Chama atenção a entrevista do ministro Marco Aurélio Mello do
STF sobre a situação nacional (é notório que o referido Ministro não tem
simpatias pelo Governo) quando afirma ao sítio Consultor Jurídico “Com 25 anos
de Supremo eu nunca tinha visto nada parecido. No Brasil, exceção virou regra:
prende-se para depois apurar”.
A frase proferida por um membro da mais alta Corte jurídica
do País é sinal de que foi ultrapassada a fronteira do Estado de Direito Democrático.
A verdade é que vem sendo forjada no País uma base social que
respalde um eventual Estado de exceção, denunciado pelo Ministro Marco Aurélio,
através da grande mídia que é porta-voz e associada a essa empreitada
autoritária.
Com o golpe, a grande mídia deseja obter altos dividendos a
exemplo de 1954 e 1964. Mas ela não é a arquiteta mor da ação política.
As orientações e o respaldo a esse movimento autoritário têm
como protagonista central as forças do Mercado, além dos interesses
geopolíticos contrários ao protagonismo do Brasil na arena global, em íntima
ligação com setores políticos internos retrógrados de matiz neoliberal ortodoxa,
num quadro de agravamento do cenário econômico internacional.
Na verdade o que estamos assistindo é a tentativa de captura
do Estado brasileiro ao rearranjo estratégico do capital financeiro global em
virtude da profunda crise estrutural capitalista, que passou a exigir bem mais
espaços do que as concessões macroeconômicas em vigor insuficientes à ânsia de
lucros predatórios estratosféricos.
Por isso promove-se a criminalização ampla, geral,
irrestrita do exercício da luta política no Brasil bem como das empresas
fundamentais ao patrimônio do Estado nacional.
De outro lado, a campanha adversa às grandes causas
progressistas da humanidade já vem sendo fomentada a galope desde a consolidação
da Nova Ordem Mundial há 25 anos.
A febril articulação obscurantista contra o governo da presidente
Dilma reflete o cenário descrito porque na realidade trata-se de apear do poder
político uma governante eleita pelo voto popular que adota políticas
econômicas, sociais que não se coadunam com as exigências do Mercado.
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