Entre os filmes premiados com o Oscar este ano encontra-se
CitizenFour documentário sobre o ex-agente Edward Snowden da NSA, agência de
segurança dos Estados Unidos, e sua espetacular fuga de Hong Kong para Moscou.
Dirigido pela jornalista norte-americana Laura Poitras, o
filme narra a epopeia do jovem agente secreto norte-americano especialista em
informática, espionagem digital, que revelou ao mundo a poderosa máquina de
devassar a vida interna das nações, cidadãos, por parte dos EUA.
Comprovando a tese de que todos os impérios desenvolvem
sintomas de paranoia condizentes com a dimensão dos seus tentáculos, o
documentário reacende a discussão da espionagem que os Estados Unidos exercem
não apenas contra os seus supostos inimigos mas também sobre seus aliados além
das nações que “preocupam” sua hegemonia como os BRICS.
Outra face da ação norte-americana é o domínio quase
absoluto que mantém sobre a mídia mundial, poderosa ferramenta de propaganda
dos seus interesses geopolíticos associados ao capital financeiro
internacional.
Assim é que apresentam ao planeta a versão pirata da crise
da Nova Ordem capitalista do neoliberalismo que faz água por todos os lados,
gerando além de brutal catástrofe financeira e social um incontável número de
guerras regionais que só tendem a se expandir.
A malha de desinformação global, apesar dos efeitos trágicos
da ingerência dos Estados Unidos, do capital rentista em escala global, ainda consegue repassar através das suas congêneres
em cada País sua própria versão de faroeste hollywoodiano: os mocinhos contra
uma miríade de “selvagens e bandidos” espalhados pelos quatro cantos da terra.
Muitas vezes os bandidos foram treinados pelos EUA, cantados
em verso e prosa como mocinhos por essa mídia, como a Al Qaeda e o fanático Exercito
Islâmico, mas fugiram-lhes ao controle.
Na verdade não há conflito de certa magnitude em que lá não
esteja o neocolonialismo imperial fomentando guerras ou as “insurgências
pacíficas” elaboradas pelo teórico da CIA Eugene Sharp.
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