Em seu livro
Formação do Império Americano publicado em 2009 o historiador, cientista
político Moniz Bandeira narra as opiniões dos senadores Gary Hart, Democrata e
Warren Rudman, Republicano, em 1999, ambos presidentes da Comissão Nacional
para a Segurança/século XXI norte-americana, que os Estados Unidos continuariam
como a principal força econômica, política, cultural do mundo, manteriam o
domínio militar, pelo menos durante os próximos 25 anos.
Afirmaram que a “influência
americana seria, ao mesmo tempo, aceita e crescentemente detestada”. De lá para
cá muita água correu por debaixo da ponte, os EUA meteram-se em várias guerras,
houve os atentados às torres gêmeas em Nova York etc., mas o fato é que as
opiniões dos senadores mostraram-se corretas.Agora Moniz Bandeira acaba de lançar outro livro sobre os atuais objetivos estratégicos dos Estados Unidos abordando, entre outras coisas, as recentes convulsões sociais na Eurásia, na África e no Oriente Médio.
Mas o que chama a atenção é o título: “A Segunda Guerra Fria”. Para o autor, prefaciado pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, em resenha de Marco Aurélio Weissheimer, nós estamos sob o espectro de uma Segunda Guerra Fria promovida pelos Estados Unidos cujo motivo central é conter o avanço econômico da China, evitar o soerguimento da Rússia, e acredito, sustar a ascensão das outras nações que compõem os BRICS incluindo é óbvio, o Brasil.
Como exemplo cita o programa norte-americano intitulado “full spectrum dominance” (dominação de espectro total) de manter a hegemonia com assassinatos seletivos, uso de Drones, espionagem global através do sistema Prism, a força militar com 750 bases militares em 350 Países.
Além do projeto “regime change”: ações desestabilizadoras “por meio da luta não violenta, via guerra psicológica, social, econômica, política” que tem como alvo a população de determinado País, “motivando ondas de protestos, boicotes, procissões, revoltas etc.” utilizando-se, claro, da grande mídia global sob controle absoluto.
O alerta contido no livro de Moniz Bandeira, mesmo com as diferenças geopolíticas, não deve ser subestimado pelos setores patrióticos, democráticos, progressistas brasileiros visto o cenário cada vez mais pesado da realidade política, econômica internacional.
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