjadas
por ele.
Não é possível dissociar as ações predatórias do rentismo de
outra máquina poderosa, a grande mídia hegemônica global, cuja função central é
propagar a versão uniforme sobre os acontecimentos, a versão, e até mesmo a
contraversão dos fatos, criando artificial polarização social, entre os
favoráveis e os contrários a certos fenômenos atuais.
É fato que o Mercado atua no discurso ideológico dominante,
a agenda da atualidade, além da tentativa de apartar os povos e as nações
daquilo que realmente importa aos seus interesses, as causas emancipadoras das
grandes maiorias sociais.
O Brasil integrante de outra Ordem global multilateral como
os BRICS é alvo de uma multiplicidade de desestabilizações cuja finalidade tem
sido impedir sua autonomia, a ascensão a outro patamar da sociedade nacional.
O Mercado não é invisível, pelo contrário. Encontra-se
ancorado em potências como os EUA. É útil refletir sobre a declaração de Putin,
presidente da Rússia: a tentativa insana de destruição dos Estados nacionais
tem levado a humanidade a guerras de rapina cruentas, crises econômicas
brutais, flagelos sociais jamais vistos desde a 2a Guerra Mundial.
Ao Brasil, 7a economia mundial, de território,
riquezas continentais, é vital atentar à realidade geopolítica em curso,
retomar sob bases avançadas o desenvolvimento econômico, sustar as forças do
rentismo, arquitetar um amplo leque de alianças sociais, políticas, em defesa
da nação soberana.
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